História de vida.
Estou acordando de um longo e profundo sono, talvez um coma induzido, produzido pela ausência da escola. Não digo pela ausência do conhecimento por ter ainda ao longo quase três décadas, mantido algumas atividades e hábitos pessoais, que me mantém conectado ao contexto da vida globalizada, sob a influência de áreas como a informática, política, poesias, telejornais, esporte, revistas, livros, temas e veículos preferidos de laser e trabalho; associado a isso, o habito de escrever sobre o cotidiano e as memórias da infância à juventude.
Muito tempo, quanto tempo! Vivendo a cômoda situação, dando por justificativa a enfermidade de minha filha, Jéssika Tuller, meningite contraída aos quatro meses de idade e que por conseqüência a fez totalmente dependente, física e mental. Ao longo deste período deixei-me abater pelas decepções com o Estado e sua falência notória para com a saúde, segurança e educação dos brasileiros, somados a isso a competitividade no trabalho, onde uns, tidos espertos, fazem dos mais tímidos, degraus de sua ambiciosa escada. Por 34 anos e 10 meses vivi doando de mim e, por muitas vezes, deixei de lado meus próprios sonhos.
Agora a um passo da 3ª idade, acordo do sono profundo e jogo fora todas as decepções e discriminações vividas, como pai de uma filha excepcional e como pessoa sensivelmente humana. Vejo que há muito deveria ter acordado para dar continuidade aos meus sonhos, porém, outro aspecto fez-me parar ao pé da escada, que por certo, em todo esse tempo, adiou tantas realizações. Além da filha, o anjo de minha vida, preferir dar-me ao sacrifício pessoal, me vendo imolado no altar da cultura, onde os meus sonhos se queimavam, para dar vida aos sonhos do meu filho. O bom em tudo isso é que não vi em mim um instante de arrependimento, pois qual pai e mãe não se doa ou se anula, por amor aos filhos?
O meu filho mais velho caminha independente, tem uma boa formação profissional, deu-me um neto este ano, fazendo-me sentir a renovação da vida, vivendo a experiência maravilhosa de ser avô, então descobrir que ainda estava em tempo de retomar meus sonhos, quando vi no espelho do meu contra-cheque a bruta realidade de ¼ dos vencimentos perdido, numa “perrenga judicial” que vinte e um anos depois, resolve dizer não, para algo que já havia transitado e julgado favorável... É a justiça, aplicada na Forma da Lei, sobre aqueles que não gozam de seus privilégios. Isso fez-me buscar de forma definitiva tal perda e o caminho para esta conquista É a escola.
Enfim, vivo dias de êxtase, embora tão distante do tempo em que fui colegial. Sinto-me no futuro, vivendo o passado, entusiasmado com tudo que vejo pela frente. Aos 58 anos de idade tornei-me um universitário. Quis raspar a cabeça, participar de um decente trote, mas preferi ir ao cinema exibir minha carteirinha de estudante, pedindo ao bilheteiro em bom som: - “meia entrada!”
Ironia, sina ou coincidência, sei lá como classificar o instante, mas no dia seguinte a professora pede que usem o tempo da aula para escrever uma narrativa com o título: História de vida relacionada a aprendizagem; foi o prato cheio servido diante de minha fome em escrever algo sobre o momento e outra vez me vi diante do velho espelho e desta feita me vi com um novo semblante, tomado de um êxtase indescritível.
Ao servir a UnB nos ultimos 35 anos, como técnico administrativo, concursado e pelo conhecimento prático, tornado instrutor de informática por mais de uma década, firmando-me na área, sem que tivesse passado por cursos específicos; o que veio ocorrer anos depois de atuação, quando enfim ficou provada minha habilidade e facilidade em repassar conhecimentos adquiridos.
Foi em 1981 que me transferir para o CPD, após cinco anos já na UnB. O entusiasmo em querer publicar meu primeiro livro de poemas (Claridade), após ter ouvido falar nos tais computadores, PC, que oferecia muitas facilidades com as planilhas eletrônicas e banco de dados simplificados, além do editor de texto chamado, WordStar – WS, que facilitava a vida de escritores, professores e todos os profissionais e amadores da escrita. Fui eu conhecer a engenhoca e acabei contaminado pelo vírus que se apossa dos profissionais da área e que nunca mais conseguem livrar-me dele. Para chegar a este nível, foram mais de dois anos de ralação total, onde após o expediente, como responsável pelo almoxarifado do CPD, ficava a noite no centro, aproveitando do pouco movimento, a bisbilhotar a tal engenhoca, com ajuda de um, a dica de outro, os senhores programadores e analistas, eu ia me aventurando nos primeiros passos, no lidar com aquela máquina que prometia ser o grande instrumento de desenvolvimento da tecnologia no mundo.
Ao fim de 12 anos no CPD, veio a desativação da Informática de grande porte e a chegada definitiva dos micros computadores. O CPD foi descentralizado e pequenos núcleos passaram a ser abertos pelos departamentos da universidade, então começou o meu “tur” por diversos setores de informática da UnB: Curta passagem pelo Restaurante Universitário e pelo Centro de Promoção de Eventos – Cespe; colaborador instrutor de Informática do Programa de Capacitação Profissional – Procap; Coordenador do Laboratório Central de Ciências da Computação – FT - Faculdade de Tecnologia; Coordenador de Informática do Centro de Informação e Documentação – CID; Instrutor e Coordenador de Manutenção de Rede e Equipamentos da Biblioteca Central - BCE; Coordenação e Manutenção de Rede e Web do Instituto de Ciência Política - IPOL e atualmente Coordenador da Informática da Faculdade de Direito - FD, além de membro da Diretoria da Associação dos Servidores e Sindicato dos Servidores da UnB em vários mandatos; é assim que continuo escrevendo meu dia-a-dia de Servidor Público Federal.
Tenho meus momentos de pesares nesta trajetória e como não os teria! mas trago comigo a honra do mérito dos beneficos recebidos como fruto do meu trabalho e tenho muito, muito mais a agradecer a UnB pela história que ainda escrevo no seu desenvolvimento, como instituição pública de enino superior. Não é uma despedida pois ainda estou na ativa, mas sim um ato de reconhecimento, pelas tantas amizades sinceras construída, pela honra de um nome conhecido e reconhecido, no esmero da dedicação doada, ao longo desse período. Muitas e tantas vezes, enxuguei as lágrimas de noites em claro, na luta e na esperança de dias melhores para minha família; nunca levei minhas dores ou angustias para o ambiente de trabalho, sempre as deixei no ultimo degrau do ônibus, ou no banco do meu carro, para encarar o dia que pela frente viria.
"Amar o próximo como a si mesmo" é a mais dificil tarefa que o Senhor deixou para que nela fossemos provados e são poucos os casos de dedicação plena, deste amor. A visão do ponto vista só se torna clara, quando você toma o lugar do outro, ninguém hoje vive na prática, a dura realidade do outro. Antes de trabalhar como técnico de informatica e fazer "bicos" complementares de renda, trabalhei uns quatro anos como dedetizador, matador de ratos, baratas e insetos, tendo entre os colegas de trabalho meus principais clientes; era assim que complementava a renda para suprir o auto custo, ainda existente, no cuidar de minha filha excepcional; seu tratamento fisioterapeuticos e seus medicamentos de alto custo, além da educação do mais velho.
Quando podia ser derrotado, o Senhor deu-me forças para seguir adiante, sorrindo ou chorando, e hoje posso dizer que "sou mais que vencedor, Nele que tudo pode".
Já posso dizer sem tanta dor, que tudo é passado, que a capacidade de lutar é sempre nossa; que não devemos nunca esperar de ninguém, senão de nós mesmos, certamente haverá decepções que nos levara a derrota, quando confiamos a outros, o passo seguinte. Foi Deus preparou tudo antes de mim e para que se cumprisse à sua vontade em mim; fez-me escolher entre tantas de quem me enamorei, esta maravilhosa e virtuoso mulher, (Jane Tuller) que tinha apenas 15 anos quando a conheci e 18 quando nos casamos.
No mês em que completei 58 anos de idade, descobri que a vida recomeça sempre que acreditamos nela, independente da idade ou das circunstâncias. Agora eu vivo um novo começo. Certas coisas achamos que nunca acontecerá conosco, seja de bom ou principalmente de ruim; muitas vezes nos colocamos acima do bem ou do mal, mas um dia concluímos numa frase: - Aconteceu comigo! o que agora certifico no instante exato: - Está acontecendo comigo! e eu louvo a Deus pelas experiências alegres e triste, pois de ambas, se tira lições inesquecíveis que nos ensina a todo tempo o quanto Deus é bom.
