“Sinbad: a Lenda dos Sete Mares”


Apesar de ser a mais nova animação de aventura dos Estúdios Dreamworks, tem uma frase nesse desenho que me fez ficar arrepiado...Não que eu esteja apaixonado não, mas é porque é linda, dita em uma hora mais que oportuna, e nunca vista antes em um desenho animado. Pelo menos eu nunca vi, e se alguém tiver visto que me avise, porque aí então eu posso esquecer esse encantamento todo: ao decidir em cerca de 30 segundos seu futuro, Simbad diz estar pronto para salvar o amigo, custe o que custar e doa a quem doer. É então que a gatinha Marina, a princesa da cidade de Siracusa manda essa pra cima do cara: “Eu não quero ver você morrer...eu te amo”.
Não é por nada não! Pode ser um desenho animado, é um filme para as crianças, - e eu já estou bem grandinho, - mas concordem comigo que a cena ficou muito bonita! Pra quem ainda não viu eu só tenho a dizer que apesar das vozes mecânicas da dupla romântica Thiago Lacerda e Giovanna Antonelli, (Sinbad e Marina respectivamente), a cena saiu tão real e perfeita para um desenho animado que qualquer um pode jurar que era interpretada por atores de carne e osso! E agora parece que com coração também...
O Sexto longa metragem de animação dos estúdios Dreamworks, (primeiro veio “O Príncipe do Egito”, depois “FormiguinhaZ”, em seguida “O Caminho para El Dorado”, o quarto levou o estúdio a quase desbancar a titânica Disney com “Shrek”, e no ano passado mostrou ao mundo o seu “Spirit: O Corcel Indomável”), é recheado de efeitos especiais, mais até que “Atlantis” da Walt Disney, que colocou em seu filme 30% de cenas com efeitos computadorizados.
Mas isso não significa que uma animação para crianças que “comem” videogames deva ser entupida com efeitos 3D de tirar qualquer míope de seu estado normal! Muito pelo contrário: penso que se os grandes estúdios voltasse um pouco com a animação tradicional teríamos de volta o romantismo dos desenhos de antigamente e atrairia muito mais os olhos da criançada!
Mas o fato é que “Sinbad” praticamente emborca a cara da garotada com efeitos de computador de dar inveja a qualquer outro longa de animação. Se Atlantis era até então o desenho que mais tinha efeitos de computação gráfica incorporados às técnicas de animação tradicional, “Sinbad” veio agora para ocupar esse reinado; e com merecimento, já que as cenas mais fortes em que o computador entra em cena não são por acaso, mas tem a sua lógica própria: os heróis enfrentam em alto mar cerca de 3 feras gigantescas e medonhas de dar medo aos mais destemidos corsários: o marinheiro Sinbad e sua tripulação, que passam por situações que os põem a mais dura prova.
Bom, as cenas são muito rápidas e por vezes nos presenteiam com um pouco de tontura, - eu fiquei zonzo sim! -, mas isso dá o tom certo da ação! E falando tecnicamente, a textura dos corpos dos monstros me pareceram bem reais, tanto que se prestar atenção você irá reparar na umidade da pele do polvo gigante do começo do filme. Não só isso, mas o próprio movimento das ondas do mar e dos barcos são muito bem feitos, embora você pode ter a impressão de que em alguns planos os barcos correm nas águas, e não velejam...mas fora isso, as cores e a animação é muito bem feita. Talvez os animadores tenham pecado em dois pontos: os movimentos dos personagens humanos só são bons quando realizam movimentos rápidos, mas quando estão parados ou fazem pequenos gestos eles se parecem com animes japonês. Nada contra, mas para uma animação norte-americana, esse foi o seu pecado maior. O segundo erro dos animadores foi não ter dado personalidade aos personagens. Sinbad e seu amigo Proteus só são diferentes porque Proteus tem os traços mais finos, usa cabelos longos e roupa azul. No mais, eles são praticamente iguais.
