Profissionais como recursos
 
Devem exigir que eu procure a verdade, não que a encontre... 
(DENIS DIDEROT)


     No tumulto do dia a dia, vamos perdendo nossa individualidade enquanto pessoas e profissionais. De tão evidente, acaba sendo realmente intrigante que aceitemos sem revolta, nivelar profissionais com diversos graus de competência, com histórias de vida e experiências variadas, a simples recursos.

     Acabamos sendo nivelados, a materiais de “estoque”, com reposição fácil. Aliás, esta é a filosofia do Capitalismo Liberal, mas isso é outra história. Quem apoia o liberalismo econômico, tem de aceitar que somos apenas peças de reposição, e de sustentação de processos. Como sou de Centro Esquerda, e tenho um pezinho no Socialismo Democrático, não dogmático, me custa mais aceitar estas coisas.

     O triste é quando nossos líderes, e chefes imediatos, começam a olhar seus profissionais como recursos, ou como simples colaboradores. Ser chamado de colaborador dói muito menos que ser chamado de recurso, mas também não me parece ser justo chamar, por colaboradores, profissionais que decidem trocar sua especialidade por salário.
 
     Somos profissionais, e merecemos ser tratados como tais. Somos colaboradores, quando nos dedicamos a ONGs, a organizações filantrópicas, humanitárias ou religiosas. Somos profissionais quando trabalhamos dignamente por nossos salários e/ou benefícios.

     A função principal de qualquer nível de chefia/liderança, é garantir que o trabalho esteja aderente as metas e objetivos do negócio (significa para o capitalismo, produção e lucro máximo), mas logo em segundo lugar, deve ser a de garantir que a Equipe esteja motivada. Motivação é vital para que se atinja quaisquer objetivos, principalmente os mais desafiantes. 

     Amigos, ser Líder/Gerente é realmente difícil, (eu sei que já estou ouvindo, ... mas ele escolheu aceitar a gerência por que quis, ele ganha para isso etc.. etc.. etc.. ), mas isso não diminui em nada a dificuldade do cargo. Quanto mais ético e humano for o líder, mais difícil é a sua posição. Lembremos que o empresário contrata/escolhe os Líderes/Gerentes, com a única, ou pelo menos com a maior, missão de garantir os lucros, e somente depois, com o máximo de qualidade possível. 

     O líder vive exatamente no meio de um cabo de guerra entre “extrair o máximo de produtividade/lucro, com a menor equipe possível”.

     Equipe menor, mesmo que se paguem algumas horas extras, significa ter mesma produção, com menor arrasto de tamanho de planta. Tão logo se necessite reduzir a produção, reduz-se diretamente os custos, com a redução do custo das horas extras. (não estou justificando, estou comentando, conforme minha percepção e experiência). 

     Retornando: Efetuar o papel de Gestão significa manter a Equipe agregada e motivada (com desejos muitas vezes antagônicos ao do corpo gestor da empresa). Como trabalhador nós desejamos o maior salário possível, o maior número de benefícios possível, ter mais profissionais/colegas trabalhando no setor, pois significaria menor carga de sobre esforço; ter diminuída nossas responsabilidades pelas decisões, uma vez que o líder existe, deve ser responsabilidade dele decidir o difícil... É assim que muitos de nós pensamos. Isto é antagônico com a necessidade de agradar aos Gestores maiores (obter maiores lucros, menores riscos, maiores penetração de mercado e etc...)

     Caso não concordem, simplesmente esqueçam o que falei... É dado a todos, o direito de terem suas próprias opiniões. Existe um livro famoso, o maior Best Seller já editado, e note-se que chinês/indiano não são cristãos, que comenta “hoje veremos apenas em parte”, ninguém nesta vida pode enxergar por completo, a pura verdade, “mas haverá o momento em que veremos em toda pureza”...

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 25/06/2010
Código do texto: T2339933
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