Pelas confusões geradas pela ignorância ou pela má-fé em torno dos saberes e das práticas em saúde, aglutinadas nos conceitos de Educação em Saúde, Educação Continuada e Educação Permanente em Saúde, convém resumir as diferenças entre as três expressões geradoras de distorções na práxis do Sistema Único de Saúde no Brasil, tanto quanto no ensino, na pesquisa e na gestão dos cursos de graduação em saúde:
EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Foco em estilos de vida considerados inadequados;
Pedagogia da Transmissão;
Centrada nos saberes e práticas acadêmicas dos profissionais de saúde;
Atenção focal a grupos específicos;
Voltada para Prevenção de agravos à saúde;
Abordagem centrada em problemas;
Oferecida ou imposta a grupos-alvo;
Mudanças no comportamento de indivíduos;
multi e interprofissional, multi e interdisciplinar;
Gestão do Comportamento;
Privilegia o saber técnico-científico;
Condicionada a espaços institucionais preexistentes.
EDUCAÇÃO CONTINUADA
Foco no serviço ou trabalho;
Pedagogia da transmissão;
Centrada nos saberes técnicos de especialistas;
Atenção focal a específicos grupos de profissionais ou usuários;
Ligada ao desenvolvimento institucional e de profissionais;
Abordagem centrada em específicas instituições e profissionais;
Oferecida ou Imposta a grupos-alvo;
Mudanças no profissional e trabalhador de saúde;
uniprofissional e unidisciplinar;
Gestão do Trabalho;
Privilegia o saber técnico-científico;
Limitada a espaços institucionais preexistentes e em sujeitos já constituídos.
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
Foco nas condições e situações sócio-político-ambientais de vida
Pedagogia da Problematização e Metodologia Ativa ou Significativa;
Toda a população, no seu ambiente total;
Atenção em Redes intersetoriais de atenção;
Direcionada à Promoção da Saúde;
Abordagem centrada na organização política das sociedades, das instituições, do trabalho, dos grupos;
Construída em gestão compartilhada;
Mudanças nas formas de organização política e econômica das sociedades, do Estado e de governos;
transprofissional e transdisciplinar;
Gestão do Conhecimento;
Valoriza e incorpora os saberes afetivo-emocionais, tradicionais, populares, dos grupos, das organizações;
Criação ou mudança de espaços e sujeitos coletivos.