E lá se foi SARAMAGO ...
E lá se foi SARAMAGO ...
E com eles muitas palavras, muitas verdades, muitas formas distintas de ver a vida com uma visão fantástica.
Como expoente da literatura do século XX, deixou-nos um legado inesgotável, fazendo-me lembrar de algumas de suas palavras: “generosa e inesgotável, a imaginação é o único preenchimento das lacunas de ocasiões perdidas que marcam o longo percurso da humanidade”.
Saramago e a sua imaginação ... tão fértil e, apesar de imaginação, tão providente em todos os meus momentos que em o li, especialmente quando defendia que um escritor deve ter posicionamento perante a vida e a sociedade.
Fez-se sutil e até mesmo disfarçado, tamanha a sua genialidade, falando de mudanças, desigualdades, injustiças e a opressão entre homens e mulheres.
Estranho ... parece que escrevia pra mim.
Sabia denunciar de forma sutil as barbáries da vida política e social, mergulhando profundamente na condição humana e na história do mundo.
Sob a minha humilde ótica, simplesmente explodiu com “O Ensaio Sobre A Cegueira”, demonstrando as perversidades que ocorrem entre os homens e que aviltam a razão humana, deixando registrado: “Escrevi ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA para recordar a quem o leria que usamos perversamente a razão quando humilhamos a vida, que a dignididade do ser humano é insultada todos os dias pelos poderosos de nosso mundo, que a mentira universal ocupa o lugar das verdades plurais, que o homem deixou de respeitar-se a si mesmo quando perdeu o respeito a seu semelhante.”
Algo mais genial?
Vá em paz Saramago!
210610