IMORTALIDADE DA ALMA parte I




 
“... Ninguém morre antes da hora.” Montaigne, filósofo francês
“Há tempo de nascer, e tempo de morrer...”Eclesiastes 3:2
 
 
Existem três perguntas que já passou pela cabeça de qualquer ser humano. Quem somos? De onde viemos? Para onde iremos? Parece jargão ou, para muitos, um surto paranoico. O que fazemos com essas indagações? Nosso artigo tentará trazer luz sobre a última pergunta. Por ser temas muito comentados e que exige pesquisa e cuidado teórico, trataremos apenas dessa: Para onde iremos?

O evento que nos preocupa e que nos impulsiona a buscar resposta para esta pergunta é a Morte.

A Morte é o destino inexorável de todos os seres vivos. Todo ser é premiado com ela um dia, só não sabemos quando. Diz o ditado: ”Basta estar vivo para morrer”, e é uma grande verdade. Sabemos que a qualquer momento partiremos, mas para onde?
Só o homem tem a consciência da sua própria Morte. Por perceber sua limitação ele aguarda ansiosamente seu destino post mortem. A crença na imortalidade, na vida após a morte, é o reflexo de recusar a destruição e o anelo da eternidade. Muitos estudos sobre este tema feito a partir de achados arqueológicos de culturas dos primórdios apontam a visão sobre a Morte. Percebemos que nessas culturas haviam cultos aos mortos, não como um sinal de despedida ou fim, mas de passagem para um outra realidade. A morte daqueles que amamos e a eminência da própria morte estimula a crença a respeito da Imortalidade. Segundo Jaspers, “existe algo em nós que não se pode crer suscetível de destruição”. Por isso é inevitável que desde o início da cultura humana o recurso da fé religiosa tenha aplacado o temor diante do desconhecido.

Negar a Morte é negar a própria vida. A morte como clímax de um processo é o desfecho de várias mortes. Se pensarmos que a Morte é uma perda, então o nascimento é a primeira morte, porque é a primeira separação ou perda.

O cordão umbilical é uma espécie de órgão que vai se formando conforme o crescimento do bebê no interior do útero. Ele promove uma ligação inseparável com a mãe, como se ela e seu filho fossem um único ser. Por meio do cordão umbilical o bebê é alimentado e nutrido até estar pronto para sair do ventre e então ser, definitivamente, separado de sua progenitora com o rompimento radical desse elo
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Quando rompido o cordão umbilical, a antiga e cálida simbiose do feto no útero é substituída pelo enfrentamento do novo ambiente. Houve então a separação.





ENSAIOS DE VIDA. Edinaldo Formiga. São Paulo: 02/11/10.
Edinaldo Formiga
Enviado por Edinaldo Formiga em 03/11/2010
Código do texto: T2593635
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