Terapia de casais.

Terapia de Casais

A Abordagem Sistêmica Familiar, através da A.S.M.I. - Abordagem Sistêmica das Memórias Inconsciente - é indispensável em qualquer procedimento terapêutico que busca solucionar os problemas na origem. Este método tem mostrado excelentes resultados nas mais variadas síndromes e psicoses, e grande eficácia nas terapias de casais.

Juntamente com os processos de soltura entre pais e filhos e a relação entre o homem e a mulher, temos este método como o coração da Psicoterapia. É bem verdade que nos chamados “movimentos da alma” este método nos ampliou os horizontes, se estendendo para além das constelações familiares e abrangendo nossa inserção em contextos existenciais mais amplos, como a relação entre a geração atual e seus ancestrais, entre agressores e vítimas, entre os injustiçados e os fracassados, e os conflitos de etnias e religiões. Não obstante, nos fica claro como as relações traumáticas interpessoais do passado voltam sempre a afetar em seus efeitos a relação conjugal e as relações familiares, numa verdadeira síndrome de repetição.

O homem, quando toma para si uma mulher para se casar ou para viver com ela, abarca com ela todo seu sistema, e da mesma forma a mulher quanto ao sistema familiar do homem. E, muitas vezes, a força do emaranhado acaba afastando a possibilidade de ambos serem felizes. O sucesso do amor entre o homem e a mulher talvez seja o anseio mais profundo da humanidade, e o fracasso desse amor faz parte dos emaranhamentos, gerando medos e sofrimentos mais profundos.

Surpreende-me ao constatar que no consultório e nos seminários sistêmicos a busca por soluções amorosas se equipara às demais síndromes de doenças, onde freqüentemente se trata de questões profundas de vida e de morte.

Nas terapias de casais percebe-se também, de modo especial pelos pacientes, uma alta expectativa dirigida ao Psicanalista, pois trata-se de decisões sobre o prosseguimento da vida em comum e das conseqüências que acarretam para os parceiros, os filhos e as bases materiais da vida. Trata-se também das mágoas e dos medos associados ao amor, onde somos ainda mais vulneráveis do que no tocante à nossa integridade física.

Neste assunto escrevo baseado em variados fatos de vivência e na soma de muitos anos de experiência sobre os muitos caminhos da terapia de casais. A abordagem sistêmica familiar abriu uma grande avenida para as soluções se manifestarem, e os resultados tornaram-se sólidos a partir da atitude dos parceiros de assumirem as mudanças de hábitos. Ambos sentem-se fortalecidos pelos movimentos do amor que volta a circular no sistema familiar.

A maioria dos casais procura ajuda mais por desencargo de consciência, por isso ambos vem munidos de idéias para boicotar qualquer ajuda que for sugerida pelo psicoterapeuta. O denominador comum dessas idéias é o abandono da sua responsabilidade, pelo sucesso ou não do trabalho do profissional. Neste particular, a fantasia usual de um ou de ambos os parceiros é que algo se deteriorou em seu relacionamento, e simplesmente dizem que o amor acabou. Em última instância, cabe ao psicoterapeuta, como perito e especialista, restaurar este amor que ambos não estão dispostos a olhar. Sendo assim, a crise do relacionamento baseia-se somente nas mágoas e nas acusações. Ou, então, o casal procura um juiz para resolver o seu caso, alguém que ouça os argumentos das ambas as partes e dê o seu justo veredicto. Alguns mais sensatos buscam no psicanalista, de um modo mais consciente, uma autoridade cheia de amor que, à maneira de um aliado, um pai ou uma mãe, que saiba e lhe diga o que se deve fazer e de que forma deva-se impor ao outro parceiro.

Conflitos de casal assumem freqüentemente a forma de um desacordo em decisões relevantes, onde cada um procura acusar o outro por não ter mudado conforme o seu querer. Para ele, o outro deve se ajustar à sua expectativa e experiência de vida, o outro tem que se adequar conforme os seus desejos e convicções. Como, apesar de intensos esforços, não lhe bastou para isso a força de sua persuasão, ele transmite ao psicanalista, de forma aberta ou velada, o seu real desejo: “Convença-o você, eu não consigo”.

Normalmente, no atendimento individual, quando apenas um dos parceiros procura conselho, transparece este apelo: “Meu parceiro não me dá o que preciso, não me dá atenção, não está disponível para mim. Por favor, dê-me atenção, esteja disponível para mim, seja para mim uma pessoa familiar e confiável”. Assim, o terapeuta é solicitado a preencher uma lacuna para a satisfação das necessidades infantis ou conjugais do cliente.

A montagem da constelação sistêmica familiar, ou em sessão de grupo ou na consulta individual, com a preservação da atitude fenomenológica que fundamenta esse trabalho, ajuda o psicanalista a não acolher esses desejos com a intenção de ajudar o casal. Ao invés disso, o profissional mantém a atitude imprescindível para se alcançar uma solução. Entra-se então em sintonia com a alma ou com os campos mórficos, para então fluir o relacionamento do casal.

Durante a realização dos trabalhos, acompanho a vibração do sistema do relacionamento através dos variados métodos que me permitem ver e entrar em contato com o amor 'escondido'. Assim é possível fazer com que se manifeste, através daquilo que se mostra, algo que seja importante para o casal e o faça avançar. Eu apenas transmito uma indicação ou um conselho essencial, e depois me retiro. Normalmente não acompanho o processo do casal até a solução. No máximo comporto-me como um navegador experimentado que, de acordo com o objetivo do casal, indica o caminho ou mesmo assume o comando em seu trecho inicial, e depois deixo com eles.

Facilitadores não são mecânicos, juízes, correligionários, pais ou familiares. Um aconselhamento de casal não tem por função modificar a personalidade dos parceiros. Ele permanece sempre incompleto e visa apenas o que é exigido para o próximo passo. Permanecem com o casal o objetivo e o caminho da solução, bem como a responsabilidade e a força para resolver o problema. Assim se preserva a dignidade do casal, bem como a do psicanalista.

Como psicanalista, o que posso fazer de mais importante pelo casal em sua necessidade, antes mesmo de abrir-lhe uma nova perspectiva sobre sua mútua relação, é interromper os padrões qe impedem e destroem o relacionamento. Da mesma forma, me recuso acolher as idéias dos parceiros sobre a maneira de ajudá-los e procuro interromper rapidamente os padrões de pensamento e de comportamento, que são parte do problema e não trouxeram ajuda até o momento. As abordagens sistêmicas familiares, seja em grupo ou em sessões individuais, são uma grande ajuda metódica, já pelo simples fato de que afastam imediatamente os parceiros de discursos estereotipados sobre o relacionamento, levando-os a um olhar conjunto para o amor doação, e, conseqüentemente, sobre os movimentos mais profundos que fazem progredir o seu relacionamento.

Soluções a partir das ocorrências dentro do relacionamento do casal

Voltar inicialmente minha atenção para o que ocorreu na história do casal, investigando o que aconteceu por obra do destino ou por responsabilidade pessoal de um ou de ambos os parceiros, e os levou aos limites de seu relacionamento. Cito aqui alguns pontos mais importantes, com breves exemplos.

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Dr Celso Scheffer
Enviado por Dr Celso Scheffer em 15/06/2010
Código do texto: T2320777
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