COMPASSIVIDADE
PALAVRAS DE VIDA
Pastor Serafim Isidoro.
COMPASSIVIDADE
“Finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, cheios de amor fraternal, misericordiosos, humildes”. – I Pd. 3.8 – (Versão Contemporânea).
A vida cristã deve ser plena de virtudes, o que evidencia o caráter padrão de seu fundador e Mestre, Jesus. Em Seus aprendizes – mathetês – reflete o Senhor o testemunho do verdadeiro sal da terra e da luz do mundo. As virtudes cristãs são mais do que os nove frutos do espírito enumerados por Paulo o apóstolo na carta aos Gálatas. A humildade, por exemplo, não faz parte daquela lista por ele elaborada. Assim é que surge, na primeira carta do apóstolo Pedro, um vocábulo greco-koinê de uma elevada importância para o exercício da verdadeira religião: sympateis – compassivos. A beleza desse termo se destaca, uma vez que é usado em sua raiz sempre em referencia ao Cristo, a Jesus, ao Homem de Nazaré.
Ser compassivo é entendido nesta palavra original grega, como sendo a junção de duas palavras: sym pathê – “juntamente sofrer”. Sofrer com. A tônica do cristianismo é o sofrimento. Jesus sofreu; os aprendizes sofreram; o cristão sofre resignado. “No mundo tereis aflições”, dissera o Senhor. No que se referem aos Seus sofrimentos, sofrimentos de Jesus, escreveu o mesmo Pedro: “Cristo sofreu em nosso lugar, deixando-vos o exemplo para seguirdes os Seus passos”. De outra forma, o sofrimento é um mistério, visto que não deixa exceção a nenhum dos mortais. Até os animais sofrem.
O menos avisado indaga por que Deus permite tal fato? Se o Senhor Jesus é a propiciação e o perdão para os nossos pecados, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, não seria viável que tirasse, de maneira total e definitiva, o sofrimento dos cristãos?
Os sofrimentos do Senhor foram incomparáveis. Mas são postos como exemplo para uma vida autenticamente cristã. Alem do sofrimento individual, aconselha-nos Pedro para que sejamos compassivos, soframos com o nosso próximo, compartilhando-lhe as dores. Tal palavra é bonita na língua portuguesa. Compassividade aponta para uma cumplicidade de sofrimento. Um ombro amigo debaixo da carga alheia, para que o que sofre recobre animo no aterrador embate desta vida. Compartilhamento, levando as cargas uns dos outros, como preceitua o também doutor Paulo.
No julgamento das nações, quando da futura revelação de Jesus, o Mestre dirá: “Tive fome, e deste-me de comer; tive sede, e deste-me de beber; estava nu e vestiste-me; enfermo e visitaste-me; preso e fostes ver-me”.
Estes, os compassivos. Tal atitude, tal virtude, glorifica o Cristo. Feliz o cristão que aprimora e santifica o seu caráter ao ponto de tornar-se compassivo.
Só Jesus.
O Pr. Th. D. Honoris Teologia, D.D. Serafim Isidoro oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br No Google: Serafim Isidoro textos