A QUESTÃO DO JORNALISMO
A QUESTÃO DO JORNALISMO
Será fácil a concepção de jornalismo? Sabemos que a raiz do Jornalismo atual está na transmissão das informações noticiosas do cotidiano, a fim de tornar socialmente comum os acontecimentos e os fatos de interesse público. Das raízes, necessariamente, surtem ramificações estruturadas dentro dos plurais conceitos formados por quem estudou, pensou ou se propôs a viver e observar o fato (acontecimento) ou o ato (ação) jornalístico, no processo de conhecimento que tem de ultrapassar os princípios teóricos vigentes. A primeira obrigação do jornalismo é com a verdade, somando-se a primeira vem à lealdade com os cidadãos. Sua essência é a disciplina da checagem e seus praticantes devem manter independência de que estão cobrindo. Existem outras nuances que tornam o jornalismo mais eclético e importante, devendo funcionar como monitor independente do poder. Além desses predicados o jornalismo pode apresentar um fórum para a crítica pública e o compromisso individual.
Devem-se manter as notícias compreensíveis e equilibradas e seus praticantes podem ter liberdade para exercer sua consciência pessoal, não esquecendo jamais que seus praticantes devem ter senso de responsabilidade e respeito pela opinião pública. No contexto jornalístico, o especializado cobre inúmeros setores importantíssimos como o jornalismo internacional, esportivo, cultural, político, de revista e o econômico entre outros. Pela sua amplitude e raio de ação o jornalismo como meio de comunicação social, açambarcou responsabilidades, conhecimentos e bons profissionais, surgindo por consonância desses fatores as Faculdades e Universidades de grande padrão cultural.
O jornalismo cultural é, ao mesmo tempo, um reflexo jornalístico da criação cultural e ele mesmo é um tipo de criação cultural. Por definição, e, aliás, como qualquer outro tipo de jornalismo, ele tem de atender a duas ordens de exigências, simultâneas e ambas igualmente legítimas: as exigências da produção jornalística (prazos, normas de redação e cumprimento de pautas) e as exigências do seu assunto (a cultura em geral). O que ocorre em nossos suplementos culturais é que, em vez de amoldar-se às exigências mais altas da cultura, eles procuram espremê-las no padrão jornalístico de cada publicação, isto é, nos critérios de interesses vigentes no noticiário geral. Como por exemplo: entre um livro excelente sobre assunto alheio ao noticiário geral e um livro ruim sobre assunto de interesse jornalístico, este último é que é valorizado.
Esse exemplo vai prejudicar em quase sua totalidade o jornalismo cultural, ocasionando uma queda na sua importância, pois passará a ser conhecido apenas como o "jornalismo geral de assunto cultural", ocasionando uma perda no mais do jornalismo cultural. O específico, em cada área de jornalismo, reside precisamente em incorporar critérios que, em si, não são jornalísticos, mas são próprios do assunto como tal. Uma página de futebol, por exemplo, não privilegiará um time de futebol, por ser um tipo de esporte bretão, nem os torcedores que não se comportaram bem no decorrer da peleja, mas por ter se desempenhado bem segundo critério estritamente futebolístico. Hoje com as aposentadorias dos jornalistas veteranos, os que escreviam pelo hábito e pelo dom que tinham, estão forçados a abandonarem as redações e edições, dando espaço para os mais jovens que tenham um bom nível cultural proporcionado pelas oportunidades que o curso superior em jornalismo lhes proporcionou.
Em épocas passadas não se pensava em Faculdade de Jornalismo ou Curso de Comunicação Social, em calouros ou focas, no nível cultural e no conhecimento repassado pelas universidades e faculdades especializadas na área. A pós-graduação, o mestrado e o doutorado, impuseram ao profissional a responsabilidade em assimilar uma cultura mais ampla, principalmente para os que optaram pelo setor educacional, tornando-se requisito básico, meio insubstituível para se obter boa qualidade na elaboração de qualquer matutino ou trabalho de cunho científico. Hoje os focas estão ocupando os espaços das redações, seja através do estágio probatório, seja pela ascensão e prática jornalística. Os jornalistas antigões que praticavam o jornalismo antes da exigência de formação superior estão se aposentando e deixando vagas para os que estão concluindo o curso de Comunicação Social (jornalismo), mas no “frigir dos ovos” devemos lamentar que numa profissão tão bonita e importante, ainda tenhamos que conviver com o nepotismo jornalístico em todas as áreas de atuação. É lamentável.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-ESTUDANTE DE JORNALISMO DA FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA (FGF).