Em vez de soco na cara ou no estômago, podemos acabar com um tiro na nuca.

O artigo a seguir foi escrito no final de 2009, pelo economista

Rodrigo Constantino - autor de 5 livros.

Ele assina a coluna "Eu e Investimentos", do jornal Valor Econômico; também é

colunista do jornal O Globo; além de ser Membro-fundador do Instituto Millenium; e

vencedor do prêmio Libertas em 2009, no XII Forum da Liberdade.

Seu curriculum vai muito além do que está listado acima,

é extenso e respeitável. Segue seu artigo:

" Serra ou Dilma? A Escolha de Sofia."

(por Rodrigo Constantino )

"Tudo que é preciso para o triunfo do mal

é que as pessoas de bem nada façam." (Edmund Burke)

Agora, praticamente é oficial: José Serra e Dilma Rousseff são as duas opções

viáveis nas próximas eleições. Em quem votar? Esse é um artigo que eu não gostaria

de ter que escrever, mas me sinto na obrigação de fazê-lo.

Os antigos atenienses tinham razão ao dizerem que assumir qualquer lado é melhor do

que não assumir nenhum?

Mas existem momentos tão delicados e extremos, onde o que resta das liberdades

individuais está pendurado por um fio, que talvez essa postura idealista e de longo

prazo não seja razoável.

Será que não valeria a pena ter fechado o nariz e eliminado o Partido dos

Trabalhadores Nacional - Socialista, em 1933, na Alemanha, antes que Hitler pudesse

chegar ao poder? Será que o fim de eliminar Hugo Chávez justificaria o meio

deplorável de eleger um candidato horrível, mas menos louco e autoritário? São

questões filosóficas complexas. Confesso ficar angustiado quando penso nisso.

Voltando à realidade brasileira, temos um verdadeiro

monopólio da esquerda na política nacional.

PT e PSDB cada vez mais se parecem.

Mas também existem algumas diferenças importantes.

O PT tem mais ranço ideológico, mais sede pelo poder absoluto, mais disposição para

adotar quaisquer meios, os mais abjetos, para tal meta.

O PSDB parece ter mais limites éticos quanto a isso.

O PT associou-se aos mais nefastos ditadores, defende abertamente

grupos terroristas, carrega em seu âmago o DNA socialista.

O PSDB não chega a tanto.

Além disso, há um fator relevante de curto prazo:

o governo Lula aparelhou a máquina estatal toda, desde os três poderes, passando

pelo Itamaraty, STF, Polícia Federal,ONGs, estatais, agências reguladoras, tudo!

O projeto de poder do PT é aquele seguido por Chávez, na Venezuela; Evo Morales, na

Bolívia; Rafael Correa, no Equador.

Enfim, todos os comparsas do Foro de São Paulo. Se o avanço rumo ao socialismo não

foi maior no Brasil, isso se deve aos freios institucionais, mais sólidos aqui, e

não ao desejo do próprio governo.

A simbiose entre Estado e governo na gestão Lula foi enorme.

O estrago será duradouro.

Mas quanto antes for abortado,melhor será: haverá menos sofrimento no processo de

ajuste.

Justamente por isso acredito que os liberais devem olhar para este aspecto

fundamental, e ignorar um pouco as semelhanças entre

Serra e Dilma. Uma continuação da gestão petistaatravés de Dilma, é um tiro certo

rumo ao pior.

Dilma é tão autoritária ou mais que Serra, com o agravante de ter sido uma

terrorista na juventude comunista, lutando não contra a ditadura, mas sim por outra

ainda pior,

aquela existente em Cuba ainda hoje.

Ela nunca se arrependeu de seu passado vergonhoso; pelo contrário, sente orgulho.

Seu grupo Colina planejou diversos assaltos.

Como anular o voto sabendo que esta senhora poderá ser nossa próxima presidente?!

Como virar a cara

sabendo que isso pode significar passos mais acelerados

em direção ao socialismo bolivariano?

Entendo que para os defensores da liberdade individual, escolher entre Dilma e Serra

é como uma escolha de Sofia.

Mas anular o voto, desta vez, pode significar

o triunfo definitivo do mal.

Em vez de soco na cara ou no estômago, podemos acabar com um tiro na nuca.

Dito isso, assumo que votarei em Serra.

Meu voto é anti-PT acima de qualquer coisa.

Meu voto é contra o Lula, contra o Chávez, que já declarou abertamente apoio à Dilma.

Meu voto não é a favor de Serra.

No dia seguinte da eleição, já serei um crítico tão duro do governo Serra, como sou

hoje do governo Lula.

Mas, antes é preciso retirar a corja que está no poder.

Antes é preciso desarmar a quadrilha que tomou conta de Brasília.

Só o desaparelhamento de petistas do Estado

já seria um ganho para a liberdade,

ainda que momentâneo.

Respeito meus colegas liberais, que discordam de mim e pretendem anular o voto. Mas

espero ter sido convicente de que o momento pede um pacto temporário com a barbárie,

como única chance de salvar o que resta da civilização - o que não é muito, mas é o

que hoje devemos e podemos fazer!

REPASSE, SEM MODERAÇÃO!!

Duquesa do Apocalipse
Enviado por Duquesa do Apocalipse em 27/10/2010
Código do texto: T2582103