Sobre um texto que li aqui no Recanto...

Nota-se de uns tempos para cá um interesse maior nas pessoas em conhecer alguma coisa do Espiritismo. Como o senhor vê essa situação?

Chico Xavier:

- Eu creio que o número de adeptos da Doutrina Espírita tem crescido em função das provas coletivas com que temos sido defrontados, acidentes dolorosos, provações muito difíceis, desvinculações familiares tremendas, transformações muito rápidas nos costumes sociais e tudo isso tem induzido a comunidade a procurar uma resposta espiritual a estes problemas que vão sendo suscitados pela própria renovação do nosso tempo.

Eu creio que, por isso mesmo, a Doutrina Espírita tenha alcançado este campo de trabalho cada vez mais amplo, que considero também não como êxito, mas como amplitude e responsabilidade para aqueles que são os companheiros da seara espírita e evangélica.

Transcrito do livro Chico Xavier - Mandato de Amor,

editado pela União Espírita Mineira - Belo Horizonte, Minas Gerais.

"Infelizmente acham que conhecer e admirar o nome de Chico Xavier lhes convém para dizer-se capazes de discernir, interpretar e mesmo questionar mediunidade, espiritismo, sentimento de medo por entidades que nada mais, nada menos, são irmãos próximos e não monstros capazes de nos aterrorizar...

A razão impele a consciência daquele que a tem madura a entender que nada é por acaso e que se você "abre a porta" terá que arcar com as consequências das visitas indesejáveis... Ou Deus lhe pretereria em favor de outrem apenas pelo simples gosto de ser VOCÊ a vítima que Ele quer atingir?

Isso é egoísmo aliado ao orgulho...

Hoje li alguém escrever que viu o filme de Chico Xavier e que após uns dias, numa carona se assustou quando a amiga (que via pessoas se aproximando pelo retrovisor do carro) ficou com medo e esta que escreveu continuou o enredo dizendo que ficou com medo de a amiga estar mediunizada por apenas estarem comentando do filme, o qual repito, era sobre o tão admirado (pela pessoa que escreveu) Chico Xavier e sentiu medo desses possíveis seres do além... Ora, meu raciocínio não entende a mensagem de admiradora que não segue o ensinamento daquele que foi um ser humano imperfeito em sua própria definição e que incessantemente talhou a máxima de que "Fora da caridade não há salvação"... Ou seja, achar possível uma invasão de espíritos maus ou bons só por se comentar sobre um filme (excelente, porém deve ser cautelosamente entendido por quem não domina a doutrina espírita) representar uma flagrante demonstração relâmpago de mediunidade e temer a presença de irmãos do plano espiritual é algo que não se encaixa no meu entendimento sobre admirar e conhecer a pessoa de Chico Xavier e seu legado. Sou espírita, convivo com entidades do além desde meus oito anos de idade, são irmãos, vejo-os todos os dias, em silêncio me cuido e cuido para que sejam cuidados em amor fraterno... Tão simples... Me reuno com eles e pessoas habilitadas para tal em sessões mediúnicas onde sequer lhes perguntamos nome, para simplesmente lhes trazer com a permissão de Deus e mérito da própria entidade adjunta de nossa compaixão e amor, de volta ao caminho iluminado pela palavra Cristã que faz e fará da atitude o meio de tornar o ser humano melhor seja desencarnado ou encarnado, pois o estudo é ponto sério e efetivo no trâmite...

Não sou melhor que ninguém, porém acho que certas atitudes ou adotar meios que não se domina para se escrever algo ainda que no perímetro do livre-arbítrio é uma consequência que terá retorno, esta lei, a de Retorno pertence a Natureza, é Divina... Meu comentário foi apagado, pois não era como os outros, com sentido de adulação ou mesmo de corroborar o texto em seu conteúdo... Direito da pessoa... Ela termina seu texto com uma pergunta:

- Vai me dizer que você nunca teve medo dessas coisas?

Termino com pergunta também...

- Medo existe por direito ou por posse dos fracos na fé?

"Sentimento é aquilo que sentimos pela nossa iniciativa egoísta que bem regado e podado pode se tornar em sentimento da Verdade..."

Abraços e me perdoem...

Um texto de Esopo para se refletir...

Esopo e a Língua

Esopo era um escravo de rara inteligência que servia à casa de um conhecido chefe militar da antiga Grécia. Certo dia, em que seu patrão conversava com outro companheiro sobre os males e as virtudes do mundo, Esopo foi chamado a dar sua opinião sobre o assunto, ao que respondeu seguramente:

- Tenho a mais absoluta certeza de que a maior virtude da Terra está à venda no mercado.

- Como? Perguntou o amo surpreso. Tens certeza do que está falando? Como podes afirmar tal coisa?

- Não só afirmo, como, se meu amo permitir, irei até lá e trarei a maior virtude da Terra.

Com a devida autorização do amo, saiu Esopo e, dali a alguns minutos voltou carregando um pequeno embrulho. Ao abrir o pacote, o velho chefe encontrou vários pedaços de língua, e, enfurecido, deu ao escravo uma chance para explicar-se.

- Meu amo, não vos enganei, retrucou Esopo. A língua é, realmente, a maior das virtudes. Com ela podemos consolar, ensinar, esclarecer, aliviar e conduzir. Pela língua os ensinos dos filósofos são divulgados, os conceitos religiosos são espalhados, as obras dos poetas se tornam conhecidas de todos.

- Acaso podeis negar essas verdades, meu amo?

- Boa, meu caro, retrucou o amigo do amo. Já que és desembaraçado, que tal trazer-me agora o pior vício do mundo.

- É perfeitamente possível, senhor, e com nova autorização de meu amo, irei novamente ao mercado e de lá trarei o pior vício de toda terra.

Concedida a permissão, Esopo saiu novamente e dali a minutos voltava com outro pacote semelhante ao primeiro. Ao abri-lo, os amigos encontraram novamente pedaços de língua. Desapontados, interrogaram o escravo e obtiveram dele surpreendente resposta:

- Por que vos admirais de minha escolha? Do mesmo modo que a língua, bem utilizada, se converte numa sublime virtude, quando relegada a planos inferiores se transforma no pior dos vícios. Através dela tecem-se as intrigas e as violências verbais. Através dela, as verdades mais santas, por ela mesma ensinadas, podem ser corrompidas e apresentadas como anedotas vulgares e sem sentido. Através da língua, estabelecem-se as discussões infrutíferas, os desentendimentos prolongados e as confusões populares que levam ao desequilíbrio social. Acaso podeis refutar o que digo? indagou Esopo.

Impressionados com a inteligência invulgar do serviçal, ambos os senhores calaram-se, comovidos, e o velho chefe, no mesmo instante, reconhecendo o disparate que era ter um homem tão sábio como escravo, deu-lhe a liberdade. Esopo aceitou a libertação e tornou-se, mais tarde, um contador de fábulas muito conhecido da antiguidade e cujas histórias até hoje se espalham por todo mundo.

Autor desconhecido

Sandro La Luna
Enviado por Sandro La Luna em 21/04/2010
Código do texto: T2209694
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