As dores e as mudanças.
Clara estava pensativa, sempre quisera ter um tempo para si mesma; ouvir música, ler, assistir seus vídeos prediletos, ficar com os filhos...
Porém, o corre corre diário, as mil atribuições que fazia questão de abraçar, impediam-na de concretizar esses “pequenos” desejos.
Ah, quanto tempo desperdiçado com assuntos de pouca relevância. Se pudesse voltar no tempo certamente faria tudo diferente.
Contudo, a realidade nesse momento era outra, e graças a osteoartrose - doença degenerativa que atinge as articulações diartrodiais - , que lhe atacara há 2 meses obrigando-a a diminuir o ritmo, poderia ter esse tempo para si mesma.
Agora poderia ler, ver seus vídeos, papear com os filhos...
Os amigos ao visitá-la, compadecidos de sua situação, tentavam encorajá-la com palavras de conforto.
Aos mais íntimos ,Clara respondia:
- Sim amigos, não obstante a enfermidade, posso fazer tudo que sempre tive vontade; ler, curtir meus filhos, ouvir minhas músicas... Tenho mais é que agradecer e aproveitar esses momentos, porquanto, foi a custa da osteoartrose que pude refletir, fazer um balanço e ver que estava negligenciando a mim mesma.
- Quantas vezes não deixei de fazer coisas que gosto para atender atividades que não me davam prazer algum, e pior, já não me acrescentavam mais nada. Sim amigos, graças a enfermidade, pude voltar a viver!
Necessitamos despertar à novos valores e quebrar paradigmas que nos impedem de evoluir.
E freqüentemente a enfermidade, os momentos difíceis, nos imprimem uma nova visão de mundo.
Valores que estavam negligenciados, esquecidos mesmo, passam a ter grande peso.
Melhor ainda quando começamos a enxergar novos horizontes.
Começamos então a olhar a vida sob novo prisma.
Este é o começo do progresso, porque deixamos para trás modelos mentais que estavam impedindo nosso livre raciocínio.
As dores, as dificuldades, os empecilhos, estes vão embora, não são eternos, porém, a experiência advinda destes fatores que muitas vezes nos fizeram chorar, no futuro, se bem administrados nos mostrarão os caminhos a seguir.
Portanto,diante de dores e dissabores, em vez de reclamar, melhor questionar:
- O que a vida está querendo me ensinar?
- Qual a melhor forma de absorver estes ensinamentos?
Dessa forma estaremos abertos a novas perspectivas e prontos para a evolução, que é sem duvida nosso destino.
Pensemos nisso!