IMPRECAÇÃO
PALAVRAS DE VIDA
IMPRECAÇÃO
Pr. Serafim Isidoro.
“... E ao próximo como a ti mesmo”. – Lc. 10.27.
Dentre os cento e cinquenta salmos, poemas da Bíblia, alguns há que têm uma conotação e um título especial. São os salmos “imprecatórios”. O dicionário Aurélio define o termo imprecação como sendo: “rogar praga”. É muito do judaísmo em todas as épocas, o termo justiça. Tal judaísmo rabínico é regulamentado em uma base de seiscentos e treze preceitos, sendo que duzentos e quarenta e oito são positivos, e os outros, negativos. Segundo sua concepção, o ser humano ofendido pode imprecar diante do Altíssimo contra os seus inimigos. Diga-se que o líder Moisés importou da Pérsia a regra: “olho por olho, dente por dente”. Vingança (justiça) em nome de Deus. Diz nossa história que o cangaceiro Lampião se conduzia por tal máxima.
Poderosa nação de nossos dias, ferida terrivelmente no seu coração financeiro, fez juramento, na voz de seu então presidente, de que se faria justiça à ofensa, que seus inimigos seriam perseguidos, capturados e destruídos. Abaixo o terrorismo, morte (justa) aos terroristas. Cadeira elétrica, câmara de gás, injeção letal. Parecia lógica humana e comum tal reação, não fosse o fato de invocar a Deus para se misturar a tais missões.
Durante séculos, as ações e reações deste porte têm sido sempre as mesmas: “olho por olho”. Um Pastor de renome mundial foi convidado – e aceitou – para fazer uma oração em favor das famílias das vítimas e pedir proteção (participação) divina sobre a justiça que se faria. Diz a história que Lampião e seus cangaceiros faziam oração pedindo salvação para as almas das pessoas que fossem por eles executadas. Tal paralelismo demonstra que o ser humano civilizado ou ignorante, tem sido sempre o mesmo no que tange à vingança sumária.
Todas estas ações parecem normais às pessoas que não têm compromisso com o Mestre. Estas, também fariam o mesmo. Na Velha Aliança o morticínio enche as páginas da Bíblia. Esta é o livro do sangue, no que tange a sua primeira parte de trinta e nove livros. Mas uma Nova Aliança foi inaugurada, porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha vida eterna. Esta aliança é Jesus. O único sangue derramado nela deve ser o Dele, cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. E isto sem guerras, ódio ou vingança.
Recordo que em minha cidade natal, em tempos idos, se dizia: “Essa religião é muito fina”. Realmente, o caminho é estreito, e apertada a porta que conduz à vida eterna. Foge, às vezes, a lógica humana e carnal. Jesus é manso e humilde de coração. Ordena que se recebermos uma bofetada em um dos lados da face, devemos oferecer o outro lado. Diz: “Aprendei de mim”. Estatui que oremos pelos que nos perseguem e, maravilha de fato, amemos os nossos inimigos.
Se o cristianismo de nossos dias não tivesse sido tão modificado em sua adaptação ao nosso bem-estar, ao gosto de nossas farsas, como fizeram anteriormente os fariseus por Ele criticados e condenados, não teríamos guerras, nem brigas, nem richas as mais constantes. Se não fossemos tão incautos e dispostos a desobedecer-Lhe as ordens – mandamentos – teríamos um mundo como sonharam Mahatma Gandi, Martin Luther King e outros e outras que perderam suas vidas por causa de um ideal realmente cristão. Morreram assim porque ousaram acreditar, com sua passividade, no exemplo, nas máximas e nos ensinos do Mestre.
Só Jesus.
O Pr., Th. D. Honoris Teologia, D.D., Serafim Isidoro, oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br