VENCENDO AS BATALHAS
 
Sem dúvida, aqui neste mundo, empreendemos uma batalha espiritual terrível que terá o seu desfecho final na eternidade, onde veremos o resultado de todas as lutas aqui travadas. E nessa batalha o primeiro inimigo a ser vencido chama-se “EU”; é como escreveu São Francisco de Assis na décima admoestação: “O pior inimigo do homem é ele mesmo; vence-te a ti mesmo e vencerás todos os inimigos visíveis e invisíveis”. Porém, não nos esqueçamos, por nós mesmos nada podemos nada somos; a nossa força vem do Senhorio de Jesus em nossa vida. É como Ele mesmo disse: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”. (Jo 15,4-5).
 
Após o vencimento de nós mesmos pela nossa permanência no “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, é a vez de justamente vencermos o pecado do mundo “que consiste em não crer em Cristo” (Cf. Jo 16,9), pois, todo aquele que diz que crê em Cristo, deve viver como Ele viveu (Cf. 1Jo 2,6), ou seja, fazendo em tudo a Vontade de Deus Pai (Cf. Jo 5,30). E como faremos em tudo a Vontade do Pai? Primeiro permanecendo em Cristo pela obediência aos Mandamentos (Cf. 1Jo 5,1-5); depois, evitando todas as formas de pecado como escreveu São João (Cf. 1Jo 2,1-2), pois, no pecado se encontra a derrota dos homens, porque pecar é ceder terreno ao inimigo de nossas almas, o demônio, que anda a espreita (Cf. 1Ped 5,8-9a) esperando uma brecha pecaminosa em nossa vida para empreender seu plano maléfico de perdição.
 
Com efeito, disse São Paulo nos alertando com que armas vencemos o inimigo de nossas almas: “Irmãos, fortalecei-vos no Senhor, pelo seu soberano poder. Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares. Tomai, portanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever. Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus. Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos”. (Ef 6,10-18).
 
Finalmente irmãos, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Cristo, “se alguém for surpreendido numa falta, vós, que sois animados pelo Espírito, admoestai-o em espírito de mansidão. E tem cuidado de ti mesmo, para que não caias também em tentação”! (Gal 6,1-2). Pois, “meus irmãos, se alguém fizer voltar ao bom caminho algum de vós que se afastou para longe da verdade, saiba: aquele que fizer um pecador retroceder do seu erro, salvará sua alma da morte e fará desaparecer uma multidão de pecados”. (Tiag 5,20). “Além disso, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos. O que aprendestes, recebestes, ouvistes e observastes em mim, isto praticai, e o Deus da paz estará convosco”. (Fil 4,8-9).
 
Destarte, “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! Seja conhecida de todos os homens a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus”. (Fil 4, 4-7).
 
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O homem de bem procura seu refugio no Senhor e nunca se afasta dele por nada deste mundo. É como diz a antífona antes da comunhão: “Provai e vede como o Senhor é bom, feliz de quem Nele encontra seu refúgio” (Sl 33,9). Ouve, Senhor, a oração do teu servo e faz de minha vida o que for do teu agrado, livra-nos de todo o mal. Amém! Assim seja!
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Paz e Bem!
 
Frei Fernando,OFMConv .