"TRATADO SOBRE O DINHEIRO"...

“Tratado Sobre o Dinheiro”

O dinheiro é o início, o meio e o fim de uma existência de vida. É a fonte do poder. Quem o tem domina tudo ou quase tudo. Torna-se o senhor do mundo à sua volta. Seu poder é imensurável. Compra vidas, suborna e determina mortes. É de um efeito prodigioso sem fim. Sublima a imaginação fértil dos poderosos. Ameaça a paz e deflagra a guerra. Transcende o poder da fé das pessoas que, acima de qualquer coisa passa a adorá-lo e idolatrá-lo como um deus maior. Ameaçador, intolerante e intrépido nas conquistas. Mito e realidade. Simbolismo maior dos mortais. Fascinação eterna dos materialistas. Resposta para todas as perguntas e solução para todos os problemas materiais. Desagregador, num eterno conflito entre o bem e o mal. Sedução contínua para uma realidade de vida melhor. Razão maior da vida para os sovinas. Dízimo convincente e enganador pelas igrejas para se alcançar as graças de Deus. Manipulador da ética e da moral. Filosofia de vida adotada por todos os humanos no seu dia-a-dia. Símbolo da opulência e total abstinência dos conceitos morais. Vendaval e um eterno vulcão aceso na cabeça das pessoas. Lógica do tapinha nas costas, bajulação e muito puxa-saquismo. Alavanca dos políticos e corruptos. Primeiro mandamento na ordem natural das conquistas terrenas. Sonho e esperança de todos os necessitados.

O dinheiro que compra, o dinheiro que corrompe, o dinheiro que fascina. A falta de dinheiro que gera condições dramáticas de vida para muitas pessoas é o mesmo que, prodigamente, presente, constitui as bases verdadeiras do poder de uma minoria dominante.

Fator de aflição, desavença e inveja no seio das famílias. O dinheiro que manipula a verdade dissimula também a mentira, tornando-a, maquiavelicamente, verdadeira.

Por que todas as decisões que temos que tomar estão baseadas em decisões que gerem algum tipo de ganho financeiro? Justificativa convincente para todas as coisas de bom ou de ruim.

Panacéia? Sim, já que, julgam-no e acreditam como sendo o único remédio possível de curar todos os males físicos e morais.

O dinheiro que nos dá conforto é o mesmo que nos causa dissabores. Compra o brilho de uma festa, mas não compra a nossa alegria. Sonho dourado que ilumina o final do túnel.

Nos completa ao mesmo tempo em que nos divide. Atrai os nossos pensamentos e dissipa os nossos sonhos. Nos faz sorrir, mas também nos faz chorar.

Bálsamo para muitos. Sofrimento para outros tantos. Ilusão perene que atormenta a alma de todos os mortais.

O dinheiro que levanta a autoestima é o mesmo que nos deixa de baixo astral.

O dinheiro que acelera o pensamento das pessoas e aumenta os batimentos cardíacos é o que gera os sintomas psicossomáticos e, é também, o mesmo que ao atingir os sintomas psíquicos podem te levar a loucura.

Dinheiro de uma importância incalculável para muitos. Tratado como um ser maior, controla os sinais vitais dos ranzinzas, impondo-lhes regras rígidas de um cotidiano melancólico. Dinheiro das falsas verdades e das meias mentiras. Dos relatos absurdos. Das profecias. Dos sonhos de mil e uma noites. Paradigma dos incautos, levando-os a cometer todos os tipos de transgressões inimagináveis. Roda viva da fortuna e dos infortúnios.

Infinitamente venerado pela maioria das pessoas, alcançando quase que a unanimidade neste mundo globalizado e deveras capitalista em que vivemos.

Natural e sobrenatural em toda a sua pujança. Doutrina e tradição de uma herança herdada desde os tempos pós-Paraíso, onde tudo começou. Conteúdo maior da caixa de Pandora.

Dinheiro dos tempos bíblicos que, narrados e descritos pelo Antigo e pelo Novo Testamento, marcou uma época de crenças e descrenças, norteando e determinando o início de como tudo começou e no que isso ainda iria dar. Trilhando pelo feudalismo, passando pela burguesia e chegando ao capitalismo dos dias de hoje, escreveu e continua escrevendo páginas e mais páginas da história dos povos.

O dinheiro que compra a felicidade é o mesmo que traz a infelicidade.

Infelizmente, o mundo respira dinheiro. Por trás de toda poluição que devasta o nosso planeta estão os grandes conglomerados produzindo e ao mesmo tempo destruindo a nossa natureza. Tudo em nome do dinheiro.

O ritmo biológico de nossas vidas está intimamente cadenciado pelo dinheiro. Dormimos, acordamos e sonhamos em tê-lo. Todos os entretantos, os poréns, os atos, os fatos e os “ses” da vida estão atrelados a ele.

De tudo que foi dito acima e mais outros tantos que ainda serão ditos sobre o dinheiro, a parte mais deprimente do vil metal foi o fato de ter parido o político. Sem o dinheiro não existiria a figura do político. Tudo seria resolvido de uma maneira amistosa, inocente e informal, porque em nenhum momento estariam em jogo os interesses escusos de ninguém.

No mundo em que vivemos toda a Sociedade civilizada de uma forma ou de outra vive sob um regime de governo, seja ele qual for. É nessas Sociedades constituídas que aparecem os políticos, governantes, representantes do povo e por aí vai. Na realidade um bando de gente que, por trás da suprema glória de seus cargos, mentem compulsivamente, corrompem-se facilmente e só pensam em levar vantagens em tudo aquilo que participam.

