O sacramento da Penitência (SERMO CV)

O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA

Prof. Dr. Antônio Mesquita Galvão

Os teus pecados estão perdoados (Mc 2,5).

Considerando-se que o pecado é uma doença (e que conduz à morte), nessa sua fraqueza o homem pode contar com a presença regeneradora de Cristo que, como autêntico libertador, ergue o homem das misérias do pecado, da doença e da morte, dando-lhe perdão, alívio, consolo e, sobretudo, salvação. Nessa linha de raciocínio, pode-se inferir que a Penitência, ou Confissão, é o sacramento da misericórdia de Deus. O mesmo Espírito que está presente nos outros sacramentos, por graça divina, atua igualmente no arrependimento, confissão e perdão dos pecados.

A Penitência é chamada eufêmica, porém corretamente, de “sacramento da volta”, uma vez que retrata aquela situação quando o filho confessa o pecado ao Pai, depois que se arrependeu e decidiu voltar (cf. Lc 15, 11-32). Na Igreja nascente, o apóstolo Paulo convida a comunidade a se arrepender e a se reconciliar com Deus, a fazer bom uso do tempo atual, pois é um tempo propício de salvação (um kairós) em que Deus oferece sua amizade (cf. 2Cor 5,20-6,2). A Bíblia nos mostra algumas formas de perdão dos pecados:

• a confissão comunitária (Tg 5,16)

• a confissão sacramental (Jo 20,22s), a que liberta do pecado

• a confissão para-sacramental (Mt 3,5s) e

• a confissão com sentido de purificação (Lc 17, 14).

Falar de Reconciliação e Penitência para os homens e mulheres do nosso tempo, é convidá-los a reencontrar, traduzidas na sua própria linguagem, as própria palavras com que o nosso Salvador e Mestre Jesus Cristo quis iniciar a sua pregação: “Convertei-vos e acreditai no Evangelho” (Mc 1,15), ou seja, acolhei o anúncio jubiloso do amor, da adoção como filhos de Deus e, conseqüentemente, da fraternidade (RP 1).

A Penitência, e nunca é demais repetir, é o sacramento da misericórdia de Deus. É o reencontro amoroso do filho, que errou, com o Pai, que tem o coração cheio de perdão e misericórdia. O filho retorna arrependido e o Pai corre ao seu encontro, com as mãos cheias de carinho e perdão, e nenhuma crítica ou reprimenda.

Em audiência de 11 de março de 2010, o papa Bento XVI se referiu à experiência de “diálogo de salvação que, nascendo da certeza de ser amados por Deus, ajuda o homem a reconhecer o próprio pecado e a introduzir-se, progressivamente, nesta estável dinâmica de conversão do coração, que conduz a uma vida segundo Deus à radical renúncia ao mal”. Destacou que “é tarefa do sacerdote favorecer esta experiência” e explicou o método do Santo Cura d’Ars para que se desenvolva esse “diálogo de salvação” na confissão.

Deus nos convidou à reconciliação e nos aceitou como amigos porque ele nos ama. Nem sempre, entretanto, correspondemos a esse amor de Deus; não obedecemos seus mandamentos e não amamos nossos irmãos. Deus, porém, não abandona o homem em seu pecado. Ele não quer a morte nem a desgraça do pecador, mas, como falou pela boca do profeta, que se converta e viva (cf. Ez 33,11). Ele oferece o seu perdão, dando-nos o sacramento da Confissão ou Reconciliação para o lavacro regenerador.

Cristo veio restabelecer a amizade entre Deus e os homens, nos trouxe o perdão, que é como chamamos a Penitência. Deus ama, procura, convida o pecador à conversão para sua própria salvação. Os apóstolos haviam abandonado e negado a Cristo. Ele se apresenta no meio deles e, sem recriminá-los os saúda dizendo:

A paz esteja com vocês! (Jo 20, 19).

Sentindo o que se passava com eles (a vergonha pela fuga, o remorso do abandono e da negação), Jesus repete a saudação de paz. Depois de dar-lhes a paz e a certeza de que ainda os amava, dá-lhes o poder de perdoar os pecados:

Recebam o Espírito Santo! Os pecados daqueles que vocês perdoarem serão perdoados. Os pecados daqueles que vocês não perdoarem, não serão perdoados (cf. vv. 22-23).

