Pecado com graça (Parte final)
Era nosso desejo que Deus, hoje, nos desse um tema novo, como vem fazendo, mas Ele houve por bem nos dar a continuidade do último texto que publicamos.
Afirmamos, no artigo anterior, que seria meio "cínico" de nossa parte dizer que "para gozarmos da Graça, em sua plenitude, poderíamos pecar à vontade".
Não! Não podemos, e nem devemos, pois “de Deus não se zomba, pois aquilo que semearmos, será o que vamos colher” (Gálatas 6. 7).
"Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor."
Diz o texto de Gálatas 5. 13, acima transcrito, que "fomos chamados à liberdade, mas não devemos fazer dessa liberdade uma oportunidade para dar lugar à carne [ao pecado]". Acrescentamos que não seria
“liberdade”, mas “libertinagem”.
Liberdade cristã não tem o significado de desrespeitar a lei, nem de apreciar e gozar o que quisermos; a verdadeira liberdade não tem o sentido de que somos livres para satisfazer nossos desejos, nossas concupiscências.
Muito pelo contrário, devemos controlá-los, devemos educá-los, devemos civilizá-los, devemos amestrá-los, devemos amansá-los, devemos silenciá-los.
John Stott diz (Devocionário “A Bíblia toda, o ano todo”): "A verdadeira liberdade não significa que somos livres para satisfazer os nossos desejos, mas para confrontá-los; não somos livres para explorar nossos semelhantes, mas para servi-los, e não somos livres para desobedecer a lei, mas para cumpri-la."
Também não somos livres para explorar o próximo, mas para servi-lo, conforme texto acima, que nos orienta a sermos servos uns dos outros, pelo Amor de Deus e a Deus, e por amor a ele, o próximo.
Jesus disse que não veio revogar a lei, mas cumpri-la, e, em suas conversas com os discípulos, e com o povo que o seguia, Ele chegou a enumerar alguns itens da lei, confirmando-os, chancelando-os, embora a Lei tenha sido dada por Deus ao povo judeu.
Destacou Ele, com todas as letras, e com uma considerável ênfase: "O primeiro e maior mandamento é: Amai a Deus sobre todas as coisas, e o segundo, semelhante a este, é amarás ao teu próximo com a ti mesmo" (Mateus 22. 38-39).
Agora, a partir de Jesus, não é mais lei, é graça!
Graça não significa que podemos mentir, não quer dizer que podemos dissimular, não nos dá o direito de entender que podemos furtar, não nos concede a permissão para adulterar, nem nos coloca à vontade para cobiçar, entre outras coisas.
Graça, favor imerecido, é o derramamento da bondade de Deus, de Sua misericórdia, do seu perdão sobre toda a humanidade, através da entrega de Seu Filho, Jesus, na cruz em nosso lugar, pelos nossos pecados passados, presentes e futuros, embora na busca de um crescimento espiritual, de um aperfeiçoamento de nossa salvação, devamos nos afastar da prática das coisas [pecado] que não agradam a Deus.
E, o mais importante, para nos apropriarmos dessa tão grande Salvação, dessa abundante Graça, que é uma atitude individual, de cada um de nós, entre o “eu” e Deus, de receber Jesus no coração, como único e suficiente Senhor e Salvador de nossas almas.
Se pecarmos, foi dito na última mensagem, temos Advogado junto ao Pai: Jesus Cristo (I João 2. 1).
Se pecarmos, temos que confessar a Deus o que fizemos, e "Ele é Fiel e Justo para já nos ter perdoado, e já nos ter purificado de toda injustiça" (conforme tradução literal do original grego em I João 1. 9).
Busquemos, pois [eu em primeiro lugar], a presença do Espírito Santo em nós, não satisfazendo as vontades da carne, mas vivendo o "fruto" do Espírito, cujas características mais marcantes são:
"Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio, pois contra estas coisas não há lei”, conforme Gálatas 5. 22-23.
De fato, não é fácil vivermos permanentemente no Espírito, mas devemos nos esforçar para tanto, para que quando Ele [Jesus] vier nos buscar [arrebatamento], não nos encontre desprevenidos.
Edmar Torres Alves – editor do Sê Fiel
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