A NATUREZA AGRADECERÁ, E A VIDA VAI PERMANECER!

Prof. Dr. Ernandes Reis

Mestre em Educação

Doutor em Filosofia

Presidente da ACEIB.

Quem é o homem? Como este se relaciona com os outros seres? O que significa uma comunidade moral? O que é um ser humano? Qual a diferença entre homem, ser humano e os demais seres? Tais questionamentos somente são possíveis, porque o homem precisa saber quem realmente é, ou seja, descobrir a diferença essencial entre ele e tudo que o cerca.

Até o final da Idade Média, o relacionamento do homem com a natureza era de medo; o desconhecimento das leis naturais levou-o a atribuir as mesmas ações espirituais. A experiência de ver as situações acontecerem, independentemente de sua intervenção, produzia um sentimento de inferioridade em relação às forças da natureza, vistas como manifestação do sobrenatural.

A partir da Idade Moderna, ele adquiriu maior compreensão do seu potencial racional e percebeu que nenhum outro ser possuía tamanha capacidade. Ademais, soube que tal capacidade é superior à dos outros viventes. A partir desse momento, sua relação com a natureza passou a ser de dominação. O homem descobriu que não precisava temê-la, mas não entendeu, simultaneamente, o quanto precisava dela! Eis a razão pela qual, no primeiro momento da descoberta, não lutou por sua preservação, mas trabalhou em prol da destruição.

Sendo um ser de razão, significa que é capaz de reconhecer seus erros e reverter o processo realizado. Afinal, verdade e homem são duas realidades inseparáveis! Este naturalmente busca a verdade, pois sua razão não se satisfaz com o falso. O verdadeiro é uma espécie de alicerce, recife, base ou porto seguro para o homem. A verdade é a lanterna que guia seu caminho desejado.

Atualmente, ele sabe que a maior verdade é a respeito de uma possível destruição do meio ambiente; e o homem estará no grupo das primeiras espécies extintas. Certo dessa realidade, não há alternativa. Lutar pela sobrevivência do meio ambiente significa batalhar por sua própria sobrevivência, usando sua capacidade racional. Finalmente, ele percebeu a irracionalidade de seus gestos, agindo como SENHOR da natureza - não como seu parceiro. E sempre produziu, pouco a pouco, seu completo fim. A natureza, em seu barulhento silêncio, despertou-o do sono da destruição que se desenvolvia na certeza de ser o ENTE MAIS INTELIGENTE. Eis a razão para que não precisasse questionar seus atos.

Diante da iminência de que é finito, o homem redescobre que ele é o SER MAIS INTELIGENTE, porém não é infalível; razão pela qual precisa ouvir os ruídos dos demais. A luta pela sobrevivência do meio ambiente e do homem não precisa de feitos grandiosos; pode se realizar por atos pequenos e significativos. Um bom exemplo é a distribuição seletiva do lixo. Ainda que um caminhão próprio não faça a coleta seletiva, pode-se encaminhar para ONGs (Organizações Não governamentais) ou a associações, ou a qualquer outro grupo social recipientes recicláveis, etc. A verdade é que, tomando iniciativas simples – porém, conscientes -, e educando as pessoas a assumirem seus respectivos compromissos frente à sustentabilidade do futuro, certamente A NATUREZA AGRADECERÁ, E A VIDA VAI PERMANECER.