Por estas palavras do Evangelho de Jesus, podemos ver que a Penitência é o sacramento da paz. Judas enforcou-se, não pelo remorso, afinal, outros erraram tanto quanto ele. A falta de fé na misericórdia de Deus roubou-lhe a paz e a esperança de vida, e sem paz ele preferiu não mais viver.

“Dos pés da cruz – ensinava Mons. Engelberto Hartmann, saudoso mestre e amigo, pároco da comunidade Nossa Senhora das Graças, em Canoas, RS – sete riachos de graça brotaram, por onde fluiu o sangue de Cristo, que são os sete sacramentos”.

Nesses sacramentos está depositado o grande tesouro da redenção. E nesse conjunto sacramental, a Penitência (ou Confissão dos pecados) assume um importante papel, na medida em que torna-se um sacramento de libertação, capaz de, libertando o homem de seu pecado, dar-lhe a paz. É por isto que muitos chamam à Penitência de “sacramento da paz”.

Santo Antônio de Pádua, referindo-se à Confissão, afirma: “Quando nós perdoamos os pecados das pessoas, estamos trazendo o sol para suas vidas” (in “Escritos Espirituais”). Quando ele terminava suas pregações, as pessoas vinham aos milhares para confessar-se, obrigando a mobilização de muitos padres para atendê-los.

Às vezes será que não falta, a pregadores e ouvintes, um pouco mais de ardor missionário e um coerente testemunho de vida e desejo de conversão? Não estamos, quem sabe, sendo, de certa forma, um obstáculo à busca desse sacramento?

No sacramento da Penitência, segundo uma lei da psicologia, Deus vem ao nosso encontro e, mediante o seu ministro, demonstra, que entre nós e ele não há mais rompimento, que o pecado desapareceu e que a adoção divina foi restabelecida. Certamente, Deus podia obter este resultado mesmo sem a palavra do seu sacerdote; mas quem não vê a diferença entre o ouvir-lhe dizer sensivelmente “Eu te absolvo, vai em paz”, como aconteceu com Madalena, e uma absolvição que fosse conferida no último da alma, mas que o penitente não ouvisse? Quem na vida já experimentou a palavra de um amigo num momento difícil e decisivo, facilmente se capacita da fineza do agir divino e da delicadeza do coração de Deus.

Sabendo que a paga pelo pecado é a morte (cf. Rm 6,23), a confissão dos pecados e o perdão sacerdotal se torna o maior monumento à misericórdia de Deus. De fato, por essa instituição, revela-se como Deus é o Pai rico em misericórdia (cf. Ef 2,4), cuja bondade perpassa todas as Escrituras.

O poder de anistiar os pecados, ensina o Concílio de Trento (DS 1701), comunicado por Jesus Cristo aos apóstolos, exercido a modo de juízo, é um verdadeiro sinal-sacramento. No coroamento deste sacramento, a absolvição significa e confere graça, porque onde não há mais culpa (onde superabundou o pecado) há (torna-se superabundante) a graça de Deus (cf. Rm 5,20).

Não existe, como é sabido, a extinção do vínculo dos pecados, se não houver uma conversão sincera e um desejo de re-união com Deus. “O ato essencial da Penitência, da parte do penitente, é a contrição, ou seja, um claro e decidido repúdio do pecado cometido, e o propósito de não mais tornar a cometê-lo” (RP 28,3).

A Igreja desde suas origens conhece e valoriza numerosas e valiosas formas de penitência: algumas litúrgicas ou para-litúrgicas, que vão, do ato penitencial da missa às funções propiciatórias e às peregrinações; outras, de caráter ascético, como o jejum. No entanto, de todos esses atos, nenhum é mais significativo, mais divinamente eficaz e mais elevado, e ao mesmo tempo mais acessível no seu rito, do que o sacramento da Penitência, tal como a Igreja oferece a seus fiéis.

É ingenuidade a pessoa julgar-se espiritualmente forte e inexpugnável às investidas das tentações. São Paulo advertiu: “Quem, pois, pensa estar de pé, cuide-se para que não venha a cair!” (cf. 1Cor 10,12). Sabedor dessa fraqueza, Jesus veio salvar (Mt 1,21; Jo 3,16), trazer vida abundante (Jo 10,10) e curar (Lc 7,21). Conhecedor da fragilidade humana tratou de instituir um sinal capaz de perdoar os pecados cometidos após o Batismo. Sim, digo isso, porque o Batismo anula os pecados cometidos antes.

