O Deus de contos de fadas

“E todos ficaram felizes para sempre”.

Esta frase reflete o desejo da maioria das pessoas. Quem não quer ver tudo terminar bem? Na imaginação de algumas pessoas, se não da maioria, poderia existir um final em que ninguém saia perdendo – quem apanhou e quem bateu, quem morreu, quem roubou, quem perdeu e quem ganhou, quem jogou limpo e quem jogou sujo -, todos poderiam no final se abraçar e entrar num consenso de amizade e perdão onde o vilão deixa de ser vilão e o assassino deixa de ser assassino.

Esta concepção é imatura porque tira de nós a responsabilidade sobre os nossas ações, e ai, quando falhamos, colocamos a culpa em quem poderia impedir o desastre e o fracasso, Deus.

Há quem se considera um bom pai, mas não pode intervir constantemente no destino do seu filho. Devemos reconhecer que nessa caminhada, em que Deus está presente, os tropeços e tropeções têm como principal objetivo nos ajudar a sermos maduros e mais responsáveis.

Recentemente fomos surpreendidos com a morte de um jovem que tinha um futuro pela frente, ele tinha dezoito anos. É lógico que muitos jovens morrem ao longo da semana no Brasil. Mas esta morte trouxe maior comoção porque era o filho de uma grande estrela da tv brasileira, Cissa Guimarães. Muitos atos de solidariedade foram formulados e impetrados para, pelo menos, amenizar a dor dos familiares e amigos.

Mas houve quem exacerbou nas palavras ao questionar porque Deus não fez nada: “Que Deus é esse?” Bom, alem do publico despertar sua raiva e desejo de vingança ou de justiça contra os responsáveis, Chico Anísio acha que devemos colocar Deus no banco dos réus.

O sentimento de Chico Anísio é de quem se apegou muito aos contos de fadas que, ao confrontar suas aspirações com a dura realidade, expressa sua repugnância aos atributos de Jesus Cristo. Porque na realidade Deus pode interferir na vida humana. Mas, se isso fosse uma constante em nossa vida, agiríamos sem prudência e de maneira irresponsável, porque os resultados estariam à mercê de Deus.

Infelizmente Chico Anísio, como a maioria, não conhece o Deus que a Bíblia revela.

Deus é soberano, poderoso e tem o domínio sobre todas as coisas. Porém, Deus não se coloca em uma posição para atuar contra as leis e as sentenças que Ele mesmo estabeleceu sobre toda criação. O homem tem a mania de desafiar as leis naturais como da gravidade, da morte e da vida e não quer correr o risco! Quando o avião cai alguém pergunta: porque Deus não segurou o avião? Quando outro alguém pega aids vem a questão: porque Deus não colocou a mão?

Essas questões não nos ajudarão a nos aproximarmos da essência da vida, do criador da vida. Nem tão pouco nos ajudarão a resolver os nossos problemas. Ao invés disso devemos agir com mais prudência e ficar de olhos abertos, pois os fatos que acompanhamos no dia-a-dia, sendo eles bons ou maus, nos servem como exemplos para não incorrermos aos mesmos erros.

Muitos imaginam que Deus é um ser cheio de bondade e misericórdia e que é passivo aos nossos pecados. Para estes, Deus não tem emoção, e não se ira contra as nossas almas quando escolhemos o caminho da mentira, prostituição, corrupção e violência. Paulo escreveu aos Romanos no cap. 01, versículos 18 a 32 que a ira de Deus é uma realidade e não tem como fugirmos dela.

Pensar que Deus apenas se manifesta para satisfazer nossos desejos ou realizar nossos sonhos é um erro gravíssimo que afeta o verdadeiro sentido da fé. Crer em Deus não é tudo, temos que conhecer a Ele. Afinal, a nossa salvação está condicionada ao conhecimento que temos a respeito de Deus (João 11.3).

Pela própria dificuldade de reconhecermos nossos pecados e de atribuirmos nossas culpas aos fatos que nos deixam tristes, essa pergunta continuará permeando o senso comum e o mais alto raciocínio filosófico: Que Deus é esse?

O DEUS DE CONTOS DE FADAS.