ESTILÍSTICA LÉXICA: A EXPRESSIVIDADE DAS PALAVRAS EVOCATIVAS
ESTILÍSTICA LÉXICA: A EXPRESSIVIDADE DAS PALAVRAS EVOCATIVAS
EMANNUELLE CARNEIRO DA SILVA
CARLENE DE SOUZA MORAIS
Introdução
O presente trabalho se insere no campo da Estilística Léxica ou da Palavra, cujo objetivo é apresentar a expressividade das palavras evocativas – Regionalismo, Indigenismo, Gíria, Arcaísmo e Estrangeirismo –, palavras que evocam respectivamente uma região, uma cultura, um grupo social, uma época ou quando a palavra estrangeira tem maior expressividade que a vernácula. O trabalho apresenta uma abordagem geral da Estilística Léxica, destacando sua área de estudo, a divisão entre palavras gramaticais e lexicais e a distinção entre significado e sentido, pois é na relação dos elementos emotivos com o sentido das palavras, que as palavras adquirem imensa expressividade, sendo classificadas como palavras evocativas. Neste trabalho se verificará como as palavras evocativas conseguem através da escolha das palavras e da elaboração do texto causar um efeito estilístico, suscitando alguma emoção, algum sentimento no ouvinte ou no leitor.
1. Estilística Léxica ou da Palavra
A Estilística léxica ou da palavra estuda os aspectos expressivos das palavras ligados aos seus componentes semânticos e morfológicos, os quais, entretanto, não podem ser completamente separados dos aspectos sintáticos e contextuais, pois os atos de fala resultam da combinação de palavras segundo as regras da língua. Só teoricamente se separam léxico (palavras) e gramática (regras), visto que mesmo as palavras que têm um significado real, extralingüístico, só funcionam no enunciado com a junção de um componente gramatical.
1.1 – Palavras Gramaticais
As palavras gramaticais também denominadas gramemas, palavras vazia ou não-palavras só tem sua significação apreendida no contexto lingüístico, daí dizer que é intralingüística ou interna. Diz-se também que são palavras sinsemânticas, por serem significativas quando acompanhadas de outras, em oposição às autossemânticas – as lexicais, que têm significação por si mesma. As palavras gramaticais são pouco numerosas, mas de altíssima freqüência nos enunciados, desempenhando funções de grande importância. São palavras gramaticais os pronomes, o artigo, os numerais, as preposições, as conjunções. O emprego das palavras gramaticais diz respeito à sintaxe e à organização textual, seguindo regras mais ou menos fixas, isto é, envolve a relação entre as palavras no enunciado. Entretanto, sempre há possibilidade de uma alteração ou violação das regras para um efeito expressivo. As palavras gramaticais podem perder, em certos empregos, seu valor gramatical e tornar meros elementos de realce ou ainda receber um valor nocional, aproximando-se das palavras lexicais. Assim como as palavras lexicais podem perder seu valor nocional, gramaticalizando-se.
Exemplos de valores expressivos de palavras gramaticais:
 O processo de nominalização, que permite a transformação de qualquer vocábulo em substantivo, faz de palavras gramaticais corriqueiras, palavras lexicais de cunho afetivo: Eu como substantivo assume um significado
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 complexo, sugerindo tudo que constitui o nosso ser, a nossa personalidade, a nossa importância.
 Bastante explorado é o tom depreciativo dos pronomes neutros tudo, isto, aquilo, referente a pessoas: Ah! É aquilo?
1.2 – Palavras Lexicais
As palavras lexicais, também chamadas lexicográficas, nocionais, reais, plenas, mesmo isoladas, fora da frase, despertam em nossa mente uma representação, seja de seres, de ações, qualidades de seres ou modo de ações. Diz-se que elas têm significação extralingüística ou externa, visto que remetem a algo que está fora da língua e que faz parte do mundo físico, psíquico e social. São em número muito grande, indeterminável, pois constantemente se formam novas palavras ou se tomam emprestadas palavras de outras línguas; também outras vão deixando de ser usadas, ficando apenas no dicionário. É por essa possibilidade constante de renovação do léxico de uma língua que as palavras lexicais se dizem do inventário aberto. São palavras lexicais os substantivos (que são a classe mais aberta às novas criações e empréstimos), os adjetivos e os advérbios deles derivados ou a eles correspondentes, os verbos que exprimem ação e processo mental. No entanto, é importante salientar que as palavras lexicais não entram no discurso apenas com o seu valor nocional, elas exercem uma função sintática e têm de ser acompanhadas pelas palavras gramaticais.