O cachorrinho de estimação Spike também não leva muito jeito pra agradar criança alguma...é um cachorro estranho, parece uma mistura de pequinês – é assim que se escreve? – com pit bull, e as únicas coisas que sabe fazer é babar e babar. Só. Os colegas de barco de Sinbad também não merecem ser lembrados: não fazem muita falta, são todos iguais e completamente descaracterizados também.
A deusa do Caos, Eris, eu ainda não consegui descobrir se ela é patricinha, gótica, ou se apenas joga RPG! Mas pelo menos a gata do mal é a única que tem alguma coisa a mais pra mostrar. Detalhe importante: esse é um dos poucos desenhos para as crianças em que a vilã não mostra os seios. Lembram da “Pequena Sereia”, com a aquela feiona lá que parecia uma cantora de ópera? Então! A gata da Deusa do Caos Eris não mostra os seios e nada que remeta a sensualidade, mas é a única do filme que se destaca...apesar da safada querer roubar o Livro da Paz...não não...!
Acho que agora dá pra gente seguir com a história, he he he...!
Bom, Sinbad é um pirata, ou como você preferir, um ladrão!
Ele e Proteus eram amigos desde os bons e velhos tempos, e passados alguns anos, Proteus é o príncipe de seu país
e Sinbad um ladrão...E em uma das investidas de seu bando eles tomam uma embarcação que continha o raro Livro da Paz de Siracusa: era justamente o barco de Proteus, que fazia o transporte do tesouro para o reino.
Só que no meio do “ôba ôba” dos caras vem um daqueles bichões feios e detonam com o barquinho dos manos!
E depois de terem quase esquartejado o polvo (?) gigante e acharem que estão na melhor, a lesma superdesenvolvida abraça carinhosamente Sinbad e o leva para o fundo do mar. E é lá que a nossa gata gótica Eris faz uma proposta suja para o herói...digamos, uma pequena conspiração! Bem familiar, não? Eris diz que vai roubar o Livro da Paz para si e então Sinbad vai até ela para recuperar o Livro e ele sai da história como herói.
Até aí tudo bem, mas quando a gata entra sorrateira para apanhar o livro, ela assume as compleições de Sinbad e ataca o guarda...bom, você já imagina, né? O guarda dá o testemunho de que foi Sinbad o ladrão e ele é julgado.
Então Proteus se oferece para ficar preso em seu lugar por 10 dias: se em 10 dias Sinbad não voltar com o Livro da Paz então o principe será decapitado em seu lugar.
O resto você já imagina: ação e muitas surpresas no resto do filme. Se não é um filme que cativa as crianças com suas piadas simples e sem muito humor, a dose de aventura e surpresa superou esses itens.
E não sei porquê, mas tive a impressão de que a cidade de Siracusa é idêntica a “Atlantis” da Disney...
Mas no meio da aventura, Marina – que é a amada de Proteus – decide ir junto com Sinbad em busca do Livro da Paz...e lá pinta um clima entre os dois...safada! É isso! A gata está na beira do altar e ainda arrasta as asas pro ladrãozinho lá! Não sei se isso tem algum efeito na mente das crianças, mas que eu fiquei meio chocado pelo fato de colocarem isso em “Sinbad”...eu fiquei bem chocado sim.
Bom, pelo menos os caras das pranchetas da Dreamworks não mandam as crianças fazerem SEXO como os queridinhos da Walt Disney Company fazem em suas animações que encantam o mundo...!
No fim da aventura, Eris faz um “quiz”com o garotão e ele passa no teste!
O final você já imagina!
É isso! Espero que se divirtam com “Sinbad: a Lenda dos Sete Mares”, porque é só ação e efeitos! Nada que encante uma criança na sessão de cinema! Mas dá pra ficar tonto sim!
Até a sessão das 13:35!
Abraços!

Rônaldy Lemos

Ficha do Filme
Direção:
Patrick Gilmore
Tim Johnson

Produção: EUA 2003
Título Original: Simbad: The Legend of Seven Seas
Duração: 84 minutos
Estréia: 11 de Junho de 2003
Gênero: Infantil/Animação
Classificação: Livre
Distribuidora: UIP
Roteiro: John Logan

Música: Harry Gregson-Williams

Cor: Cor
Narração: Brad Pitt
Catherine Zeta-Jones
Michelle Pfeiffer
Joseph Fiennes
Dennis Haysbert
Christine Baranski

Produtor: Jeffrey Katzenberg
Mireille Soria

Produção: DreamWorks SKG






Rônaldy Lemos
Enviado por Rônaldy Lemos em 16/09/2006
Código do texto: T241979