MERCADO DE TRABALHO ESTÁ MAIS VERDE

Um olhar mais atento aos classificados dos principais jornais brasileiros mostra que o mercado de trabalho está mudando de perfil e, cada vez mais, aumenta a oferta de vagas de “empregos verdes”, aqueles surgidos com a quebra de paradigmas das indústrias, que estão aderindo às idéias do desenvolvimento sustentável e querem mostrar para o consumidor que agem de forma ambientalmente correta.

O “emprego verde” está atrelado à nova postura de combate às mudanças climáticas. É o tipo de trabalho com baixo consumo de carbono, que reduz o nível de impacto das empresas no meio ambiente. São atividades ligadas às novas tecnologias ambientais e processos produtivos implantados no mercado para diminuir e controlar os níveis de poluição, gerir unidades de produção, reciclar produtos, pesquisar e produzir energia limpa, capacitar profissionais e até prestar serviços de auditoria e consultoria jurídica.

O relatório divulgado em 2009 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) prevê que até 2030, deverão ser gerados pela “economia verde” cerca de 20 milhões de empregos, desde atividades manuais até serviços altamente qualificados. Somente na área de energias renováveis existem 2,3 milhões de empregos disponíveis.

Há ainda projeções mais otimistas da OIT: a partir da mobilização mundial para alcançar metas ambientais (tema tão urgente e presente na agenda diária da humanidade) em todos os setores, poderão ser gerados até dois bilhões de novos empregos, número capaz de levar a quase zero os índices de desemprego no mundo.

As vagas de “empregos verdes” estão surgindo nos diversos segmentos industriais, setores sucroalcooleiro, de mineração; alimentos, fiscalização de serviços, construção civil, laboratórios de pesquisas, escolas técnicas e universidades. Segundo a OIT, no Brasil a maior parte desses empregos está na área agrícola, que gera biodiesel e etanol. São ocupadas mais de um milhão de pessoas. Outras 500 mil pessoas vivem do lixo (coleta e reciclagem) produzido nas grandes cidades. Na China são 10 milhões.

Os setores mais promissores nesse novo mercado de trabalho são os de transportes públicos, reflorestamento, reciclagem e artesanato, construção, serviços ambientais, pesquisas e energias limpas.

Apesar de ascendente e gerador de empregos, esses mercados são excludentes por serem exigentes. As empresas exigem profissionais com conhecimentos ambientais específicos. E essa mão de obra ainda é escassa no mercado brasileiro. A nossa juventude precisa se qualificar para ingressar no mercado da sustentabilidade - ambiental e profissional.