Esta raça corrupta estigmatizada por todos os cantos da sociedade em que vivemos conseguem lesar a todos nós do povo, indistintamente. Todo dinheiro gerado pelo Estado vem dos impostos, taxas, contribuições etc, de que somos taxados.

Quando somos furtados, roubados ou chantageados por algum bandido, malandro ou um esperto estelionatário, estamos conscientes de que perdemos algum valor definido. Mas quando o Estado é lesado pelos corruptos que, estão ocupando determinados cargos de confiança, deveras, bem remunerados, inclusive, sentimo-nos sacaniados em toda a nossa plenitude.

Quanto mais poderoso o dinheiro mais fragilizados ficam os homens. Aonde houver falta de pudor, cobiça, discriminação, desonra e ingratidão o dinheiro estará lá no meio da discussão.

O dinheiro é uma fonte inexorável de energia que, de uma maneira voraz e implacável alimenta os anseios e as expectativas de vida de todos os humanos. Gentil, nefasto e ambíguo, paralisa as pessoas, tornando-as escravas e alienadas ao mesmo tempo.

O dinheiro que oxigena a tua mente pelo fascínio das coisas conquistadas é o mesmo que asfixia o teu cérebro, te deixando confuso e desorientado pelas perdas ocorridas.

As pessoas se transformam perante o dinheiro. Impiedoso e predominante faz parte de nossa vida desde o nosso nascimento até a hora de nossa partida desse mundo de meu Deus.

Como já foi dito por alguém: Você paga pra nascer, paga pra viver e paga pra morrer. Portanto, os destinos das pessoas estão intimamente ligados e traçados pelas linhas do dinheiro.

O dinheiro limpo e o dinheiro sujo convivem lado a lado o tempo todo. Testa o caráter das pessoas. Critério injusto, estúpido e porque não dizer absurdo, adotado que é para medir o sucesso das pessoas.

O dinheiro que namora a inveja é o mesmo que convive amistosamente com a traição.

O dinheiro que esnoba e maltrata as convicções das pessoas é o mesmo que de uma maneira implacável restringe ou acalenta nossos sonhos.

Dinheiro que gera dinheiro é o que traz as honrarias das conquistas. O dinheiro que leva uma pessoa pra cadeia é o mesmo que acaba comprando a sua liberdade. O dinheiro que fala mais alto é o mesmo que compra o silêncio. Transforma os culpados em inocentes e os inocentes em culpados. Cenário de um brilho alucinante e fascinante.

Os cretinos, os oportunistas e os corruptos convivem promiscuamente com o dinheiro.

Muitos bilionários que têm o mundo a seus pés, são os mesmos que têm o dinheiro o tempo todo sobre suas cabeças.

As leis são rígidas para aqueles que não têm o dinheiro e frágeis e complacentes para aqueles que o têm. Os afortunados nesta vida, ricos, milionários, bilionários que pautaram suas vidas idolatrando o vil metal , abrindo mão das coisas espirituais, pisoteando e esmagando a tudo e a todos nesta vida, estão na realidade, em perfeita sintonia com Satanás e de certo que serão os hóspedes mais ilustres do inferno.

O dinheiro ultrapassa as dimensões da vida. O seu poder transcende todas as regras de conduta e dá a sensação de que as pessoas convivem em mundos totalmente opostos.

O dinheiro de uma força oculta inimaginável tremula como bandeira maior por todas as Sociedades constituídas.

O dinheiro que alimenta as intrigas é o mesmo que afaga a hipocrisia. Único ponto vulnerável, o verdadeiro calcanhar de Aquiles, constituindo-se assim, como a parte mais sensível das pessoas.

O dinheiro da eloqüência, do desprendimento e da ostentação é o mesmo que alimenta a vaidade das pessoas. Os estragos provocados pela sua falta deixam seqüelas terríveis na população flagelada espalhadas pelos quatro cantos da terra.

Mister de negociatas e estratégias. Afunila as emoções descontroladas gerando os impasses e as discórdias. Na falta de argumentos o dinheiro fala mais alto. Todas as mazelas do mundo e as desordens da natureza estão legitimadas pela busca incessante indiscriminada do ganho do dinheiro. Bem-estar permanente, mas eterno enquanto dure. De um efeito incontrolável na vida das pessoas. Sucesso e derrota. Influência positiva e negativa. Sorte e azar. Argumento maior para a depressão das pessoas. Com dinheiro o livre-arbítrio das pessoas materializa-se. Manifestação de euforia e sensação milagrosa de felicidade e bem-estar. Dogma e palavra final para todas as dúvidas perenes. Na prosperidade o dinheiro estará lá, na adversidade também. O dinheiro que brilha é o mesmo que tendo luz própria ilumina o caminho de todas as pessoas.

O dinheiro é uma tsunami avassaladora que invade o inconsciente coletivo das pessoas.

O dinheiro que abre as portas das oportunidades é o mesmo que acaba protagonizando o desfecho das crises. Fruto da árvore proibida.

Causa e efeito de atritos, divergências e impasses irreconciliáveis.

O dinheiro como foco principal de qualquer esquema de corrupção e da roubalheira desenfreada, é o mesmo que acaba deixando rastros por onde passa. O dinheiro é inabalável, imutável e inalienável.

O que mantém acesa a chama viva do inferno é o dinheiro que circulou, continua e continuará circulando por todos os povos e nações.