D E S P E R TA R

PALAVRAS DE VIDA

Pr. Serafim Isidoro.

(DESPERTAR)

O PECADO, SONO DA ALMA

“Pelo que diz: desperta tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará”. – Ef. 5.14.

Pecado, teologicamente definido, é transgressão da lei divina. No texto bíblico acima, Paulo apóstolo usa de linguagem ilustrativa simbólica para referir-se ao estado e a necessidade do ser natural, homem ou mulher, reconhecer a si mesmo e curvar-se ao Deus criador e redentor da raça humana. Como o assunto é de máxima importância, consideremos em primeiro lugar, o que é o sono. O pecado é algo como o sono, disposição física para repousar. Enquanto o individuo dorme, está alheio à vida em seu redor. Seus sentidos, olfato, paladar, visão, tato e audição estão em tal estado de repouso que só uma forte repercussão poderá desperta-lo.

Paulo, doutrinador fundamental do cristianismo serve-se então dessa analogia, aplicando-a ao pecador, para que este seja desperto para a realidade de seu estado consciente do qual o ser humano é responsável e, sem dúvida, um dia prestará contas a Deus. Cremos em Deus Pai, todo poderoso, que há de vir a julgar os vivos e os mortos. É ainda de Paulo, a afirmação de que tudo o que o homem semear isto mesmo este ceifará.

O pecador não tem conhecimento ou percepção das coisas referentes a Deus. E não deseja mesmo ter. Sua mente é, em todo o tempo de sua existência, ocupada com o aqui e o agora, envolvido no que o mundo denomina diversão. Não cogita de coisas eternas, nem o seu coração se ocupa em comunhão com Deus. Não pode dizer como o salmista: “A minha alma tem sede de Deus”.

Por adormecido, entendemos o pecador satisfeito, tranqüilo e descansado em seu estado pecaminoso. Não percebe, ou não quer perceber o mal em que está e o perigo iminente em que incorre. Pecado, segundo ele, seria matar, roubar grandes quantias, difamar, invejar. Mas isto, pensa, não faço e, ademais existem no mundo pessoas piores do que eu. Não se lembra de que Jesus, o Cristo, morreu pelos pecadores, o justo pelos injustos e que o castigo que esteve sobre Ele nos traz a paz, a nós que em outro tempo andávamos nos desejos de nossa natureza fazendo a vontade da carne e dos maus pensamentos e éramos, por natureza, filhos da ira como os demais também.

O pecador não sente que os seus atos ofendem a Deus. Não vê que está no caminho largo que conduz a perdição. Não entende que Deus é luz, que esta não tem comunhão com as trevas e que haverá um lugar de tormento para aqueles que não crêem e não obedecem ao Evangelho de nosso Senhor Jesus, o Cristo. Quem crer e for batizado será salvo, dissera o Mestre. O pecador não sabe que a amizade, aquela afeição pecaminosa às coisas que no mundo há, constitui-se inimizade contra Deus. Para o pecador a finalidade desta vida é comer, beber e se divertir e que, no refrão já tão antigo: “ E que tudo o mais vá para o inferno”. Porém, o tudo o mais é ele próprio.

“O mar dará os seus mortos, a morte e o Hadês darão os seus mortos e serão julgados, um a um, pelos seus pecados” – diz o santo livro Apocalipse. O pecado, sono da alma humana, é a única coisa no mundo que quanto mais se pratica, menos se conhece. O pecado torna o ser humano insensível, como certa qualidade de lepra, que imuniza de dor o paciente, adormecendo-lhe a pele. O pecado faz com que o pecador não sinta, nem mesmo às vezes, a dor da consciência e os apelos de Deus. “Disse o néscio em seu coração: “Não há Deus”. O Evangelho é para o tal coisa nula, tola e absurda. Grande figura russa afirmou: “A religião é o ópio dos povos”. E outros mais despretensiosos afirmam “morrerei na religião de meus pais” – desculpa para não se ligar a nenhuma delas.

Há necessidade de um despertar da alma. Não podes afirmar como, no passado longínquo, alguém afirmou: “Terminou a sega, passou o verão, e nós não estamos salvos”. Na aceitação pessoal do sacrifício e da obra redentora de nosso Senhor Jesus, o Cristo, há esperança de uma vida nova, transformada, santa e santificada, perdoada e separada do que o mundo denomina: “Uma boa”.

Só Jesus.

O Pr., Th. D. Honoris Teologia, D.D., Serafim Isidoro, oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br