Aqueles que se aproximam do Sacramento da Penitência obtêm da misericórdia divina o perdão da ofensa feita a Deus e, ao mesmo tempo, são reconciliados com a Igreja, a quem feriram pelo pecado, mas que colabora para sua conversão, com caridade, exemplos e orações” (LG 11,2; PO 5,1). Não é motivo para vergonha ou traumas a pessoa confessar-se pecador. J

esus veio por causa dos pecadores (cf. Mt 9,13), e o perdão é um ato de amor e de misericórdia de Deus, que é amor (cf. 1Jo 4,8.16).

São Gregório, um dos “Pais da Igreja” afirmou que o sacramento da Confissão é como que “um batismo laborioso”, e que para os que cometeram pecados depois do Batismo, “é necessário, para a salvação este ‘sacramento da Penitência’, como o é o Batismo para aqueles que ainda não foram regenerados”. A pessoa do padre, como ministro do sacramento da Confissão, é o sinal visível do perdão de Deus e da delimitação da penitência pelo pecado cometido.

Confissão exige e subentende conversão e humildade. Todas as investidas contra a Confissão são meras desculpas de corações, em cujo interior a conversão não ocorreu e a humildade não habita.

Entre os grandes desafios pastorais de nossa Igreja está este: “Ajudar o discernimento dos problemas da vida à luz da fé. Nesse sentido, é preciso revalorizar o sacramento da Penitência e a orientação espiritual” (SD 151,1).

Na Didaquê se fala da confissão dos pecados para que “a oferta sacrificada seja pura” (cf. Mt 5, 23s), ou seja, a oferta (a missa, a eucaristia-ação de graças) não pode ocorrer se o coração estiver em pecado. A sacramentalidade da Penitência, assim como a Igreja a celebra hoje, foi definida no século XII.

O que é necessário para que ocorra uma boa confissão? A confissão é a maior autocrítica psicológica que podemos fazer. Para celebrá-la, alguns passos importantes são necessários, como preparar-se, orar ao Espírito Santo para pedir a iluminação para um bom exame de consciência e honesta acusação dos pecados. Os passos importantes são seis:

a) exame de consciência

A própria palavra já define tudo. Trata-se de cada um rever a sua vida (e não a vida dos outros), em seus pontos principais. Como eu sou para os outros? Como sou para Deus? Como sou para comigo mesmo? É importante uma análise sincera de nossa vida particular, à luz do que Cristo ensinou e pede a cada um de nós. Nesse auto-exame devemos cuidar para não cair em muitas atenuantes modernas, como o conseqüencialismo (o que faço pode ser correto se suas conseqüências não forem descobertas), o proporcionalismo (o mal que pratico é proporcionalmente menor do que o mal que outros praticam), o individualismo (cada um vai responder por sua cabeça), e também psicologismo (onde tudo tem resposta pelo estudo da mente e do comportamento).

b) arrependimento

Não se trata de um sentimento ou um “complexo de culpa” ou um simples medo. Arrependimento é a consciência de que se ofendeu a Deus, que se rompeu com Cristo através de uma ação deliberada ou omissão. É o homem diante de sua miséria... Só a chegada ao sacramento já é uma confissão de arrependimento.

c) propósito

É a decisão, oriunda do arrependimento, de mudar. É um desejo de conversão. Mas alguém poderá dizer: “Não adianta, a gente sempre volta às mesmas faltas...” Propósito é esforço, é luta e não é certeza que não se vai mais errar. É a decisão do filho, na parábola, de voltar à casa do Pai...

d) confissão ou acusação dos pecados

Significa contar, confiantemente, nossos pecados ao padre, sem ter vergonha de fazê-lo, sem esquecer de nenhum. Não há com o que se preocupar: ele certamente já ouviu coisas iguais (ou piores). Alguém poderá dizer: “Mas Deus já sabe meus pecados!” É, de fato, ele sabe, mas ele quer perdoá-los através do padre, e este ainda não sabe.

e) absolvição

É o perdão de Deus “Eu te absolvo em nome ...” dado pelo padre. Deve ser recebido com muita fé, confiança e certeza de que nos tornamos outra vez limpos de coração, que estamos de volta à casa do Pai. É momento de grande alegria. Enquanto o padre reza a oração de absolvição, o penitente deve orar o “ato de contrição”.

f) penitência

É uma tarefa a cumprir, que complementa a Confissão. É um compromisso que o padre propõe como prova de nosso propósito e intenção de mudar. Pode ser uma oração, assistência a um ato litúrgico, um gesto de caridade ou de ajuda, bem como uma restituição. A penitência deve ser cumprida em seguida.

