Voltando e... desabafando.

Depois de tirar umas férias, férias obrigadas para ser sincera, me vejo na necessidade de escrever algo. Escrever tem sido meu exercício, a minha melhor atividade, pois consigo me expressar, mesmo que de maneira pouco relevante. Digo que é pouco relevante porque é pequeno o alcance da minha expressão, que seja, é ainda a minha expressão e é sempre válida para mim.

Hoje quero fugir um pouco do que sempre costumo postar por aqui. Isso se deve ao fato das mudanças que tenho presenciado em minha pequena vida. Depois de trocar de campus na faculdade, tenho convivido com pessoas que não fazem parte da minha “realidade” ou pelo menos fingem de conta que não. Dei-me conta de como as pessoas podem ser mesquinhas e, talvez essa seja a explicação mais plausível, se acham melhores e superiores a qualquer outra pessoa que não compartilham da realidade delas. Enfim, eis a mediocridade por coisas passageiras na vida.

Fico me perguntando o que leva essas pessoas a fazerem um curso de ciências sociais aplicadas. Sinceramente não consegui compreender isso até agora. Há uma enorme distância entre aqueles que estudam e a real finalidade do curso. Sim, essa é a verdade. Não deveria ser assim, mas creio ser essa, a discrepância citada, a explicação para a falta de importância para com a sociedade, fim do curso, que as pessoas têm. Fato. Não estou culpando os estudantes. De forma alguma, só afirmo que a grande maioria que procura pelo curso tem outra finalidade e não aquela que deveria, de fato, ser.

E ainda sobre a mudança de campus, notei que existe uma enorme diferença na maneira que o curso é lecionado. Maneira pode não ser a forma correta de me expressar neste momento, mas me refiro à visão política e até mesmo social que os professores passam aos alunos. Cito o argumento claro para provar o que afirmo: no campus que estudei anteriormente, que está situado em uma região carente da cidade, os professores têm uma didática voltada à realidade da sociedade brasileira, recriminando, dessa forma, políticas neo-liberais que visam a elite. Já no campus que estudo atualmente, situado em um bairro nobre dessa mesma cidade, os professores têm opiniões elitistas, pouco questionando a finalidade do curso: a sociedade!

Antes que fique se perguntando, não troquei de universidade, só troquei de campus! Passei todos esses dias de experiência com o novo local de ensino tentando entender o porquê dessa diferença. Tentando entender qual o objetivo da universidade. Selecionar profissionais para cada região? Para cada realidade? Eu ainda não sei. Não sei... Às vezes acho que há uma espécie de seleção para manter a desigualdade da forma que vemos no nosso dia-a-dia. Ou talvez eu esteja criando uma nova teoria conspiratória com o objetivo de disseminar a incerteza entre os jovens fazendo com que ninguém mais preste vestibular por indignação. Ok, exagerei. Enfim, isso foi apenas um desabafo e só.

Insight
Enviado por Insight em 04/09/2010
Código do texto: T2478485
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