Juntando as famílias
Juntando a família.
Estão em andamento as aparições na tv dos artistas da cansativa novela "eleição" com as mesmas promessas que já decoramos depois de 50 anos de repetição. Muitas fisionomias aparecem pela 5a. ou 6a. vez consecutiva, nos últimos 20 anos. Tiveram várias oportunidades de implantar seus projetos anunciados durante o período de promessas. Na maioria dos casos, não realizaram nem 10% do possível. Só foram eficientes em cobrar nossos impostos e aumentar seus patrimônios particulares. Perderam o bonde da história, perdemos grandes parcelas de nossa soberania e nos pedem nova chance com cara de inocente e voz de pervertido convertido. Não dá mais para confiar nestes párias, que atualmente se empenham em nos empurrar o uso das urnas eletrônicas com seus programas viciados e fechados para nos impedir a conferência de sua lisura. Estão nos impedindo de proclamar a democracia em seu pleno estado de validade.
Sugiro que cada família aproveite este tempo para desligar a tv, com as seguintes vantagens:
1) economizar energia elétrica;
2) usar esta rara oportunidade de conversar sobre tudo, inclusive a percepção que temos de nossos representantes públicos;
3) efetuar uma "gincana" do tipo: coletar recortes antigos de jornais, DO, publicações diversas, panfletos antigos e atuais para tentar observar a trajetória destes que mais uma vez se arvoram de salvadores da pátria;
4) estudar uma maneira de fiscalizar o processo de apuração dos votos, tendo em vista que as urnas eletrônicas não nos fornecem um comprovante palpável para posterior conferência;
5) rezar pedindo perdão por termos adotado uma posição de acomodação por tanto tempo, observando sonolento a atuação maléfica dos abutres do poder sem esboçar nenhuma reação produtiva contra tais atitudes.
Que cada um de nós aproveite este tempo para meditar (podemos até promover um minuto de silêncio pelo falecimento da moral da vida pública) e decidir se efetivamente vale a pena votar nas figuras que se apresentam bem penteadas e maquiadas na telinha e desejam se perpetuar no poder cercado de mordomias imorais. Se tiver de votar NULO, não se envergonhem de abrir mão de seu sagrado direito constitucional, como forma de protesto contra tantos outros direitos que lhes foram tomados na calada da noite, apesar de registrados na carta magna da pátria, sob a inércia de nosso enferrujado poder judiciário, que judia (sem trocadilho) bastante do povo. Pode ser que se atingirmos 51% de votos nulos a eleição não seja anulada (mesmo que possa, encontrarão um parágrafo para interpretar o fato da forma mais conveniente aos cenógrafos do circo).
No entanto, tal valor de desprezo do eleitor para com os dirigentes empossados os fará perceber que somos capazes de algo mais do que eles estão acostumados. Será como um cartão de visitas com os seguintes dizeres: “você foi eleito por algum detalhe mal definido na legislação. Mas é bom andar com cuidado pois percebemos que temos poder para outras ações mais contundentes do que esta.”
E. T.: Talvez a campanha do voto nulo esteja começando a incomodar aos que nos obrigam a votar para manterem seus empregos. Se o número de adeptos fosse pequeno, o Presidente do TSE não nos daria a honra de tentar esvaziar o movimento afirmando que mesmo com elevados votos nulos os eleitos com poucos votos serão aclamados. Então nosso modesto trabalho sem poder financeiro para manipular a mídia ou os programas de “apuração” de votos pode estar despertando a indignação de uma enorme parcela que há dezenas de anos não confia nos elementos (sempre os mesmos) que se apresentam para o evento cívico (ou cínico?). Na verdade eles temem uma alta parcela de votos nulos pois tal atitude representa, sem dúvida alguma, uma “desobediência cívica” da população já saturada de ter de participar deste circo para “oficializar” os dirigentes de nossa combalida “democracia”.