A crítica 

      
       de Cesar Boschetti  __ (excerto)


Criticar é fácil, fazer é que é difícil! O chavão, apesar de simplista e gasto, tem lá seu fundo de verdade. É inclusive verdadeiramente democrático, sendo usado e abusado por ricos e pobres, por cultos e incultos, o que por si só já é um grande mérito.

Mas trata-se de uma meia-verdade que encontra respaldo apenas na crítica gratuita e miúda. Sob uma óptica mais ampla e nobre, temos a questão do ponto de vista, a qual deixa crítico e criticado em pés de igualdade e o jogo, se mantido no campo das idéias e arbitrado pelo respeito, é profícuo.

Mas, então, como deve ser a crítica?

A crítica, se arrebatada e irrefletida, é simples bravata. Se maledicente e sem propósito, é mera calúnia. Se arrogante, apenas humilha e destrói. Se hipócrita, só confunde. Se fria e racional, torna-se tediosa. A crítica deve ser oportuna sem ser oportunista. Deve provocar, mas não ofender. Deve questionar ao invés de julgar. Deve ser inteligente, sem ser sábia. A crítica deve ter paixão para ser humana e indignar-se para ser autêntica. A crítica deve ser criança sem ser infantil e madura sem ser caduca.


* Cesar Boschetti é tecnologista do Inpe em São José dos Campos
KATHLEEN LESSA
Enviado por KATHLEEN LESSA em 22/09/2006
Reeditado em 11/09/2010
Código do texto: T246961
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.