A agressão contra a natureza
(Por Onofre Ferreira do Prado)
Vivo na cidade grande, mas estou sempre integrado com o campo, com a natureza. Nasci em fazenda e, com grande frequência, viajo pelo interior do país, onde constato com profunda tristeza, a ação do homem contra o meio ambiente. O desmatamento, as queimadas, a agressão contínua e brutal de maneira desordenada contra a natureza, arrefeceu em demasia o meu entusiasmo sobre aquela bela imagem que eu guardava do sertão, de saudosos tempos de criança, com toda sua diversidade bucólica; como as matas, os campos, os cerrados, os rios, os animais (grandes e pequenos), o canto dos passarinhos, a simplicidade e a hospitalidade do povo sertanejo, etc.
O impacto ambiental vem ocorrendo num ritmo acelerado, sobretudo com a expansão em grandes escalas, da agricultura mecanizada, das pastagens para criação de bovinos, além dos defensivos agrícolas despejados sobre o solo e mananciais. Consequentemente, são riachos, rios e ar que mais sofrem com o impacto, através do assoreamento e da poluição, gerando danos indesejáveis e multiplicadores em cadeia.
Grande parte daquele conjunto do belo-natureza, vive mais na minha lembrança de menino...
Ah, que pena que o sertão,
No Brasil de hoje em dia,
Traga-me esta sensação,
De um misto de alegria,
De tristeza e solidão!