Algo mais sobre o plágio

Romeu Prisco

Imagine-se, caro leitor, descarregando a sua caixa postal e recebendo uma mensagem, exatamente como segue:

----- Original Message -----

From: Prisco

To: < Undisclosed-Recipient >

Sent: Friday, September, 29, 2006 22:20 PM

Subject: Ofertório - trova

Ofertório

A ti, Princesa, eu te revelo

esta canção, que um trovador

virá cantar pelo castelo

do teu, do meu, do nosso amor !

-----------------------------------------------------------

Gostou ? Se gostou, então, talvez você dissesse: "puxa, esse tal de Prisco leva jeito pra poeta". Claro, não poderia ser outra a conclusão, já que não há nenhuma ressalva, na mensagem, dizendo tratar-se de "repasse", como também não há nenhuma ressalva dizendo tratar-se de "autor desconhecido". Destarte, o autor do texto só pode ser o remetente da mensagem. Esta, pelo cabeçalho, funciona como se fosse o seu papel timbrado.

Pronto ! Eis aí um caso típico de plágio, que ocorre com muita freqüência na internet. O plágio se dá não só com a cópia disfarçada de obra alheia, mas, igualmente, quando se dá a entender que a obra alheia é de sua autoria, colocada e divulgada naquele papel timbrado. Neste particular, pelo nível cultural de quem o faz, não cabe alegar ingenuidade, ignorância e nem boa intenção. O assunto já virou carne de vaca. É mais do que público e notório.

Todavia, esse tipo de plagiador não gosta de ser chamado de plagiador. Quando isto ocorre, ele se sente ofendido. Assim sendo, e a fim de evitar conflitos, quem sabe possamos escolher um substantivo de menor impacto para substituir o outro. Que tal "garimpeiro de letras preciosas" ? É isso ! Doravante, neste país das siglas, vou passar a tratá-los por GLP (não confundir com gás liquefeito de petróleo).

Ah ! Quase ia esquecendo. A trova "Ofertório" é de autoria do poeta paulista Guilherme de Almeida, já falecido, ex-Príncipe dos Poetas Brasileiros.

-----------------------------------------------------------

Respeite os direitos autorais.

Visite: