Mansidão, afabilidade e doçura nas relações humanas: o resgate necessário a partir das instituições.

Mansidão, afabilidade e doçura nas relações humanas: o resgate necessário a partir das instituições.

Prof. MS. João Beauclair

Publicado originalmente no site português http://www.psicologia.com.pt em 2005

Resumo:

Esta comunicação resulta da organização de um corpo de idéias sobre resolução de conflitos nas relações humanas, elaboradas para servirem de suporte prático e de reflexão teórica. Perpassa pela vivência do seu autor como mediador em instituições de ensino e pela busca por um cotidiano onde parceria, comunhão, afeto e disponibilidade para ouvir e compreender o outro seja realidade concreta. Utiliza, em sua construção textual, produção poética, autores humanistas e referenciais de diferentes campos do conhecimento tais como a Psicopedagogia, a Ecologia Humana e a Psicologia Transpessoal. Colocar em prática o ser manso, dócil e afável num mundo cada vez mais competitivo, globalizado e individualista quase chega a ser um disparate, pois este não tem sido o principal motor do cotidiano das instituições e empresas, apesar de todas as discussões onde se apresentam mudanças de paradigmas. Observo que mesmo com todo o discurso posto em evidência em muitas reuniões, encontros, congressos, treinamentos, capacitações, etc, o que predomina, infelizmente, é o agir e o pensar individual, pouco participativo e sem a solidariedade necessária. Entretanto, o que movimenta cada um de nós é o estar além desta constatação. É cada vez mais exigido o desenvolver de outros olhares, competências e habilidades no trato com o/a outro/a: a cada instante é preciso estar atento aos nossos padrões de atitudes e comportamentos e, além disso, percebermos com mais consciência e criticidade nossas ações enquanto seres de relação.

Este artigo resulta da organização de um corpo de idéias sobre resolução de conflitos nas relações humanas, elaboradas para servirem de suporte prático e de reflexão teórica. Perpassa pela vivência do seu autor como mediador em instituições de ensino e pela busca por um cotidiano onde parceria, comunhão, afeto e disponibilidade para ouvir e compreender o outro seja realidade concreta. Utiliza, em sua construção textual, produção poética, autores humanistas e referenciais de diferentes campos do conhecimento tais como a Psicopedagogia, a Ecologia Humana e a Psicologia Transpessoal.

Palavras chave:

Psicologia Transpessoal, Relações Humanas, Resolução de conflitos, Psicopedagogia, Ecologia Humana.

“Uma parte de mim

é todo mundo;

outra parte é ninguém:

fundo sem fundo.

Uma parte de mim

é multidão:

outra parte estranheza

e solidão.

Uma parte de mim,

pensa, pondera:

outra parte

delira.

Uma parte de mim

almoça e janta:

outra parte

se espanta.

Uma parte de mim

é permanente:

outra parte

se sabe de repente.

Uma parte de mim

é só vertigem:

outra parte,

linguagem.

Traduzir uma parte

na outra parte

que é uma questão

de vida ou morte-

será arte?

TRADUZIR-SE

Ferreira Gullar

I- Introdução:

“A mansidão, a afabilidade

e a doçura conquistam o mundo.”

Pedro Poveda

Mansidão, afabilidade e doçura. Três palavras, três focos para o meu pensar enquanto ser que apreende e aprende no cotidiano repleto de conexões entre o meu “eu” e os outros “eus”. O texto de Pedro Poveda, que serve de epigrafe a esta introdução, me chegou num momento de minha história como aprendenteensinante onde minhas ações práticas estavam (e continuam a estar) cada vez mais voltadas para a busca, incessante, por pensamentos, metáforas e referenciais que as subsidiem.

Colocar em prática o ser manso, dócil e afável num mundo cada vez mais competitivo, globalizado e individualista quase chega a ser um disparate, pois este não tem sido o principal motor do cotidiano das instituições e empresas, apesar de todas as discussões onde se apresentam mudanças de paradigmas. Observo que mesmo com todo o discurso posto em evidência em muitas reuniões, encontros, congressos, treinamentos, capacitações, etc, o que predomina, infelizmente, é o agir e o pensar individual, pouco participativo e sem a solidariedade necessária.

Entretanto, o que movimenta cada um de nós é o estar além desta constatação. É cada vez mais exigido o desenvolver de outros olhares, competências e habilidades no trato com o/a outro/a: a cada instante é preciso estar atento aos nossos padrões de atitudes e comportamentos e, além disso, percebermos com mais consciência e criticidade nossas ações enquanto seres de relação.

A necessidade de mudanças fundamentais e de uma nova visão de futuro para nossas vidas cotidianas é desafio premente, num mundo cada vez mais interdependente e, inacreditavelmente, imprevisível.

A restauração de valores, a ampliação dos espaçostempos de leitura e ensinagem, o conhecimento e as habilidades no estarjuntocom é uma preocupação de muitos/as que se interessam no desenvolvimento de um outro tempo, de um outro mundo possível, mais justo, solidário e fraterno.

Estar neste movimento me remete ao pensar complexo, ao estar percebendo que organismo, emoções, vida, imaginação e sonhos interagem em nossa psique e fomentam não só os nossos processos de confiar no mundo do século XXI , como também as nossas capacidades para lidar, de modo operativo e construtivo, com os seus desafios.

A partir de uma proposta de trabalho, busco aqui refletir sobre o aprendizado para este nosso século XXI, posicionando-me em relação às exigências de aquisição cada vez maior de uma ampla área de conhecimentos e de uma gama imensa de competências e habilidades que, relacionadas intimamente com um elaborado conjunto de posicionamentos e posturas, ainda estão distantes de fazer parte efetivamente do cotidiano das instituições.

É preciso resignificar nossas práticas, ampliar nossas visões de seres humanos e mundo, revermos conceitos e estabelecermos outros modelos de apreensão da própria vida. Óbvio que as idéias aqui tecidas não esgotam em hipótese alguma o tema, mas o que proponho é que ilustremos a amplitude do nosso aprenderensinar no educar na esperança em tempos de desencanto.

Ao acreditar numa abordagem mais holística e sistêmica, nenhuma idéia aqui apresentada deve ser observada com excludente, exclusiva ou definitiva, principalmente por saber que nossa capacidade de estabelecer inter-relacionamentos e interdependências entre elas é infinita, ilimitada.

Numa perspectiva voltada para uma educação global, é fundamental vincular visões alternativas, direitos e valores humanos, responsabilidades, meio ambiente, paz e conflito, desenvolvimento sistêmico, relações intra e inter pessoais e cognição.

É o que pretendo estabelecer a seguir: um rol de idéias que, elaborados a partir de diferentes palavras, - realidade, poder, vontade e desejo- possa despertar para que mansidão, afabilidade e doçura nas relações humanas sejam resgatadas a partir de nossas múltiplas vivências nos espaços institucionais. A escolha das palavras em tela não foi aleatória, e muito menos a seqüência em que aparecem no construir deste texto. É interessante ainda citar que foi a partir do trabalho de GONÇALVES e PERPÉTUO (2001) que me dei conta da potencialidade presente em cada uma delas.

Fica aqui expresso o meu convite ao pensar reflexivo sobre o que elaboro a seguir.

II- Primeira palavra: Realidade

“A vida da gente não acontece de repente,

pois já existimos nove meses

antes de começarmos a respirar.”

L. de Roccio

Realidade e conhecimento se confundem. Por conta disso, estão intimamente imbricados, interligados. Conhecer a realidade, ter consciência de nossos contextos, saber onde estamos inseridos, sermos capazes de analisar o que estamos vivenciando: tarefa fundamental. Só resgataremos mansidão, afabilidade e doçura nas relações humanas a partir das instituições, a partir de um movimento consciente de análise conjuntural sobre o onde estamos, o como estamos e com quem estamos.

Caminhar no sentido de busca de um novo fazer remete ao ato de escolher no que e no como intervir, interferir, sugerir, modificar, propor.

Realidade, no dicionário, aparece como sendo qualidade do real, aquilo que existe efetivamente, real.

Entretanto , sabemos que a “realidade é, essencialmente contraditória. Nunca está acabada, pronta, determinada. A realidade tem vários aspectos, várias formas de ser percebida.”

Enquanto diversa, possui aspectos diferenciados e sua percepção perpassa por formação de juízo de valores, por escolhas ideológicas, por modos e formas de ver e compreender o mundo e suas complexas relações. Somos o somatório de nossas heranças culturais, históricas, familiares, sociais, psicológicas, enfim, somos derivados de nossa inserção no meio e contexto onde vivemos, agirmos, interagimos.

Essa constatação me leva a afirmar que nenhuma realidade é melhor ou pior que outra; são diferenciadas. Para observarmos com maior clareza esta diferenciação, necessário se faz analisar elaborarmos nossa capacidade de análise conjuntural, para dar buscar o conhecimento das causas e dos fatos, das motivações internas e externas de cada sujeito, enfim, sabermos o que nos movimenta. O fio que deve nos conduzir neste fazer é o estarmos atentos ao que nos é diferente e, ainda, ao que por cada um/a de nós é vivenciado e experimentado em nossas cotidianidades.

Na constituição de nossa percepção acerca da realidade devemos priorizar aquilo que é de maior relevância: o que está sendo mais significativo neste espaçotempo vivencial. Visualizarmos o lócus de nossas ações, as complexidades inerentes neste lugar onde a vida pulsa intensa, cuja inteireza se faz presente em cada gesto, fala, relação.

É fundamental interagir no pensar acerca dos interesses, das motivações que direcionam nossas falas e nossos olhares, é vital sabermos personificar cada sujeito vinculado ao nosso estarjuntocom. Em tal personificação, urge resgatar nossas atentas percepções sobre quais são os campos de força em gravitacional movimento que está presente em nossa leitura de uma dada realidade. A meu ver, este passo é importante, fundamentalmente importante, pois possibilita podermos tomar decisões acerca do que fazer e do como interagir para mudar aspectos que compõem este real, ou ao menos, termos uma maior compreensão de sua dinâmica, sabendo que “o real na está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.”

III- Segunda palavra: Poder

“O futuro pertence aqueles que

acreditam na beleza de seus sonhos.”

Eleonor Roosevelt

Conhecer a realidade, por si só, não nos impele nem nos possibilita irmos além: é preciso, a partir da leitura que elaborarmos, considerar a complexidade presente nas diversificadas interpretações que dela (e nela) podem surgir.

De acordo com GONÇALVES e PERPÉTUO (2001), fazermos uma boa leitura é considerar as várias interpretações possíveis e irmos para além da eliminação de uma ou outra, mas sim procurarmos estabelecer um somatório entre elas.

Para isso, torna-se necessário

“ter segurança dos princípios que se tem e pelos quais se deseja lutar, ou seja, as posições individuais são a base estrutural para que a análise da realidade e as inter-relações com as verdades dos outros devem ser percebidas como crescimento e exercício democrático e não como anulação do próprio conhecimento. ”

Neste sentido, é mister sermos capazes de olhar/sentir/perceber este real, identificando os principais pontos a serem enfrentados no decorrer da objetivação e concretização de nossas metas. A busca por alternativas nos condiciona ao mover nossas próprias estruturas internas, buscando novos dados, novas informações, nossas possibilidades de ação. Somente assim, poderemos, acredito, redefinir pretensões, caminhos, metas e objetivos.

Identificar tão somente a realidade não basta: é preciso ir além, compreendendo que o poder é condição sine qua non para a concretização do que se pretende alterar, do que pretende produzir de mudança, de transformação significativa.

Poder, mais uma vez recorrendo ao dicionário significa muitas coisas, mas os sentidos que aqui quero destacar são:

“ter a faculdade de; ter possibilidade de; estar arriscado ou exposto a; arriscar-se, expor-se. Ter ocasião, oportunidade, meio de; conseguir; ter força para.”

Assim, poder é o querer fazer, é o estar em movimento de realização, é o mover-se para alguma meta, algum objetivo. Se partirmos da realidade que observamos e analisamos, começamos a construir as possibilidades, começamos a estruturar o lócus para a realização do que planejamos, começamos a criar sistematicamente condições para a concretização do que queremos.

Elabora-se, assim o desenho do que se almeja e assim, “com diferentes cenários desenhados, pode escolher aquele que queremos fazer acontecer.”

No que concerne ao temas das relações humanas aqui referendadas, poder é o como encontrar as possibilidades de construção de um futuro, facilitadoras à modificação de uma dada realidade.

As autoras citadas remetem nosso olhar para a compreensão do poder para além do poder, ou seja, nos orienta a refletirmos sobre o seu exercício e isso é o fundamental. Desde nosso nascimento, estamos referendados, marcados, vinculados ao poder. Poder é parte integrante do nosso viver, da nossa trajetória humana. Indo mais além, como nos mostra BOFF (2000), poder é sabermos de nossas singularidades como seres sociais capazes de criarmos utopias, de acrescentarmos algo novo aquilo que nos é dado como realidade.

Mas, na prática, como fazer, pensar, agir, vivenciar a complexidade inerente ao poder? GONÇALVES e PERPÉTUO (2001) nos aponta que é preciso saber planejar , e planejar

“é escolher o melhor caminho para mudar com eficácia o futuro. Por isso é tão importante definir bem o objetivo, pois ‘para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve’.(L.Roccio). A partir daí é preciso definir o poder de realização. Algumas perguntas podem auxiliar nesta etapa do processo: Com quem poderemos contar? Quantos somos de fato? Quais recursos teremos? Quais são os nossos limites? Que problemas podemos prever?”

Com este rol de perguntas, pode-se elaborar um diagnóstico, para perceber se teremos como atingir todas as metas propostas. No caso das relações humanas e na resolução de conflitos, o mais importante é saber quais são as prioridades e, se for necessário redefinir caminhos, redefinir estratégias de ação.

Penso, a partir da minha própria trajetória como educador e formador de educadores/as numa perspectiva de valores e direitos humanos referendada na Educação para a Paz, que esta é a tarefa mais significativa para modificarmos nossas posturas (mais autoritárias que democráticas) em nosso serestar no mundo. A avaliação deve ser uma constante neste processo, pois se torna de suma importância saber o que é possível e o quando será possível fazer aquilo que pretendemos.

O resgate da mansidão, da afabilidade e da doçura nas relações humanas perpassa por uma profunda mudança de paradigma no próprio serestar do sujeito no mundo. É um processo de modificabilidade interno imenso, que exige formação permanente, possibilidades concretas de troca de experiências, busca perene de referenciais humanísticos indispensáveis ao nosso viver.

Voltarmos à formação de valores, discutirmos ética, cidadania, direitos humanos, paz, resolução de conflitos em nossos espaçostempos cotidianos de inserção contribui, acredito, para a reversão necessária a ampliação dos movimentos de banalização da violência, banalização da ausência de justiça, presentes em nossas próprias inter-relações com os/as outros/as.

Assim, poder deve ser percebido aqui como potencialidade de transformação, de modificação de um determinado contexto; se quisermos construir um outro modo de serestar no mundo, precisamos, antes de qualquer outro procedimento, lembrar que qualquer “sonho (desejo) para ser realizado necessita que se tenha domínio (poder) dos mecanismos que permitam a concretização do que foi planejando”.

Se planejarmos, revermos nossas posturas pessoais e movimentações no mundo com o objetivo de melhorar significativamente nossa trajetória humana, considerar isto é imprescindível.

É preciso lembrar com GOETHE que “se você pensa que pode ou sonha que pode, comece. Ousadia tem genialidade, poder e magia. Ouse fazer e o poder lhe será dado” .

IV- Terceira palavra: Vontade

“A vida nos foi dada e nós

a merecemos doando-a.”

Tagore

“Vontade é coisa que dá e passa.” Qual de nós não ouviu, num belo (ou péssimo dia), está frase, este dito popular? Impregnada de valor, reflete o pensar de muitos que deixam de lado suas perspectivas, metas e objetivos. Vontade é isso mesmo, uma coisa assim, que dá e passa? Não. Vontade é se por em movimento para realizar o que se busca, vontade é momento de decisão, de colocar em prática aquilo que se pensou, refletiu, planejou.

Vontade é a assunção do desejar, do querer, do comprometer com o que nos identificamos. Acredito profundamente nesta definição de vontade, ousando escrever que a vontade é o por coragem, determinação e força na concretização do que se deseja. Realizar só é possível com a vontade, com a boa vontade. Vontade é ação: principia, começa, re-começa. É preciso coragem. E coragem é cor-agem, é agir com o coração, é a ação que se estabelece no afeto, no coração de cada humano/a.

Aqui nesta escritura, como já fiz antes, recorro ao dicionário para ampliar os sentidos e significados da palavra vontade em nossa vida. De acordo com FERREIRA (1988) vontade é a

“faculdade de representar mentalmente um ato que pode ou não ser praticado em obediência a um impulso ou a motivos ditados pela razão; sentimento que incita alguém a atingir o fim proposto por esta faculdade; aspiração; anseio; desejo. Capacidade de escolha, de decisão.”

Claro que existem outros aspectos desta definição, mas selecionei apenas alguns deles. Podemos observar que há neste substantivo uma enorme potencialidade de conexão com outras idéias. Aspirar, ansiar, desejar atingir o que nos propomos, movimentar-se com o intuito de tornar real aquilo que escolhemos, que decidimos alcançar.

Pensar em vontade leva-me a pensar na importância de estarmos conscientes da universalidade de nossos comportamentos, dos nossos talentos, das nossas aspirações; pensar em vontade desvela-me a importância do compartilhar: só poderemos algo se estivermos com os/as outros/as.

Numa proposição de pensarmos em resolução de conflitos, como é significativa esta palavra: é e sempre será necessário um movimento de deslocar-se, de desterritorializar-se, ou seja, num embate, sempre é necessário à configuração de um espaço de negociação, de redefinição, de aproximação dos desejos envolvidos no entrelaçamento de cada subjetividade.

Para compreender, é preciso ter esta vontade: aprender a mudar de opinião, aceitar as idéias dos/as outros/as, possibilitar a si mesmo rever conceitos, resignificar modelos já cristalizados, encontrar uma outra possibilidade de intervenção com o real. Somente assim, poderemos entender que “toda realidade é ‘dinâmica’, está sempre em ‘gênese’. Contemplar o mundo como um ‘filho gerado sem cessar’, ou seja, considerar os entes na claridade da bondade que os faz ser...”

Tudo isso remete nosso olhar para o desejo, palavra que expressa nossa recusa de aceitar a realidade na qual estamos, irremediavelmente, inseridos.

V- Quarta palavra: Desejo

“Quem pensa sobre o

que faz,

faz melhor.”

L. de Roccio

É a partir de nossa convivialidade com a realidade que se expressa o nosso desejar. O desejo modifica impressões, refaz trajetórias, re-significa nosso viver. Conhecer e saber da realidade: é isto que nos assegura a possibilidade de alterá-la. Desejo é força motriz, espaçotempo interno empreendedor, vínculo positivo com o nosso íntimo, espelho forte e brilhante de nossa magnitude humana. Desejo é o sentir, é o agir imbuído de potencialidades, latentes de fermentações plurais, impregnado de fertilizantes, fundamentado na utopia e na crença de que é possível mudar, dignificar nossas vivências pessoais, coletivas e institucionais. CUNHA (2001) nos mostra que o desejo é

“o coração do “ser” humano, fazendo dele um definitivo e um irremediável provisório, uma conquista perene. O ser humano é uma rede em que o desejo entrelaça e amarra o que o cerca, escolhe, rejeita, filtra, suga, fraciona, recompõe, identifica, totaliza, faz do outro o “eu”, e do “eu” um outro.”

É assim que faço esta conexão, aqui referendada no escrever e no pensar sobre as quatro palavras escolhidas para argumentar sobre as nossas potencialidades de resolução de conflitos: realidade, poder, vontade e desejo.

É na órbita do desejo que circulam nossos conhecimentos, nossas relações e sentimentos, nossas potencialidades de agir e fazer, nossa procura por sentido e significado para nossa humana trajetória.

Em cada um/a de nós, existe imenso potencial a ser desenvolvido permanentemente para a articulação com tudo aquilo que nos alcança: em cada sujeito, há latente competências e habilidades para ser, cada vez mais, centrado, feliz, organizado e pleno.

Vislumbrar em nossas relações o ouvir para compreender pode dar novas condições para que se possa rever, re-avaliar os caminhos percorridos. Nunca é demais aguçar nossos desejos de construção de uma outra realidade. Tal construção só é possível no convívio fraternal, no estarjuntocom , no agir coletivo, no planejar de modo participativo a prática e vivência do cotidiano.

Neste sentido, tornar-se manso, afável, dócil é desafio perene, possibilidade realizadora de outras relações. Claro que isso não significa a ausência de conflitos, mas possibilita vivenciá-los de modo mais operante, mais significativo e menos cristalizado. Os conflitos existem para resignificar pensamentos e ações. Os conflitos existem para apreendermos o real e transformá-lo, os conflitos existem para que todos/as cresçam e evoluam no que diz respeito a si mesmo e aos outros/as.

É preciso captar a realidade, desenvolver nossas potencialidades de empoderamento, dinamizar nossa vontade, aguçar nosso desejo, pois é pelo desejo que

“o ser humano é necessidade. Satisfeita a necessidade, o desejo subsiste , e mais. Barriga cheia, coração ansioso. Pelo desejo , o ser humano é ansiedade. Acalmada a sede, o desejo subsiste. Coração tranqüilo, caminhar inquieto. Pelo desejo, o ser humano é rebelde, plurimo. Afogar o desejo é sufocar o humano. Por isso, “ensinar” é seduzir, acender a fogueira do desejo é atiçar a esperança”.

Resta re-aprendermos, continuar aprendendo sobre como lidar com os conflitos de modo positivo. Precisamos des-a-prender hábitos, manias, modos de serestar que impedem o desenvolvimento de nossa afetividade, característica humana primordial para a manutenção de nossa saúde mental.

Necessitamos, ainda, de perceber que a palavra é instrumental para nossa individuação, revelada por nossas vontades, vivificada em nossos desejos. A palavra, o verbo, são expressões do desejo: é preciso resgatar a prática das boas palavras, da mansidão do olhar nos olhos do/a outro/a, da afabilidade de ser capaz de tocar no corpo do/a amigo/a com um abraço, um beijo fraternal num momento significativo. Precisamos também re-aprender a generosidade, a cordialidade, a abertura para o/a outro/a, que nos chega e trás consigo possibilidades imensas de experenciarmos momentos de re-conhecimento, de diferenciação em o meu eu e os outros eus.

Melhorar nossas potencialidades comunicacionais, resgatando a afeto pode nos levar a estabelecer identificações, criar pontos de intersecção, consolidar nossa identidade terrenal, nossa plenitude humana construir a fraternura.

Para manter a Vida, precisamos do desejo. Do desejo de construção de um outro novo tempo, mais fraterno, emotivo, predisposto a solidariedade e ao afeto. Somos seres desejantes, vivemos

“no finito. Tudo o que tocamos é limitado. Mas nosso o nosso desejo é infinito, é ilimitado. Então, para sermos fiéis aos apelos de nossa interioridade, é preciso manter essa abertura infinita.”

Resta-nos, então, desejar. E neste movimento, permitir que em cada um/a de nós habite uma bela estrela, que ilumina o sorriso do/a outro/a e assim torne a vida cada vez melhor.

VI- Idéias aproximadas: em busca de uma (in) conclusão

A Paz como meta e busca humana

“Não há caminhos que levem a Paz:

a Paz é o caminho.”

M. Gandhi

Estar em paz é uma das mais antigas aspirações humanas, pois desde o começo da nossa história, de nossa trajetória humana, paz era a denominação dada aos períodos, geralmente breves, que transcorrem entre duas guerras.

Por paz podemos compreender a relação mútua e a situação de quem não está em guerra. Poe podemos saber que é a quietude dos Estados e a tranqüilidade pública, oposto à guerra. Por paz, compreendemos como reconciliação, volta à amizade e à concórdia.

Em português, paz provém do latim 'pax, pacis'. Paz, em todas as línguas românicas, é vocábulo comum: em francês, 'paix'; em italiano, 'pace'; em espanhol, 'paz' e em outras línguas, como o inglês 'peace'.

A palavra paz também aparece na origem de 'pacto', que provém do latim 'pactum', e que nessa língua era o particípio passado de 'pascisci' (firmar a paz). Em latim, 'pactare' significava também pagar tributos, obrigação comum aos vencidos com o final de uma determinada guerra.

Se desejarmos viver em paz, caminhar em busca de resolução de conflitos é compreendê-los como uma possibilidade de criação de ambiente de comunicação, de solidariedade e, principalmente de cooperação. Reconhecer os conflitos que surgem em suas causas, é buscar saber onde, quando e como se pode propor uma solução possível; é fundamental, neste movimento, estabelecer normas de reflexão e diálogo sobre a situação.

É preciso também estar atento/a aos processos de geração de possibilidades diferenciadas de resolução de conflitos, refletindo sobre as conseqüências das ações propostas. É mister aproveitar o surgimento de conflitos nos espaçostempos onde temos algum tipo de inserção, para que possam servir como vivência de formação para todos/as.

Acredito também ser importante estabelecermos parâmetros para uma análise crítica do que está intrínseco nas diversas mensagens dos meios de comunicação sobre o como são demonstradas e apresentadas as mais diversas situações de conflito. Ao pensarmos em processo de reflexão e formação sobre as respostas possíveis aos conflitos, acredito também que a cultura de paz e não-violência, a educação em direitos e valores humanos pode contribuir para a configuração de estratégias para enfrentá-los nos diferentes espaçostempos onde vivenciamos nossa trajetória humana.

Criando harmonia e sentido para construção de um novo tempo

“La guerra es un producto de la mente del ser humano.

Si somos capaces de generar violencia,

también lo somos de crear armonía.

Frente a nuestra capacidad de destrucción

debemos explorar nuestra capacidad de construción.”

Andrés Guerrero Feliú

Criar harmonia em nossa cotidianidade, repleta de desafios, é tarefa estimulante e motivadora para nossas ações enquanto humanos aprendentesensinantes. O autor acima citado nos seduz a pensar sobre como podemos criar novos campos de significado e sentido para construção de um outro tempo possível, onde se possa observar que em tudo onde habita a vida, temos a tendência de continuidade e desenvolvimento, apesar das rupturas ocorridas nos processos de evolução.

Buscar novos campos de significado e sentido sempre fez parte da trajetória humana, desde tempos imemoriais. Resolução de conflitos só pode ocorrer quanto compreendermos que conflito é "uma luta por valores e reivindicações de status, poder e recursos escassos, em que o objetivo dos oponentes consiste em neutralizar, lesionar ou eliminar os rivais."

Podemos considerar o conflito como uma das formas centrais de interação humana e perceber que, em sua configuração, ele objetiva encontrar soluções aos dualismos divergentes que, de um modo geral, sempre ocorrem nas relações humanas. Para muitos , conflito pode ser um modo de se chegar a algum tipo de unidade, nem que para isso um dos elementos conflitantes seja aniquilado.

Numa perspectiva psicológica o conflito configura-se no momento em que existe a percepção do desacordo no que concerne a constituição de uma problemática a ser solucionada. Podemos compreender o conflito como antagonismo de forças, sabendo que ele pode ser criativo e saudável ou improdutivo e confluente, quando o sujeito não compreende a si mesmo e, por conta deste não entendimento, responsabiliza sempre o outro.

Assim, criança espaçostempos de convivialidade democrática, é possível superar o conflito, percebendo-o que este sempre se produz quando estratégias, atividades, metas e objetivos não são compatíveis entre os que estão envolvidos em algum fazer, em algum projeto de trabalho, ou de vida.

Re-significar nossa trajetória humana, no sentido de superarmos os entraves elaborados por situações conflitivas, pode trazer novos campos de significados e sentidos a nossa existência, pois a busca por harmonia deve ser referencial ao nosso viver.

É preciso estabelecer relações de não-oposição visando encontrar fins compatíveis entre os que estão envolvidos em situações/relações conflituosas.

Criando harmonia e sentido para construção de um novo tempo é uma luta que devemos expressar em nosso agir, em nosso fazer, em nosso serestar num mundo em complexa interdependência.

Nossa busca, que a meu ver deveria se tornar missão, é a de favorecer, sempre, a manutenção da paz, percebendo que o uso de valores éticos, da criatividade, das vivências e da reflexão permanente de nossas atitudes pode levar cada um de nós a compreender os questionamentos de cada um como pessoa.

Criar harmonia e sentido para construção de um novo tempo só será possível quando compreendermos que somos sujeitos amorosos, em busca de paz, com os outros, conosco, com o mundo e com a natureza. Criar harmonia e sentido para construção de um novo tempo só será possível quando re-significarmos nossas vivências e percebermos que é possível enfrentar as diversidades com atitudes menos egocêntricas e mais altruístas. É preciso buscar o encontro com o/a outro/a numa perspectiva de alegria, fé, esperança, renovação da própria vida. Só assim, outro mundo será, efetivamente possível.