1.3 – Distinção entre significado e sentido
O significado existe na palavra pertencente ao léxico da língua, é a noção da palavra, que assegura a estabilidade relativa do léxico da língua, necessária para a compreensão mútua. Já, o sentido se dá no mecanismo concreto da comunicação, é quando a noção se individualiza, torna-se o sentido que a palavra adquire para uma determinada pessoa que a emprega em uma situação específica, o sentido se amplia pelos diversos elementos afetivos.
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2. Tonalidades Emotivas das Palavras
Os elementos emotivos que entram na constituição do sentido das palavras são de máximo interesse para a Estilística. A tonalidade afetiva de uma palavra pode ser inerente ao próprio significado, ou seja, a palavra em si já causa alguma reação ou emoção na pessoa, ou pode resultar de um emprego particular sendo perceptível no enunciado em razão do contexto, ou pela entoação (enunciado oral), ou por algum recurso gráfico (enunciado escrito), isto é, dependendo da experiência individual (origem, classe, faixa etária, região), a palavra afetará a pessoa, a vivência faz com que a pessoa tenha empatia ou não com a palavra, tornando-a mais expressiva ou menos expressiva.
2.1 – Palavras Evocativas
São as palavras de poder evocativo, conforme as classificou Bally. São os estrangeirismos, os arcaísmos, os regionalismos, os indigenismos, as gírias. As palavras evocativas não só transmitem um significado, mas também nos remetem a uma época, a um lugar, a um meio social ou cultural, são palavras que afetam a sensibilidade, adquirindo imensa expressividade.
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3. Análise do Corpus
3.1 – Corpus 1: Regionalismo – A volta da Asa Branca (Luiz Gonzaga)
O Regionalismo ganha ímpeto nas décadas de 30 e 40, quando a literatura procura caracterizar o homem brasileiro, buscando a identidade nacional, mas especificamente a busca do homem nordestino. Os regionalismos causam emoções diferentes, conforme o ouvinte ou o leitor seja ou não da região, caso ele não seja dessa região achará algo pitoresco, ou exótico, que lhe despertará a curiosidade de saber de que se trata aquela expressão. Mas, se o ouvinte ou o leitor for dessa região a palavra será familiar, suscitando mais emoção.
A música A volta da Asa Branca (anexo I) caracteriza de forma magistral o regionalismo nordestino, a expressividade encontra-se não só no uso de palavras regionais, mas também na melodia e na maneira de cantar de Luiz Gonzaga. As palavras grifadas têm um efeito estilístico porque caracterizam o regionalismo, tornando a frase mais viva e mais expressiva. Estas palavras podem ser divididas no eixo paradigmático, que diz respeito à escolha das palavras regionais – asa branca, sertão, pro, alembrou, muié, home, arrecordo, trabaiadô; e no eixo sintagmático – que diz respeito à relação entre as palavras – eu vou-me embora, a seca fez eu desertar, sertão das muié séria dos home trabaiadô. Com exceção das palavras asa branca e sertão, as outras palavras e expressões apresentam o desvio da norma gramatical e o desvio da norma lingüística, no caso da criação do verbo desertar. Entretanto, o uso destes desvios, destas palavras “erradas” é proposital, é um recurso expressivo usado por Luiz Gonzaga para representar a fala do nordestino, é uma maneira de chamar a atenção do ouvinte para a situação de descaso do povo nordestino.
Em A volta da Asa Branca encontra-se nas entrelinhas o fato do êxodo rural, conforme descrito na estrofe 7 “ ... A seca fez eu desertar a minha terra...”; verifica-se também que a presença da asa branca pode ser vista como um marcador temporal, pois é quando a chuva cai no sertão, que a asa banca volta à sua terra; e percebe-se que a alegria de ver o sertão borbulhando em água, é a mesma que o eu-lírico tem de casar-se com Rosinha, seu grande amor, descrito nas estrofes 17 e 18.
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A volta da Asa Branca tem um grande valor estilístico, pois embora Luiz Gonzaga fosse um conhecedor da língua culta, seu estilo musical torna-se mais expressivo, porque ele denuncia a problemática do homem nordestino de forma simples, sendo acessível a qualquer pessoa, suscitando emoção principalmente no próprio homem nordestino.
