ANCHIETA: CULPADO OU INOCENTE?
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Memórias da Intolerância Religiosa
Em 1559, nas festas comemorativas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, Padre José de Anchieta protagonizou um acontecimento incomum.
Naquele dia, fazia parte das festividades comemorativas, o enforcamento de um prisioneiro francês de nome João de Bolés. O Padre José de Anchieta tinha conseguido converter o herege francês a Santa Madre Igreja, e, por isso, foi encarregado de acompanhar o condenado até a forca.
O carrasco fez a laçada, passou-a pela cabeça e ajustou-a no pescoço do condenado. A um sinal do comandante das armas, o corpo ficou suspenso no ar, mas, por incrível que possa parecer, o francês não morrera. O condenado, pendurado na corda, vivia; o laço não o estrangulara.
Retiraram, então, a laçada do pescoço de João Bolés. Foi nesse momento que o Padre José de Anchieta - condoído da aflição do francês - interferiu no enforcamento, repreendendo o carrasco por sua imperícia desumana. Tomando-lhe a corda, mostrou-lhe como é que se fazia o laço e como se devia puxá-lo para se evitar ao réu o suplício de ficar suspenso na laçada da forca sem morrer.
Novamente foi levantada a corda e o condenado viveu seus derradeiros instantes de vida. Consumara o enforcamento com a intervenção de Anchieta.
Este caso foi citado em Roma contra a canonização do Padre José de Anchieta no fim do século XIX. Por ter ajudado a enforcar o francês João de Bolés, conforme o relato do Padre Jesuíta Simão de Vasconcelos, ilustre cronista da Companhia de Jesus, Padre José de Anchieta não foi santificado. ®Sérgio.
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O Perdão Mentiroso - Memórias da Intolerância Religiosa
O Suplício do Fogo - Memórias da Intolerância Religiosa.
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Nota: Este texto foi elaborado de acordo com as informações contidas no livro Histórias que não Vêm na História, de Assis Cintra (1887-1937), de 1928.
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