Saudosos valores
Sou do tempo da fila para cantar o Hino Nacional. Diariamente, antes de entrarmos na sala de aula, tínhamos o dever de nos organizar para a execução do Hino. Até então eu nem sabia da existência de uma legislação que regulamentava suas execuções, inclusive as instrumentais, tampouco que não se podia manifestar qualquer saudação, como por exemplo, aplausos, durante o ato cívico.
Atualmente as escolas já não valorizam tanto o resgate de valores, e pouco os disseminam. Esquecem que a Pátria é cada um dos seus filhos, é a vivência da história e a memória dos que a fizeram. Até a disciplina que havia na minha época, Educação Moral e Cívica, foi extinta.
Os tradicionais desfiles cívicos e as solenidades especiais em comemoração à Semana da Pátria, reproduziam, simbolicamente, fatos relevantes da nossa história e enalteciam os Símbolos Nacionais. E hoje o que ouvimos é simplesmente “Dia da Pátria”.
O hasteamento da Bandeira, outro ato emocionante, mas pouco praticado na atualidade, era algo que me fazia viver um sentimento de repensar algumas coisas, de reassumir minha posição individual de filha da terra abençoada. Experimentava um certo deleite ao ver o símbolo de amor eterno, como diz o próprio Hino, sendo elevado até o topo do mastro, enquanto olhos brilhavam emotivos e corações pulsavam acelerados.
Conforta-me saber que a conscientização é algo que está evoluindo, as pessoas participam do progresso. E nossos valores permanecem norteando nossas ações, motivando-nos a enfrentar os infortúnios, crentes no futuro que estamos deixando aos nossos.
A Pátria é a nossa consciência, o nosso desejo de justiça. E os valores éticos e morais, tão pronunciados, precisam ser retomados, melhor dizendo, praticados. Temos que unir à ação o sentimento.
Publicado no Jornal "O Povo" de 06/09/10.