3.2 – Corpus 2: Indigenismo – Trechos do romance Iracema (José de Alencar)
Nestes trechos do romance Iracema (anexo II) que caracterizam o Indigenismo percebe-se facilmente o tom poético que é dado à prosa, através da combinação das palavras (Iracema, graúna, jati, ipu, tabajara, oiticica, ará, uru, crautá, juçara) e expressões tupis (onde canta a jandaia, mau espírito da floresta, quebras comigo a flecha da paz) com as palavras portuguesas e de recursos rítmicos e sintáticos, visto que os empréstimos à língua indígena são de alto teor literário, pois além de caracterizar um determinado momento, em que poetas e romancistas tinham a intenção de suscitar no leitor o sentimento de valorização da cultura nacional, como se a cultura indígena fosse à representação do Brasil. Isto significa que a utilização das palavras indígenas não era aleatória, o uso do indigenismo estava inserido em um contexto, em que os escritores queriam metaforizar as origens do povo brasileiro, a verdadeira representação da cultura nacional, despertando no leitor o respeito à cultura indígena.
É nesse sentido, que se percebe o valor estilístico, a expressividade das palavras indígenas, pois mesmo que o leitor não saiba o significado destas palavras, a escolha e a relação das palavras indígenas com as palavras portuguesas além de dar ao texto uma poeticidade, evocam a cultura indígena, suscitando no leitor o sentimento de valorização por esta cultura.
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3.3 – Corpus 3: Estrangeirismo – Samba do Approach (Zeca Baleiro)
A música Samba do Approach (anexo III) apresenta um grande número de Estrangeirismos, que são palavras, expressões e construções estrangeiras em nosso idioma. Estrangeirismo é considerado um vício de linguagem, entretanto, não se considera vício de linguagem o emprego de palavras estrangeiras já incorporadas ao léxico português, tendo sido consagradas pelo uso. Neste caso, pode-se dizer que há estrangeirismos indispensáveis, os que designam coisas que a língua portuguesa não está apta a nomear com o vocabulário de que dispõe, e há estrangeirismos dispensáveis, os quais o uso não é corrente e são usados apenas para criar uma imagem de status, de prestígio e não para comunicar. As palavras estrangeiras incorporadas ao vocabulário da língua portuguesa praticamente não têm valor expressivo, elas vão adquirir um valor expressivo conforme o seu emprego, mas não por serem estrangeirismos.
Em Samba do Approach encontra-se o efeito estilístico, a expressividade das palavras estrangeiras, pois o uso destas palavras dá a música um toque de exotismo, de novidade, visto que na escolha dos estrangeirismos o autor consegue ao final de cada estrofe dá uma musicalidade ao texto, algo que não seria conseguido com o uso das palavras vernáculas. É justamente esse jogo entre as palavras vernáculas e as estrangeiras que chama a atenção do ouvinte, suscitando nele alguma reação ou emoção ao ouvir a música. É importante também evidenciar a intencionalidade de Zeca Baleiro ao compor Samba do Approach, visto que ele escolhe palavras estrangeiras (brunch, approach, ferryboat, savoir-faire, light, hi-tech, insight, jethro tull, slash, cool, trash, link, my love, drink, green card, miami beach, pop star, noveau riche, sex-appeal, background, happy end, dream team, drag queen, que seriam consideradas dispensáveis por terem uma palavra correspondente na língua vernácula, (salvo a palavra lunch já aportuguesada lanche).
Samba do Approach denuncia o uso exacerbado de estrangeirismos, ironiza a simbiose entre as línguas, só que de uma maneira sutil e bem-humorada, fazendo
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com que as palavras estrangeiras tornem-se expressivas e suscite no ouvinte não apenas o bom humor, mas também o bom-senso ao usar os estrangeirismos.
3.4 – Corpus 4: Gíria – Qual é? (Marcelo D2)
As Gírias são palavras, expressões usadas por um determinado grupo social, por uma determinada faixa etária ou por uma determinada comunidade lingüística, é a gíria que oferece maiores possibilidades expressivas por estar presente na língua em uso. Mattoso diz que a gíria assinala o estilo na linguagem popular, é o aspecto poético da linguagem falada.
A música Qual é? de Marcelo D2 (anexo IV) apresenta a evocação de a comunidade lingüística a qual ele pertence, no subúrbio do Rio de Janeiro, nela encontra-se a caracterização da fala do subúrbio carioca através das gírias ( parceiros, caô, essa banca manda a vera, já era, essa onda que tu tira qual é?, essa marra que tu tem qual é?, tira onda com ninguém qual é?, neguinho, coro come, brother), assim como um protesto contra o sistema social brasileiro. Mas, embora a música retrate uma comunidade de excluídos, de pessoas que estão à margem da sociedade, está explícita uma mensagem positiva, uma mensagem de esperança, pois apesar de todos os problemas sempre há uma luz, uma saída no fim do túnel.