Enriquecendo a Confissão, de tempos em tempos, deve ser feita aquilo que costuma chamar de “Direção Espiritual”, mais na linha da “terapia” e do aconselhamento, com mais tempo para, perguntas sobre doutrinas, problemas de fé, dúvidas, etc.

Embora o efeito seja um só (perdão dos pecados e reintegração à Igreja), existem alguns tipos de Confissão, empregados de acordo com as necessidades e sob a orientação pastoral do bispo de cada diocese.

• confissão auricular

Auricular quer dizer “ao ouvido”. É a forma mais usada e radicional de celebrar o sacramento: a confissão e a absolvição são individuais;

• confissão comunitária

Reflexão, confissão genérica e pública (os penitentes levantam a mão pedindo o perdão) e a absolvição é geral. O padre não ouve os pecados. É pouco usada; só em casos excepcionais, e sob autorização do bispo;

• confissão mista I

A reflexão é comunitária, a confissão individual (auricular) e a absolvição geral;

• confissão mista II

Reflexão comunitária, confissão e absolvição individuais.

sinais da Penitência

matéria : o arrependimento dos pecados e o

propósito de conversão; (alguns teólogos chamam

de “quase matéria”)

forma: “Eu te absolvo dos teus pecados, em nome

† do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!”

ministro : o padre;

efeitos : perdão dos pecados, restabelecimento

do canal de graça entre o homem e Deus,

libertação e consciência da misericórdia de Deus;

gesto: sinal da cruz e imposição das mãos.

coisas práticas

O sacramento da Confissão é segredo inviolável. Nós podemos fazer uma coleção de defeitos que padres conhecidos nossos têm. Mas duvido que alguém indique um que tivesse violado o segredo da Confissão. E depois, é muita presunção nossa querer que o padre, dentre as milhares de pessoas que atende, vá lembrar justamente dos nossos pecados.

Existem diversos casos de martírio e tortura sobre confessores que preferiram morrer do que quebrar o sigilo da Confissão. São João Nepomuceno (séc. XIV) é padroeiro dos confessores. Sendo confessor da rainha, quis o rei conhecer os pecados de sua esposa. Nepomuceno preferiu a tortura e a morte do que revelar o segredo das confissões que ouvira.

Algumas pessoas costumam dizer: “Ah! eu só me confesso a Deus! O padre é homem como eu” Ótimo, que bom que o padre é homem como a gente! Já pensaram, como seria incômodo confessar a um anjo, e falar-lhe de tentação, de desejos de vingança, de fraude. Ele iria perguntar: “O que é isto?”. Sendo pessoa humana como a gente, o padre está apto a entender nossas falhas e fraquezas.

Mas é interessante. Certas pessoas não aceitam o padre para a Confissão. Preferem a “ligação direta” com Deus. Por que, esses mesmos, pedem padre para casá-los, para batizar seus filhos ou encomendar seus defuntos? Por que não fazem isso também direto com Deus? Engraçado, não? Essas pessoas têm aplausos para casamentos e batizados, e para a Confissão não.

Se Deus quisesse, poderia ter libertado o povo hebreu no Egito, através de um passe de mágica, mas preferiu utilizar-se de um instrumento, Moisés, com todos os seus defeitos, e uma penitência de quarenta anos.

O axioma “a confissão foi inventada pelos padres” nasceu nos ambientes maçônicos da Europa, assim como de origem maçônica é a afirmação que a confissão é até válida, para colocar freios nas moças e mulheres casadas.

Uns dizem: “Eu contar isso ao padre? Nunca!” No entanto contam aos amigos(as), às vezes até aumentando, as bravatas e aventuras. Outros, animados pelo espiritismo e por algumas crenças orientais (em especial o SEICHO-NO-IÊ) afirmam: “Pecado não existe mais! Já era...” Essa perda do sensum peccati foi o que Pio XII disse ser o maior mal do século XX. Só alguém muito ingênuo ou mal intencionado que pode viver sem ver pecado em nada, como certas pessoas afirmam. Nunca se deve omitir, por medo ou vergonha, a confissão de um pecado grave; o sacramento seria inválido e a Eucaristia sacrílega.