Estou acordando de um longo e profundo sono, talvez um coma induzido, produzido pela ausência da escola. Não digo pela ausência do conhecimento por ter ainda ao longo quase três décadas, mantido algumas atividades e hábitos pessoais, que me mantém conectado ao contexto da vida globalizada, sob a influência de áreas como a informática, política, poesias, telejornais, esporte, revistas, livros, temas e veículos preferidos de laser e trabalho; associado a isso, o habito de escrever sobre o cotidiano e as memórias da infância à juventude.
Muito tempo, quanto tempo! Vivendo a cômoda situação, dando por justificativa a enfermidade de minha filha, Jéssika Tuller, meningite contraída aos quatro meses de idade e que por conseqüência a fez totalmente dependente, física e mental. Ao longo deste período deixei-me abater pelas decepções com o Estado e sua falência notória para com a saúde, segurança e educação dos brasileiros, somados a isso a competitividade no trabalho, onde uns, tidos espertos, fazem dos mais tímidos, degraus de sua ambiciosa escada. Por 34 anos e 10 meses vivi doando de mim e, por muitas vezes, deixei de lado meus próprios sonhos.
Agora a um passo da 3ª idade, acordo do sono profundo e jogo fora todas as decepções e discriminações vividas, como pai de uma filha excepcional e como pessoa sensivelmente humana. Vejo que há muito deveria ter acordado para dar continuidade aos meus sonhos, porém, outro aspecto fez-me parar ao pé da escada, que por certo, em todo esse tempo, adiou tantas realizações. Além da filha, o anjo de minha vida, preferir dar-me ao sacrifício pessoal, me vendo imolado no altar da cultura, onde os meus sonhos se queimavam, para dar vida aos sonhos do meu filho. O bom em tudo isso é que não vi em mim um instante de arrependimento, pois qual pai e mãe não se doa ou se anula, por amor aos filhos?
O meu filho mais velho caminha independente, tem uma boa formação profissional, deu-me um neto este ano, fazendo-me sentir a renovação da vida, vivendo a experiência maravilhosa de ser avô, então descobrir que ainda estava em tempo de retomar meus sonhos, quando vi no espelho do meu contra-cheque a bruta realidade de ¼ dos vencimentos perdido, numa “perrenga judicial” que vinte e um anos depois, resolve dizer não, para algo que já havia transitado e julgado favorável... É a justiça, aplicada na Forma da Lei, sobre aqueles que não gozam de seus privilégios. Isso fez-me buscar de forma definitiva tal perda e o caminho para esta conquista É a escola.
Enfim, vivo dias de êxtase, embora tão distante do tempo em que fui colegial. Sinto-me no futuro, vivendo o passado, entusiasmado com tudo que vejo pela frente. Aos 58 anos de idade tornei-me um universitário. Quis raspar a cabeça, participar de um decente trote, mas preferi ir ao cinema exibir minha carteirinha de estudante, pedindo ao bilheteiro em bom som: - “meia entrada!”
Ironia, sina ou coincidência, sei lá como classificar o instante, mas no dia seguinte a professora pede que usem o tempo da aula para escrever uma narrativa com o título: História de vida relacionada a aprendizagem; foi o prato cheio servido diante de minha fome em escrever algo sobre o momento e outra vez me vi diante do velho espelho e desta feita me vi com um novo semblante, tomado de um êxtase indescritível.
Ao servir a UnB nos ultimos 35 anos, como técnico administrativo, concursado e pelo conhecimento prático, tornado instrutor de informática por mais de uma década, firmando-me na área, sem que tivesse passado por cursos específicos; o que veio ocorrer anos depois de atuação, quando enfim ficou provada minha habilidade e facilidade em repassar conhecimentos adquiridos.
Foi em 1981 que me transferir para o CPD, após cinco anos já na UnB. O entusiasmo em querer publicar meu primeiro livro de poemas (Claridade), após ter ouvido falar nos tais computadores, PC, que oferecia muitas facilidades com as planilhas eletrônicas e banco de dados simplificados, além do editor de texto chamado, WordStar – WS, que facilitava a vida de escritores, professores e todos os profissionais e amadores da escrita. Fui eu conhecer a engenhoca e acabei contaminado pelo vírus que se apossa dos profissionais da área e que nunca mais conseguem livrar-me dele. Para chegar a este nível, foram mais de dois anos de ralação total, onde após o expediente, como responsável pelo almoxarifado do CPD, ficava a noite no centro, aproveitando do pouco movimento, a bisbilhotar a tal engenhoca, com ajuda de um, a dica de outro, os senhores programadores e analistas, eu ia me aventurando nos primeiros passos, no lidar com aquela máquina que prometia ser o grande instrumento de desenvolvimento da tecnologia no mundo.