As gírias em Qual é? representam a indignação de uma comunidade mediante o problema da exclusão social e do preconceito, é nesse sentido, é nessa caracterização da fala de um determinado grupo social, que as gírias apresentam um valor estilístico, pois elas conseguem provocar no ouvinte esse sentimento de indignação, de injustiça, de descaso social.
A mensagem da música Qual é? pode ser uma forma de defesa da população marginal, uma maneira de preservar sua comunidade, sua fala, ou uma manifestação de agressividade desta população em defesa de melhores condições de vida, no entanto, o mais importante é que seja qual for a mensagem ela vai eclodir, chegando aos ouvidos das pessoas e vai suscitar nessas pessoas sentimentos, emoções diversas.
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3.5 – Corpus 5: Arcaísmo – Primeiros Cantos A Leviana (Gonçalves Dias)
Em o poema A Leviana (anexo V) encontra-se o uso de arcaísmos, que em geral, são palavras, formas ou construções frasais que saíram de uso na língua corrente e nela refletem fases anteriores nas quais eram vigentes, entretanto, há palavras arcaicas que realmente deixaram de ser usadas e outras que ainda se mantêm pela tradição oral, principalmente em falares do interior. O poema A Leviana apresenta arcaísmos lexicais (formosa, vária, melindrosa, afaga, divaga, devaneio, almo, donosas, airosas, vaporoso, etérea, seio, sobejo, ventura, aurora, fulgores), palavras que foram substituídas por sinônimos; arcaísmos ortográficos (d’Abril, doirada, d’anil, d’almo), palavras que sofreram mudanças na ortografia; e arcaísmos semânticos (asinha), palavras que hoje apresentam uma significação diversa da época passada.
O uso de palavras arcaicas é uma característica de poetas e romancistas do Romantismo, que procurando reviver os tempos medievais recriaram um ambiente formal, favorecendo a evocação do passado. É justamente, na evocação de uma época, que o arcaísmo tem um efeito estilístico, que as palavras arcaicas ganham expressividade porque elas estão inseridas em um contexto, elas foram usadas para caracterizar uma época com a intenção de provocar no leitor alguma reação, algum sentimento seja de curiosidade, seja de estranhamento.
Os arcaísmos no poema A Leviana apresentam expressividade porque recuperam a virtualidade de um tempo antigo e suscita no leitor o interesse de saber o significado, o sentido que essas palavras tinham no passado.
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Considerações Finais
A partir do exposto, constatou-se a importância do estudo das palavras evocativas, o quanto é significativo e imprescindível o conhecimento da expressividade destas palavras para um professor, concluiu-se que as palavras sozinhas apresentam seu potencial expressivo, mas é o contexto que vai remeter o valor estilístico das palavras, é através do contexto que elas adquirem a expressividade, o teor emotivo que afeta a sensibilidade do ouvinte ou do leitor. Verificou-se também que seria muito interessante e proveitoso se as palavras evocativas fossem trabalhadas na sala de aula pelos professores, de maneira atrativa, criativa, explorando a expressividade destas palavras.
Com os estrangeirismos, eles poderiam pedir aos alunos que redigissem um texto, usando as palavras estrangeiras que fazem parte do seu cotidiano; com os arcaísmos, poderiam pedir que os alunos pesquisassem as palavras arcaicas e observassem as mudanças no significado, na ortografia; com os indigenismos, perguntariam aos alunos quais palavras indígenas eles conhecem, se eles sabem que algumas palavras que eles falam são indígenas; com as gírias, poderiam fazer debates, procurando saber o que eles pensam das gírias, se é algo bom, que gírias eles falam diariamente; com os regionalismos, poderiam abordar a questão da variedade lingüística, do preconceito lingüístico, pediriam a eles que apresentassem expressões que caracterizam sua região, enfim, muitas são as atividades que podem ser realizadas com as palavras evocativas, mostrando o poder que estas palavras têm de suscitar emoções e reações no ouvinte e no leitor.
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Músicas: A volta da Asa Branca – Luiz Gonzaga
Qual é? – Marcelo D2
Samba do Approach – Zeca Baleiro
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