A FÉ: DOM DE DEUS

“Senhor, eu creio, mas aumentai a minha fé”. (Mc 9,4).

A vida é um dom de Deus. Qualquer pessoa pode duvidar dessa afirmação, mas é impossível provar o contrário, pois o ser humano, crendo ou não, nunca conseguiu responder às seguintes questões: Quem somos? De onde vimos? Para onde vamos? a partir de si mesmo ou de tudo o que pode alcançar com a sua inteligência.

Para respondermos a essas proposições temos que impreterivelmente pensar em um Ser Supremo capaz desse feito. Daí a necessidade do crer para conhecermos melhor a nós mesmos e a tudo o que nos rodeia, pois a nossa razão, devido à sua contingência, precisa desse dom para transpor os limites do conhecimento racional. "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê". (Hb 11,1). Essa afirmação da Carta aos Hebreus bem exemplifica o enunciado proposto acima.

Crer é muito mais do que um ato de fé, crer significa viver plenamente o que nos é proposto por Deus em Seus Mandamentos, segundo a Sua Vontade, o Seu querer benevolente. Ninguém pense que alcançará isso por si mesmo, pois o próprio Senhor nos diz: "Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer". (Jo 15,5) Ora, nenhuma pessoa permanece em Deus se não o ama e amar a Deus é guardar Sua Palavra, Seus preceitos: "Eis o amor de Deus: que guardemos seus mandamentos.

E seus mandamentos não são penosos, porque todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé". (1Jo 5,3-4). Portanto, crer é viver aquilo que nos ensina o Senhor. "Mas, quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?" (Lc 18,8b). Será que estaremos realmente obedecendo a Lei do amor? Será que estaremos realmente vivendo segundo a vontade soberana de Deus?

"Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram". (Hb 11,6). “Senhor, eu creio, mas aumentai a minha fé”. (Mc 9,4). Um ser humano sem motivos é um ser perdido, sem sentido de viver. "Eis que sucumbe o que não tem a alma íntegra, mas o justo vive por sua fidelidade". (Hab 2,4). Jesus nos mostrou que o motivo que deve mover a nossa existência é o amor a Deus e aos irmãos: "Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho". (Mc 1,15).

Logo, precisamos seguir o que São Paulo nos ensina: "Com efeito, não me envergonho do Evangelho, pois ele é uma força vinda de Deus para a salvação de todo o que crê, ao judeu em primeiro lugar e depois ao grego. Porque nele se revela a justiça de Deus, que se obtém pela fé e conduz à fé, como está escrito: O justo viverá pela fé (Hab 2,4)". (Rm 1,16-17). Por isso, essa mesma fé que procuramos viver e anunciar, é o fundamento da nossa esperança, ela é uma certeza a respeito daquilo que não vemos; pois, "foi ela que fez a glória dos nossos, antepassados" (Hb 11,2), que viveram-na conforme as promessas do Senhor.

"Desse modo, cercados como estamos de uma tal nuvem de testemunhas, desvencilhemo-nos das cadeias do pecado. Corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus". (Hb 12,1)

PAZ E BEM!

Frei Fernando,OFMConv.

Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 22/09/2006
Reeditado em 22/09/2006
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