Ao fim de 12 anos no CPD, veio a desativação da Informática de grande porte e a chegada definitiva dos micros computadores. O CPD foi descentralizado e pequenos núcleos passaram a ser abertos pelos departamentos da universidade, então começou o meu “tur” por diversos setores de informática da UnB: Curta passagem pelo Restaurante Universitário e pelo Centro de Promoção de Eventos – Cespe; colaborador instrutor de Informática do Programa de Capacitação Profissional – Procap; Coordenador do Laboratório Central de Ciências da Computação – FT - Faculdade de Tecnologia; Coordenador de Informática do Centro de Informação e Documentação – CID; Instrutor e Coordenador de Manutenção de Rede e Equipamentos da Biblioteca Central - BCE; Coordenação e Manutenção de Rede e Web do Instituto de Ciência Política - IPOL e atualmente Coordenador da Informática da Faculdade de Direito - FD, além de membro da Diretoria da Associação dos Servidores e Sindicato dos Servidores da UnB em vários mandatos; é assim que continuo escrevendo meu dia-a-dia de Servidor Público Federal.
Tenho meus momentos de pesares nesta trajetória e como não os teria! mas trago comigo a honra do mérito dos beneficos recebidos como fruto do meu trabalho e tenho muito, muito mais a agradecer a UnB pela história que ainda escrevo no seu desenvolvimento, como instituição pública de enino superior. Não é uma despedida pois ainda estou na ativa, mas sim um ato de reconhecimento, pelas tantas amizades sinceras construída, pela honra de um nome conhecido e reconhecido, no esmero da dedicação doada, ao longo desse período. Muitas e tantas vezes, enxuguei as lágrimas de noites em claro, na luta e na esperança de dias melhores para minha família; nunca levei minhas dores ou angustias para o ambiente de trabalho, sempre as deixei no ultimo degrau do ônibus, ou no banco do meu carro, para encarar o dia que pela frente viria.
"Amar o próximo como a si mesmo" é a mais dificil tarefa que o Senhor deixou para que nela fossemos provados e são poucos os casos de dedicação plena, deste amor. A visão do ponto vista só se torna clara, quando você toma o lugar do outro, ninguém hoje vive na prática, a dura realidade do outro. Antes de trabalhar como técnico de informatica e fazer "bicos" complementares de renda, trabalhei uns quatro anos como dedetizador, matador de ratos, baratas e insetos, tendo entre os colegas de trabalho meus principais clientes; era assim que complementava a renda para suprir o auto custo, ainda existente, no cuidar de minha filha excepcional; seu tratamento fisioterapeuticos e seus medicamentos de alto custo, além da educação do mais velho.
Quando podia ser derrotado, o Senhor deu-me forças para seguir adiante, sorrindo ou chorando, e hoje posso dizer que "sou mais que vencedor, Nele que tudo pode".
Já posso dizer sem tanta dor, que tudo é passado, que a capacidade de lutar é sempre nossa; que não devemos nunca esperar de ninguém, senão de nós mesmos, certamente haverá decepções que nos levara a derrota, quando confiamos a outros, o passo seguinte. Foi Deus preparou tudo antes de mim e para que se cumprisse à sua vontade em mim; fez-me escolher entre tantas de quem me enamorei, esta maravilhosa e virtuoso mulher, (Jane Tuller) que tinha apenas 15 anos quando a conheci e 18 quando nos casamos.
No mês em que completei 58 anos de idade, descobri que a vida recomeça sempre que acreditamos nela, independente da idade ou das circunstâncias. Agora eu vivo um novo começo. Certas coisas achamos que nunca acontecerá conosco, seja de bom ou principalmente de ruim; muitas vezes nos colocamos acima do bem ou do mal, mas um dia concluímos numa frase: - Aconteceu comigo! o que agora certifico no instante exato: - Está acontecendo comigo! e eu louvo a Deus pelas experiências alegres e triste, pois de ambas, se tira lições inesquecíveis que nos ensina a todo tempo o quanto Deus é bom.