Previdencia não é assistência

Mais uma vez e isso não é novidade, o governo federal tenta enganar a população, mormente aquele segmento que conta hoje com 60 anos de idade e 35 anos de contribuição para a Previdência Social. O malfadado FATOR PREVIDENCIÁRO criado no governo de FHC e sob os protestos da oposição, incluindo-se nela, o Partido dos Trabalhadores, impôs à população, regras que visam reduzir os gastos da previdência, alegando o aumento da expectativa de vida dos brasileiros. Hoje, após a extinção do famigerado fator, através da votação pela Câmara dos Deputados em 04 do corrente, ouve-se do presidente da república e dos líderes do governo, na Câmara e no Senado, que o fim do fator levará a Previdência Social à bancarrota, cantilena muito parecida com aquela que eclodiu aos quatro ventos quando da derrubada da CPMF quando se dizia que o Brasil ia quebrar e o Brasil não quebrou, dando-se ao luxo, hoje, de emprestar dinheiro para entidades internacionais e fazer doações financeiras para alguns de nossos vizinhos latinoamericanos, além de dispor em reservas de mais de 200 bilhões de dólares.

Espalha-se sem cerimônia, como diria o saudoso professor Emérito, a falsa informação de que a previdência é deficitária. Quando a isto, não temos condições de contestar, pois não dispomos de dados para tal, mas, segundo a oposição, bilhões são desviados da Previência para a Assistência Social gerando com isso, o propalado déficit previdenciário. Para nós outros, faltam clareza e disposição do governo e da oposição na apresentação de números que confirmem o caos, sem o jogo demagógico da argumentação inconsistente do salve-se quem puder.

Seria muito bom que pelo menos um dos nossos deputados federais, pode ser do Piauí, tivesse a grandeza de pesquisar, confirmar e publicar a realidade dos números, livrando-se do fantasma da dúvida.

Soa-nos, no mínimo como estranho, o possicionamento de alguns de nossos políticos que mais parecem com o moleiro de um moinho de ventos: seguem a rota imposta pelos ventos, ou melhor dizendo, vão de acordo com a maré, tornando-se vulneráveis e frágeis em seus argumentos.

O Brasil não é mais uma quitanda de beira de estrada. Nossos gestores precisam entender que a sociedade brasileira cobra hoje, não só compromisso, mas também competência na gestão pública. O fator previdenciário, que nunca deveria ter existido, não foi, não é e nunca será tábua de salvação de Previdência Social e esta não pode nem deve ser confundida com Assistência Social.

Rui Azevedo

www.ruiazevedo.com

Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 06/05/2010
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