A NOVA VERGONHA BRASILEIRA

A NOVA VERGONHA BRASILEIRA

A família brasileira nos últimos anos vem passando, por momentos difícieis, de transformações profundas. Na sua estrutura, no comportamento, nas relações e inter-relações, que deslizam vagarosamente para o cadafalso. A cada minuto que passa vejo a situação do povo brasileiro mais horrenda, inacreditável e deprimida. Uma pequena maioria aproveita as benesses com que ganha, lícita ou ilicitamente e ainda faz beicinho prá gente. E o mais hilariante que possa parecer é que as penas são brandas e dóceis. É de fazer vergonha a qualquer ser humano que tenha conhecimento, ou esteja acompanhando o desenrolar de nossas atividades políticas. O quadro de corrupções, o écran político quase generalizado, não mudou. Muitos daqueles que estão envolvidos em falcatruas e pediram demissão para não ser punidos, agora voltam com mais gás e energia, para aguçar seus instintos “gulosais”. Os astros entram em cena, a cueca foi esquecida, lavada e enxugada, a partilha bem dividida e definida, os culpados e os suspeitos voltam satisfeitos com o apoio popular. Querem ver os desonestos comandando e fazendo leis, que poderão desmoronar mais ainda a Serra da Boa-Esperança.

Essa semiotécnica das punições, esse, “poder ideológico”, pelo menos em parte, vai ficar suspenso e será substituído por uma nova anatomia política em que o corpo novamente, mas numa forma inédita, será o personagem principal. São os “representantes” do povo que entrarão de novo na ilha da fantasia. Essa anatomia política tem uma geração forte e sua ostentação e ornamentação é um simples passar de mão sobre a cabeça. O parlamento deve aprender a arte de punir deve, portanto repousar sobre toda uma tecnologia da representação. Não levando as coisas para o campo natural e estabelecer para o crime um castigo e não um presente, como ocorreu no pleito eleitoral passado. É medir forças em relação ao poder de mando, mas os desmandos parecem corroer as cabeças pensantes desse país, farto de corruptos e pobre de líderes. Estamos entre a cruz e a espada, o suplicio está sempre presente no coração do homem fraco e que domine o sentimento para que eles não nos arrastem para o crime.

Afirmam os estudiosos que a punição ideal será transparente ao crime que sanciona; assim, para quem a contempla, ela será infalivelmente o sinal do crime que castiga; e para quem sonha com o crime, a simples idéia do delito despertará o sinal punitivo. No Brasil a mitigação da pena tem efeito de abrandar, amansar; suavizar, aliviar; diminuir, aclamar, atenuar e amainar.

No período de (1964 a 1984) a grita era geral. Nesse tempo, para os que gostavam de obedecer friamente a “lei do Gerson”, não se conformavam. O palco está aberto novamente à renovação não passou de minoria, as mesmas águias continuam a voar a cata da carniça humana. O Nordeste é sempre esquecido, esbaforido, somos um povo sofrido, discriminado, a espreita de uma ação benéfica, mas o pensamento maléfico dos que cultivam a indústria da seca continuam na contramão da ação, na diretriz da corrupção. É um beco sem saída. É um arco-íris, que o lendário popular afirma, que na ponta está o ouro, o tesouro. Essa ponta é o Nordeste, pois os cabras da peste não solucionam nada preferem o “arco-íris” para faturar sempre. Nessa cena de horror e terror o papel do povo e ambíguo, será uma liturgia dos suplícios, uma coisa é certa e inquestionável, diante da justiça do soberano, todas as vozes devem-se calar. Será que os corruptos desse país não acreditam no suplicio penal? O suplicio penal não corresponde a qualquer punição corporal; é uma produção diferenciada de sofrimentos, um ritual organizado para marcação das vítimas e a manifestação do poder que pune; não é absolutamente a exasperação de uma justiça que, esquecendo seus princípios, perdesse todo o controle. Nos “excessos” dos suplícios, se investe toda a economia do poder. O grande Mestre sempre afirmava: “Vigiai e Orai”, “Ide e Pregai”, já o conhecidíssimo Michel Foucault afirma que o direito está em “Vigiar e Punir”. O de devemos fazer é: incentivar a ética, acabar com a indisciplina, dizimar a violência em todos setores, na família, na escola, na política, nas religiões enfim o que queremos é a paz. O fenômeno brutal da corrupção deve ser analisado em suas causas, princípios, nas suas articulações, na moral e na ética, e que soluções sejam implementadas com a finalidade de pelo menos minimizar esse câncer, esse problema atual e controverso no cenário político brasileiro e que interfere diretamente no cotidiano da vida do povo brasiliano.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-ESTUDANTE DE JORNALISMO DA FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA (FGF)/ MEMBRO DA ASSOCIAÇÃO CEARENSE DE IMPRENSA(ACI) E ACADÊMICO DA ALOMERCE( ACADEMIA DE LETRAS DOS OFICIAIS DA RESERVA DO ESTADO DO CEARÁ).

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 07/10/2006
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