“THE CONTENDER: O 2º ROUND!”

“THE CONTENDER: O 2º ROUND!”

(O DEBATE DOS PRESIDENCIÁVEIS)

Não estava nos meus planos, mas resolvi assistir ao debate dos presidenciáveis, sentei-me diante da telinha com a mente desarmada, procurei ser objetivo, não iria ver o “meu candidato” queria apenas ver o que os sobreviventes da campanha eleitoral do 1º turno tinham a apresentar a nossa nação Tupiniquim.

Para minha surpresa estava tudo montado, o ringue, os gladiadores em seus postos, o árbitro ao centro da arena. Logo pensei, deverá ser uma oportunidade ímpar para tentar analisar àqueles que dizem estarem aptos a governar o nosso continente brasileiro.

A oposição logo mostraria toda a sua vontade de nocautear o favorito lutador, vez por outra algum golpe baixo, a disputa acirrada revelou a toda a nação o quanto os dois pretensos candidatos a presidente estão metidos em várias improbidades, o quanto eles se preocupam com o nosso povo, já que ficamos na platéia a ver navios, ou melhor, a ver tanta “bravata”, que nem a cor vermelha e amarela das gravatas fez a diferença!

O favorito fazendo o tipo carismático, querendo identificar-se com a massa alienada e que ainda sonha, por mais decepções que possa sofrer, com a grande fatia desse nosso povo sem educação, que não consegue distinguir nem mesmo o seu voto na hora de ir às urnas, digo isso com experiência, pois trabalhei e irei trabalhar de presidente de sessão eleitoral, este tomou logo o lugar de vítima, vestiu a personagem de mocinho no bang e bang de acusações verbais que sucederam durante as duas horas que o debate se estendeu.

E eu achando que no próximo bloco a coisa mudaria, contudo enquanto um chama o outro de mentiroso o outro responde: _ Não seja leviano! Não acredito que mereçamos tanto, tanto descaso, tanta falta de respeito. As mesmas promessas, a mesma conversa fiada e as mesmas discussões tolas.

Como ouvi alguns dias atrás: _ Ninguém merece! Mas parece que merecemos mesmo, vi alguém dizendo que o debate foi o melhor dos últimos que aconteceram (um repórter conhecido nacionalmente), pensei, que bom não ter assistido aos outros!

Falaram tanto em bilhões, milhões que foram gastos de forma errada, que compraram isso, que foram desviados, que surgiram não sei de onde, e nós? Os milhões de brasileiros desempregados como ficamos ouvindo tudo isso? Ficamos diante da telinha bocejando da triste realidade que chegamos, ou melhor, que construímos.

Acredito mesmo nos cientistas políticos que estão afirmando: “O debate empatou!” Como expressa meu avô: “Impatou” (impediu) de vermos realmente quem é o pior para suceder no cargo eletivo a presidente do nosso continente. “Empatou” mais uma vez que o povo participasse do processo de construção de um plano de governo, já que não foi dito como poderemos fazer desenvolver o nosso país.

Estes farsantes que vêm com as mesmas máscaras e o nosso povo ainda acredita em partido, ainda vota por simpatia, apatia, empatia, ainda vota na cor da bandeira, esquecendo-se de sua história, povo sem memória!

Precisamos de um presidente que tenha a cara do Brasil, alguém disse. Gostaria de saber qual cara? E de qual Brasil? O debate não passou de uma encenação armada, por cada equipe, as respostas, a postura, a metodologia foi toda arquitetada de maneira que não foi em nós que eles pensaram, mas quem seria o melhor (ou o menos ruim?) em quem deixaria o outro sem resposta, mas na verdade quem ficou sem resposta fomos nós e ainda tivemos que dormir mais tarde para acordar cedinho na segunda para trabalhar. Não preciso assistir ao próximo já que esse tipo de debate não influencia em minhas decisões, apenas me envergonha de fazer parte de um processo de politização que não considera a parte mais relevante, que somos nós os eleitores, por isso pense bem, faça a sua melhor escolha, quando não temos muitas alternativas podemos decidir pelo que nos resta.

Não pretendo tomar partido ou indicar ninguém, minha intenção foi a de comentar como cidadão brasileiro o debate que poderia ter sido o mais relevante para ajudar em nossa escolha pena que os candidatos não pensaram assim.

Luciano Costa

11/10/2006

Antonio Luciano da
Enviado por Antonio Luciano da em 12/10/2006
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