Cuidado com a “Confissão rodízio”! Tem gente que confessa semanalmente com cada padre da cidade, em sistema de rodízio, e tome pecar! No rodízio ele só vai voltar a encontrar-se com o mesmo padre dali a dois ou três meses, parecendo justo e santo. Está enganando a quem ? A ele mesmo!

Quando confessar? Respondo com outra pergunta: “quando você deve tomar banho? Quando a senhora deve limpar a casa?”. Nessa matéria, é importante que o cristão assuma critérios da Igreja e não, como adverte São Paulo, “amoldar-se ao espírito deste mundo...”(cf. Rm 12,2).

O pecado não é algo simplesmente subjetivo, mas objetivo. Onde o homem quiser acertar suas contas sozinho com Deus, facilmente se pode iludir, confessando seus pecados não a Deus, mas a si mesmo, ao deus que ele mesmo cria para si. Não posso deixar que apenas minha consciência seja juiz, pois ela pode estar mergulhada e deteriorada pelo erro. Como preciso de um médico para o corpo, que examina melhor minha doença, assim também necessito de um médico para a alma. É mais difícil sair do poço sozinho do que recebendo ajuda de fora. Analisa melhor o problema quem não está imerso nele.

O Papa destacou também que, “nas condições de liberdade em que hoje é possível exercer o ministério sacerdotal, é necessário que os presbíteros vivam em ‘algo grau’ a própria resposta à vocação”. E isso “porque só quem se converte cada dia em presença viva e clara do Senhor pode suscitar nos fiéis o sentido do pecado, dar ânimo e despertar o desejo do perdão de Deus”.

A presença do sacerdote no confessionário é uma ajuda “para que o fiel possa encontrar misericórdia, conselho e consolo, sentir-se amado e compreendido por Deus e experimentar a presença da misericórdia divina, junto à presença real na Eucaristia”, indicou o papa.

Como confessar-se? É bem simples! Aproxime-se do padre (no confessionário ou fora dele) e peça para confessar. Faça o sinal da cruz, diga quanto tempo faz de sua última confissão, e serenamente conte aquilo que o seu exame de consciência acusou como pecado. Confesse os seus pecados e não os pecados dos outros. Ouça os preceitos doutrinários que ele vai expor e, quando solicitado, reze o “ato de contrição”. Após absolvido, saia dali e, de imediato, cumpra a penitência. Se o padre disser, “louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!”, no início ou no fim da Confissão, responda “para sempre seja louvado!”.

Como se faz um exame de consciência? Existem diversos jeitos.

• Quanto tempo faz que me confessei pela última vez ?

• Eu me aproximo do sacramento da Penitência com desejo sincero de purificação, conversão, renovação de vida e amizade mais profunda com Deus?

• Ou, pelo contrário, o considero como um fardo que se deva receber raramente?

• Quais meus pecados mais graves?

• Em que tipo de pecado tenho apresentado maior fraqueza?

• Onde falhei? No amor a Deus? Na caridade para com meu próximo?

• Sou honesto em meus negócios?

• Tenho vícios graves?

• Sou fiel em minha vida matrimonial e familiar?

• Sou justo nas relações com outras pessoas? (pecados pessoais) Omiti-me em algo que deveria ter feito?

• Alimentei algum sistema ou estrutura de pecado? (pecados sociais).

• Tenho esquecido ou omitido, deliberadamente, algum pecado grave em minhas confissões anteriores?

• Cumpri as penitências que me foram impostas?

• Reparei injustiças cometidas por mim?

• Tenho me esforçado por colocar em prática os propósitos de ajustar minha vida às exigências e interpelações do Evangelho de Cristo?

O Sacramento da Penitência nos tira das trevas do pecado, recolocando-nos na alegria da graça de Deus.

subsídios bíblicos sobre o sacramento da Penitência

Mt 6,14s; Lc 15, 11-32; Jo 20, 21ss; Ef 2, 4-10; Tg 5,15;

1Pd 4,8.

Trecho da pregação em um retiro de jovens, em Santa Maria, RS, em 2005. O autor é Doutor em Teologia Moral e autor demais de cem livros, entre eles “Sacramentos. Sinais do amor de Deus”. 3ª. edição. Ed. Vozes, 1998.