Pequeno glossário (ou uma tentativa de explicar melhor o jogo, o interjogo das palavras):

Antes de começar a escrever este pequeno glossário, devo demonstrar aqui minha busca, vital no meu processo criador, de maneiras novas de fazer, pensar, agir. E o interessante neste movimento, é que encontro, neste pesquisar constante, nesta paixão contínua pela leitura, referenciais que fortalecem este meu mover no mundo. Vejam que interessante esta escritura/fala de Nilda Alves, professora adjunta da UERJ:

“compreendendo que são necessárias novas maneiras para expressar novos modos de pensar e fazer, com o objetivo de superar a maneira dicotomizada da modernidade, tenho buscado modos de escrever que, pelo menos, mostrem esta necessidade.”

A-

Aprendenteensinante :

Expressão onde o sentido de aprender, e o de ensinar são um só. Lembra a idéia fundamental de Paulo Freire, que nos diz que a aprendizagem ocorre em comunhão, pois quem ensina aprende ao ensinar, quem aprende ensina ao aprender.

C-

Competências:

“são modalidades estruturais da inteligência, onde podemos ser aptos, capazes, adequados e próprios em nossas latentes capacidades de apreciar, avaliar e julgar determinadas situações e problemas e, por conta disso, sermos capazes de elaborar propostas de alternativas possíveis para compreender a busca de resoluções.”

Estarjuntocom

Um outro jogo semântico que surge aqui: quando penso em estar junto com penso assim: estar junto mesmo, ligado sem espaços de separação, conexo. A experiência de viver em coletividade, apesar da complexidade presente em nosso tempo e espaço social, deve ser re-valorizada, para que possamos, vencer o medo, nutrir a esperança e construir a paz.

Experenciarmos :

Amarmos as nossas experiências de vida, experimentar com amor, afeto, docilidade e ternura o estarjuntocom . Experienciar: estar ciente da unicidade de nosso ser ao agir, pensar sobre a vida e suas complexidades, irmos da imanência à transcendência, encontrarmos significado e sentido ao nosso ser e estar , ao nosso serestar no mundo.

F

Fraternura:

A primeira vez que ouvi esta palavra foi da boca/alma de Leonardo Boff, em uma experiência mística belíssima. Este grande teólogo falava sobre São Francisco de Assis para mim, e para uma multidão, numa Conferência no Fórum Social Mundial de Porto Alegre, em janeiro de 2003. Para além da simples junção das palavras fraternidade e ternura, fraternura remete nosso pensar e sentir para a criação de uma outra forma de vermos e vivermos em comunhão com os/as outros/as. Remete ao pensar sobre as enormes possibilidades de criarmos um mundo novo, a partir do nosso cotidiano.

S:

Serestar:

Interessante o jogo possível que podemos fazer com as palavras, no intuito de criar um significado/sentido novo para cada uma delas. Serestar, SER E ESTAR. SER-ESTAR. Uma junção que poderia originar ser-e-estar, estar-e-ser, mas por uma força qualquer, ganhou a grafia serestar, que nos remete a seresta, música, alegria, plenitude, beleza e dança. Para ser é precisa estar: atento a plenitude da vida, aberto ao novo (que sempre chega), curioso com as possibilidades inerentes aos humanos encontros possíveis.

Bibliografia mínima:

ABREU JR, Laerte. Conhecimento transdisciplinar: o cenário epistemológico da complexidade. Editora UNIMEP, Piracicaba, 1996.

ALENCAR, Chico e GENTILI, Pablo. Educar na esperança em tempos de desencanto. Editora Vozes, Petrópolis, 2002.

ALVES, Rubem. Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo, Cortez/Autores Associados, 1988.

______,_______. Um mundo num grão de areia: o ser humano e seu universo. Verus Editora, Campinas, 2003.

AMARAL, Silvia (coordenadora). Psicopedagogia: um portal para a inserção social. Editora Vozes, 2003.

ANTUNES, Celso. Novas maneiras de ensinar, novas formas de aprender. Editora Artes Médicas, Porto Alegre, 2002.

ASSMANN, Hugo. Reencantar a educação: rumo a sociedade aprendente. Editora Vozes, Petrópolis, 2000.

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