Assim como a lua

Quando comecei a namorar tudo fazia sentido. No céu sempre estrelado uma lua passeava devagarzinho como que nos observando, e nós naquele puro chamego dava a ela muitos motivos para nos iluminar.

Depois ficamos noivos, a lua estava lá, mas agora mais disfarçada, e sempre uma passada de nuvens surgia como se fossem cortinas, talvez para poupá-la das cenas que nem tanto eram imorais, porque o que cá embaixo ela via era apenas o amor, mas ela, a lua, me parece que sempre foi meio encabulada devido a tantos outros namoros já por ela presenciados, e também se sentia um pouco culpada por muitos que não deram certo, pois afinal, querendo ou não, ela, a lua sempre foi incentivo para todos os tipos de amantes.

Depois de casados não mais vimos à lua, não que ela tenha se escondido, nós é que a deixamos de lado, pode-se ate dizer que fizemos das nossas desavenças uma negra cortina, tão densa a ponto de afastá-la de vez, o que acabou também acontecendo entre nós. E hoje, depois de tantos anos, já separado, vivendo sozinho, às vezes olho para cima e vejo aquela que foi nos velhos tempos a minha fiel companheira, ainda muito tímida, meio sorrateira, mas verdadeira, porque independente do que deu certo ou não neste nosso mundo de incertos, ela, a lua, nunca faltou com seu compromisso, e em qualquer das suas fases sempre foi bela, e isto me lembra uma coisa, se caso um dia vier de novo amar alguem, saberei que com ela, a lua, eu poderei contar, mas que agora esta nova paixão seja assim como ela, a lua, linda, e verdadeira.

DIASMONTE
Enviado por DIASMONTE em 25/06/2010
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