Geração "X"...
Geração “X”...
Quem tem mais de quarenta anos, assim como eu, certamente irá se identificar muito com este artigo, outro dia li em algum lugar, que nós, os chamados quarentões, somos a última geração que obedeceu a seus pais e a primeira que obedece a seus filhos e isso é quase verdade absoluta.
Mas muito além disso, quem já passou dos quarenta, apesar da expectativa de vida do brasileiro estar aumentando a cada dia, sabe que já viveu muito, ou como costumo falar, viveu o melhor de todos os tempos.
Assistimos ou até mesmo vivenciamos fatos históricos, mudanças ultra radicais de costumes, comportamentos, tecnologias, enfim coisas nunca antes imaginadas, relembramos de nossa infância com a impressão que ela aconteceu a mais de um século, tamanha a velocidade com que as coisas mudam em nosso cotidiano.
Nas brincadeiras de criança que nossos filhos hoje compartilham com seus amiguinhos de colégio, sim porque amizades hoje, só de colégio, já que vizinhos nem se conhecem, é possível perceber nitidamente essa mudança, nossas bolinhas de gude, nossos carrinhos de rolimã ou as bonecas de pano, parecem coisas totalmente sem graça, sem atrativo, mas para nós, naquele contexto eram o que chamam hoje de “tudo de bom”.
O saudosismo me bateu à porta e confesso a vocês que percebi uma coisa, nós os quarentões experimentamos sensações únicas, vivemos em tempos extraordinários, seja na política, no esporte, cultura ou laser as mudanças foram incontáveis.
Ditadura e democracia plena, a revolução no esporte e a tecnologia nele aplicada os valores sociais e culturais que tínhamos como parâmetro em nossa juventude, hoje nem chamados de careta são mais, simplesmente não existem. Enfim somos sobreviventes de épocas difíceis, mas quem soube ou ainda sabe distinguir o valor exato de cada coisa, de cada situação, pode hoje se recostar na sua rede e constatar admirado, vivemos e estamos vivendo o melhor dos dois tempos.
Recordar coisas do passado, comparar com o que se vê nos dias atuais, deveria ser um exercício diário, isso nos traz um aprendizado constante e nos faz entender que foi esplêndido ter passado por tudo isso, que a experiência adquirida ao longo desses anos nos serve de combustível para os próximos.
Nos faz perceber que o melhor acima de tudo é nos sentirmos preparados para transmitir essa bagagem de conhecimentos às novas gerações, pois o mundo não para, não dá meia volta, ou como se diz na linguagem jovem que nos cerca, a fila anda, moderno né?...
Adilson R. Peppes.