ESTÁ O CRISTÃO OBRIGADO A PAGAR DIZIMOS?

A Lei de Moises obrigava o judeu a pagar 10% da sua renda anual para a manutenção do Templo e dos Sacerdotes. Tal contribuição compulsiva é conhecida como Décima Parte ou Dízimo. Muitas vezes os Judeus não pagavam esse dízimo estipulado pela Lei, isso se passava no tempo de Malaquias. Leia o que este profeta escreveu: Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes. Tornai vós para mim, e eu tornarei para vós diz o Senhor dos exércitos. Mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Vós sois amaldiçoados com a maldição; porque a mim me roubais, sim, vós, esta nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal bênção, que dela vos advenha a maior abastança. - Malaquias 3:7-10. Atualmente em muitas igrejas evangélicas os pastores usam esta passagem bíblica para coagir os fieis a pagaram os dízimos. Assim surge a pergunta: Está o cristão verdadeiro obrigado a pagar dízimos?

Os grandes líderes evangélicos no Brasil, que são quase todos bem ricos, respondem sim a essa pergunta. Os fieis crentes também respondem sim. Mas que dizem as Escrituras Sagradas sobre esse assunto?

Em primeiro lugar a Lei de Moisés foi dada exclusivamente ao povo hebreu circunciso. Também representava o Pacto feito com o Israel natural no monte Sinai tendo Moisés como mediador, inaugurado com a aspersão de sangue de animais sobre o altar e o povo. Infelizmente porém, o Israel natural muitas vezes deixou de cumprir o pacto, violava os 10 mandamentos vez após vez, praticando idolatria, violando os sábados, não pagando os dízimos etc. Por causa dessa infidelidade do povo judeu, bem como por terem rejeitado e assassinado o Messias que o Senhor Deus lhes tinha enviado, a nação judaica foi rejeitada como povo de Deus e o Reino de Deus seria dado a outro povo. Não acredita? Veja o que o próprio Messias ou Cristo falou: Disse-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular; pelo Senhor foi feito isso, e é maravilhoso aos nossos olhos? Portanto eu vos digo que vos será tirado o reino de Deus, e será dado a um povo que dê os seus frutos. – Mateus 21:42,43. Logicamente esse povo que produziria seus frutos seria a verdadeira Igreja ou Congregação de Jesus Cristo. Leia e medite no livro de Atos e nas epístolas e vai ver que assim é. E se a nação judaica foi rejeitada por Deus a Lei mosaica que regia essa nação não estava mais em vigor. A nova nação que passou a ter a aprovação Divina era constituída por dois povos: Judeus e Gentios (pessoas das nações). Portanto os cristãos do primeiro século pertenciam a estes dois povos. Dado que os judeus em geral desprezavam os gentios era natural que o apóstolo Paulo falasse muito da Lei do amor. Se ambos os povos seguissem essa Lei do Amor haveria paz entre cristãos judeus e cristãos gentios. Segundo Paulo foi justamente por isso que a Lei de Moisés foi abolida na estaca de tortura de Jesus Cristo. Isso é o que nos diz Efésios 2:13-16: Mas agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, por meio da sua carne ele aboliu a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos contidos em ordenanças, para criar, em si mesmo, dos dois um novo homem, assim fazendo a paz e pela estaca de tortura reconciliar ambos com Deus em um só corpo, tendo por ela matado a inimizade.

Portanto se a Lei de mandamentos e ordenanças foi abolida, os cristãos não mais estão debaixo da Lei mosaica, mas sim sob a Lei do amor. Assim o cristão não está mais obrigado a guardar certos preceitos da lei mosaica tais como: Ir três vezes por ano a Jerusalém adorar no Templo, pois ele não existe mais, levar os dízimos à casa do Tesouro, pois ela não existe mais. Mas como então seria financiada a grande obra de evangelização? E tanto mais que o próprio Jesus Cristo falou as seguintes palavras: Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai. - Mateus 10:8. Então se os discípulos não poderiam cobrar pelo seu ministério, como poderiam então arcar com as despesas que certamente apareceriam, tais como as muitas deslocações, o aluguel de locais para se reunirem etc.? Examinando as Escrituras vamos encontrar a resposta a essa pergunta. Para já podemos dizer que nas Escrituras Gregas ou Novo Testamento em nenhum lugar é questão de compelir os discípulos de Jesus Cristo a pagarem dízimos. O apóstolo Paulo nos fala muito sobre isso: Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem sob compulsão; porque Deus ama o doador animado. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda boa obra; - 2 Coríntios 9:7,8. A um momento dado a Judéia estava passando por uma grande fome, então os irmãos de Corinto enviavam dinheiro para ajudar os seus irmãos judeus. Como isso era feito? Por meio de coletas humilhantes ou imposição de dízimos? Deixemos que o apóstolo Paulo nos diga como isso devia ser feito: Ora, quanto à coleta para os santos fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galiléia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder, conforme tiver prosperado, guardando-o, para que se não façam coletas quando eu chegar. – 1 Coríntios 16:1,2.

Estas frases citadas por Paulo: contribua segundo propôs no seu coração e cada um de vós ponha de parte o que puder, conforme tiver prosperado, mostram claramente que as contribuições para a obra de Deus eram estritamente voluntárias.

E só deixaram de ser voluntárias quando os lideres cristãos deixaram de apascentar os seus rebanhos segundo o modelo de Jesus e seus apóstolos. Note o que escreveu o apóstolo Pedro: Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não sob compulsão, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por ganho desonesto, mas com anelo; nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho. – 1 Pedro 5:2,3.

Nos séculos seguintes após morte dos apóstolos, os lideres cristãos apóstatas tomaram o domínio sobre os fieis e começaram a impor cargas financeiras pesadas aos seus rebanhos, por isso se construíram, Basílicas, Catedrais e igrejas suntuosas. Depois houve a reforma protestante de Martinho Lutero, mas o amor pelo ganho desonesto por parte dos líderes da cristandade continuou até aos nossos dias.

Portanto amigo leitor, se desejar contribuir para a obra, que achar que é a de Deus, não precisa pagar dízimos, mas faça-o voluntariamente de coração!