ABORTO
Há quem brigue para legalizar
Há quem acha que um crime
Só quem foi rejeitado
Pede que se legalize.
Não tive escolha,
Fui violentada engravidei
Não puder mudar a história
E a vida te dei
Cada traço, cada olhar
Faz lembrar
Aqueles momentos tristes
Em que eu queria chorar
Foram contra minha vontade
Te vi nascer
Na próxima esquina
Deixarei você
Na porta de alguém
Que possa te dar
Aquilo que por ter você
Não poderei mudar!
Parece estranho ler isso, mas muitas mulheres são violentadas todos os dias, violentadas no corpo, na mente, na alma. Muitas se tornam mães sem poder dizer se querem, sem poder ao menos falar o que pensam. Engravidam e tem que carregar pelo resto da vida um fruto proibido gerado pelo sexo descompromissado e sem amor.
O aborto deve ser legalizado, e não banalizado. Cada caso é um caso, e nenhuma instituição religiosa deveria se meter nisso. Proíbe-se o uso do anticoncepcional, camisinha, ai me cadê a liberdade?Pedofilia é crime, sexo é pecado, a sociedade esconde isso atrás de tapetes e dos murros de santos pintados?
Não estou falando em cometer assassinatos, muito menos virar um carnaval. A mulher deveria ter liberdade sobre seu corpo, e os jovens deveriam saber mais sobre tal assunto. Não é condenando que se ensina, nem proibindo. O perigo gera curiosidade, o casal que tem espaço para conversar com a família não vai precisar se esconder.
O que adianta levar multidões para retiros, igrejas, falar da alma e esquecer-se do corpo. Ensinar também é pecado? A maioria dos jovens, por mais que se fale nos meios de comunicação sobre maneiras de se prevenir numa relação, não sabem como agir. Entram nus e crus em relacionamentos, casam despreparados para uma relação que na maioria das vezes termina em chifres, brigas e o inevitável divorcio.
Moças na grande maioria virgens, casam-se com caras experientes. Meninas que não sabem como fazer, inexperientes, que muitas vezes são agredidas por não serem as “putas na cama”.
Direitos iguais! Sexo não é pecado. Aborto também não, são faces de uma mesma moeda que tem pesos e valores diferentes para homens e mulheres. Cabe cada um avaliar suas ações e ver quais lhe cabem, sem banalizar o direito de escolha.