A FRATERNIDADE E A PARTILHA

Vivemos numa sociedade em que se apregoa muito a justiça social e a solidariedade. Mas, infelizmente, o que se pratica é o inverso, pois há uma diferença gritante entre as camadas sociais existentes. Isso não existe somente no Brasil, mas é o retrato de uma sociedade discriminatória enfocada em muitos países do planeta. O desenvolvimento e a economia, marcham juntos para o progresso do país e da sociedade como um todo. A economia deve existir para a pessoa e para o bem da sociedade geradora de oportunidades para todos, criando condições de trabalho de maneira justa, para erradicar a miséria e a fome de tantos brasileiros que vivem na mais extrema pobreza, usando os recursos econômicos de maneira que as classes sociais menos favorecidas, possam ter oportunidade de uma vida mais digna, com saúde, educação e trabalho. Não se pode pensar somente no ‘EU’, mas lembrar-se que a solidariedade e a partilha devem fazer parte das nossas ações no dia a dia. O dinheiro é importante para nossa sobrevivência e conforto, mas não devemos colocá-lo como valor absoluto dirigindo nossa vida. Se colocarmos isso como meta de vida, deixando o lado espiritual, a essência de nossa vida se perderá. Temos que ter uma consciência critica e denunciar tudo aquilo que visa em primeiro lugar o lucro mesmo a custa da destruição da natureza, ou com a miséria dos outros. O capitalismo selvagem não mede as conseqüências, não se importa em destruir, desde que haja lucro. Na Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010, várias Igrejas Cristãs se uniram para acolher a graça da unidade e da conivência fraterna, aprendendo a ser fiéis ao Evangelho, onde Jesus Cristo sempre pregou e deu o exemplo do amor e da partilha. Deus nos deu tudo como dádiva gratuita da vida, e pelo muito que recebemos dessa dádiva, não podemos ser omissos diante das injustiças que causam a exclusão social daqueles menos favorecidos, que vivem na miséria, em que a desnutrição, a fome e a morte, deixam milhares de famílias sem perspectivas de ter uma vida digna e feliz. Temos o compromisso de cobrar dos nossos políticos, ações e metas para erradicar o analfabetismo, o trabalho escravo, o desemprego e a injustiça social discriminatória. Políticas públicas para combater a devastação da natureza e suas consequências, onde a ambição desmedida não se importa com as futuras gerações, maculando toda a vida existente no planeta em todas as suas formas; racional, animal e vegetal. Que o Espírito Santo ilumine a todos e que nesta CFE 2010, seja despertada uma consciência critica de verdadeira fraternidade e solidariedade, para que haja mais justiça na distribuição de renda, para dirimir as desigualdades entre as classes sociais existentes, onde “poucos” têm muito, e “muitos” têm tão pouco.

There Válio -12-03-2010