Confirmação da Verdade

PALAVRAS DE VIDA

Pr. Serafim Isidoro.

CONFIRMAÇÃO DA VERDADE

“Por esta causa te deixei em Creta, para confirmares o que ainda resta”... – Tt. 1.5.

O verdadeiro cristianismo, o de Cristo, é uma religião de perseverança. Resiste ignorando, sobrepujando, circunstâncias adversas. O Senhor Jesus disse a uma das sete igrejas da Ásia: “...E que tendo pouca força, não negaste o meu nome”. Vivemos em dias de utopia no que concerne à vida cristã. Movimentos alicerçados em músicas, cânticos, jograis danças e encenações, além de um exacerbado mover de sincretismos, crendices e simpatias, arrastam os fiéis que são conduzidos a uma fé que não a da cruz, a do sofrimento, ou do Cristo.

É inato ao ser humano o desejo de sucesso, de vitória em qualquer terreno, a qualquer custo e em qualquer lugar. Ser vitorioso, na concepção natural é tornar-se famoso, abastado, bem sucedido. Isto é comum e lógico... - Mas não é cristianismo. Em uma experiência pessoal, quando pela primeira vez li a Bíblia no Evangelho conforme Mateus, no chamado Sermão da Montanha, que impacto aquilo me causou! – Tanto, que cheguei a decorar os capítulos cinco, seis e sete, em três meses de leitura. Parecia-me ouvir o Mestre pronunciando aquelas palavras. Descobri um livro diferente, o Novo Testamento, que contradizia, de outra forma, o que as pessoas dizem.

Fazem agora cinqüenta e sete anos que continuo lendo a Bíblia, o Novo Testamento. Seus ensinos pautaram, definiram a minha vida. Mas ali, os vitoriosos são os que sinceramente desejam seguir ao Senhor Jesus, e por isto padecem perseguições. Cristianismo é cruz, renúncia, martírio espiritual ou físico aos que declaram a verdade de Deus. Nenhum dos aprendizes de Jesus morreu de maneira natural. Foram torturados, massacrados como Ele, e assassinados.

Em dias hodiernos o povo deseja um cristianismo mais ao gosto dos incautos. Já Paulo, apóstolo escrevera: “Virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si ensinadores conforme as suas próprias concupiscências e desviarão os ouvidos da verdade, voltando-se às fábulas...”. No texto usado como base para esta reflexão, Paulo se dirige a um de seus colaboradores animando-o a confirmar, na igreja que estava na ilha Creta, o que restava em fidelidade ao verdadeiro cristianismo. Não podemos abandonar a verdade por aquilo que é ilusório, falso, que reluz mas que não é ouro; joio no meio do trigo.

Tito, o colaborador de Paulo, deveria confirmar. Não é porque algo pareça desmoronar tomando outra forma, que o cristão deva desistir. O verdadeiro aprendiz não nega o seu Mestre diante de nada. Os desmoronamentos do que é real, do que é verdadeiro, não levam o discípulo a desanimar, mas sim a persistir, a exortar, consolar e edificar. Diz Paulo: “Se alguém milita, não é coroado se não militar legitimamente”. - Nem que pregue no deserto - afirmamos.

A história sempre se repete. Dos dias de Constantino, imperador romano entre o segundo e o terceiro século, estamos assistindo hoje a missigenação do cristianismo aos sincretismos antibíblicos, o que conduz a Igreja a um caminho dúbio, sucesso em nome de Deus, dinheiro misturado à religião, cruzeiro (ou real) em lugar da cruz e da fé não fingida. Interesses secundários, que não os da salvação da alma para a vida futura, diversão aos incautos, delírio a uma juventude século vinte e um, e uma imitação do kosmos adquirida pelos movimentos do show que embriaga e traz delírios.

Confirmar o que ainda resta é a tarefa dos que autenticamente têm uma chamada divina, um compromisso pessoal com Jesus, o Senhor, o Mestre que os fez pescadores de homens, luz do mundo - ou para o mundo - e sal da terra.

Só Jesus.

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O Pr., Th. D. Honoris Teologia, D.D., Serafim Isidoro, oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br