Tragédia em Alagoas
As imagens da destruição exibidas pelos telejornais de todo o Brasil mostram o tamanho da tragédia de Alagoas, nas cidades localizadas às margens dos rios Mundaú e Paraíba, que têm alguns afluentes em Pernambuco, onde houve o rompimento de uma barragem, que ocasionou o aumento da catástrofe. A velocidade das águas, provocando a destruição de tudo que encontrava pela frente, não poderia ser resultante apenas das chuvas que ocorrem naturalmente neste período de inverno. Moradores mais antigos das cidades atingidas afirmam nunca antes ter havido uma tragédia desta proporção. Somente no ano de 1969, uma dessas cidades teve uma destruição maior, também em decorrência do rompimento de uma barragem, negada na época, sob a alegação de que foi uma “tromba d’água” na cabeceira do rio que corta a cidade. Metade da população sucumbiu. Agora, felizmente, mais danos materiais e menor número de mortos. Entretanto, todas as cidades banhadas por esses rios sofreram com a fúria das águas.
Ninguém pode negar a solidariedade de todos os brasileiros, prestando o devido socorro, no atendimento emergencial. Resta-nos torcer para que a reconstrução dessas cidades seja baseada numa visão de futuro, não ficando apenas no paliativo, sob pena de sofrer a mesma tragédia no próximo inverno. Chega de culpar a natureza, que ciclicamente produz esses fenômenos. É preciso que haja uma conscientização de que é o homem que deve adaptar-se a ela e não o contrário.