Poder e sociedade
NOTA INICIAL: Esse artigo foi feito para um trabalho de filosofia. A principal fonte de dados foi retirada de um artigo de minha professora, Monica Juliana Facio.
PODER E SOCIEDADE
Vários pensadores formularam teses sobre como o ser humano passou a viver em sociedade. Entre eles, destacam-se: Aristóteles, que afirmava que o ser humano era social por natureza; Hobbes, que dizia que o ser humano passara a viver em sociedade guiado por seu instinto de sobrevivência e assim se organizaram deforma a haver um poder soberano, que decidiria tudo; e Franscisco Suarez e Francisco de Vitória, que pensavam de forma parecida e semelhante a Hobbes, deferindo apenas em um ponto sobre o poder soberano: para os Franciscos, o poder soberano devia ser baseado no social, dessa forma, se o soberano não servisse aos interesses da sociedade, poderia ser retirado de seu posto.
De todos esses pensadores, todos tentaram entender e explicar como o ser humano se tornou social, mas nenhum deles pensou a respeito das relações de poder dentro dessa sociedade. A análise sobre esse assunto foi feita por Michel Foucault.
Inicialmente havia o poder soberano. Uma única pessoa, tinha poder sobre toda a sociedade. Esse governante tinha como objetivo fazer que as leis fossem cumpridas e punir aqueles que não as seguissem. Para isso, se utilizava de violência. Práticas como a tortura eram um modo eficiente de punir transgressores e amedrontar as outras pessoas, para que essas também não cometessem delitos.
O soberano tinha o poder de vida ou morte sobre seus súditos, de forma indireta, quando os mandava para a guerra a fim de defender sua vida e sua posição, ou direta, quando cometia o ato de punir os “rebeldes”.
Com o tempo, porém, notou-se que o uso da força não era a melhor maneira de controlar o povo. Assim, foi se desenvolvendo o poder disciplinar.
Essa seria uma forma de poder em que o povo teria sua conduta massificada, seria disciplinado. Para isso foram criadas instituições chamadas escolas, onde regras rígidas começavam a introduzir a disciplina desde cedo nas pessoas.
Aqueles que fugiam da conduta dita normal eram marginalizados: presos, internados em sanatórios,...
Essa forma de poder permitia que o governo submetesse o povo a seu desejo sem que a população se desse conta.
Quando se começa a perceber que o homem é um ser dotado de vida, começa a se instalar o biopoder, que é uma relação de poder e vida, sendo que, através dela a maior riqueza do Estado passa a ser seu povo, que atua como instrumento político.
A preservação da vida passa a ser necessária, já que é preciso que haja uma população produtiva, para que o Estado possa se manter, enriquecer e se desenvolver.
O lado positivo disso é a qualidade que a vida passa a ter, com acesso a recursos como educação e saúde. O lado negativo é que o Estado pode manipular as pessoas, colocá-las em hierarquias e “massificá-las”.
Assim, o biopoder, vigiando e manipulando as pessoas de acordo com suas vontades, passa a alienar e oprimir o corpo. Nota-se aí a semelhança entre o biopoder e a coerção disciplinar, ou seja, o controle através da disciplina.
O biopoder é um poder que vem do saber. Conhecendo as estruturas da sociedade e suas características é possível atuar, transformando a vida.
Então, conclui-se que ele só era possível com o consentimento de todos, porque tudo necessita de apoio da população, enquanto que o poder disciplinar não depende de todos, pois é um mecanismo de controle e punição.
Apesar disso, o biopoder está dentro do poder disciplinar. Afinal, o Estado possibilita melhores condições de vida ao homem para que ele trabalhe e gere riquezas. Tendo condições boas de viver, esse homem não irá pensar sobre as relações de poder envolvidas no Estado, simplesmente seguirá sua vida.
Isso caracteriza o bem comum, de acordo com Foucault: quando todos obedecem, sem contestar a lei.
Já que o biopoder não está desvinculado do poder disciplinar, mesmo sendo mais democrático, há padronização. O povo aceita isso, pois permite que seu corpo, tempo, espaço, enfim, sua vida seja manipulada e alterada. A padronização sempre foi uma forma eficiente para que o governo tivesse poder sobre o povo. Atualmente, um exemplo desse processo é o processo de globalização, que acabou por misturar várias culturas, criando uma espécie de cultura de massa mundial.
Com a implantação desse poder, que tem como base conhecimento de todos os meios componentes do desenvolvimento da sociedade, estão algumas questões políticas e éticas.
Com o desenvolvimento econômico superando o demográfico, as pessoas passam a pensar mais na qualidade de suas vidas. Essa consciência também foi importante para consolidar o capitalismo.
Essas mudanças modificam o poder, dando a ele a responsabilidade pela manutenção da vida.