O ego e o desestímulo

A 6ª norma dos praticantes da Seicho No Ie diz: “eliminar totalmente o ego”. Esse eliminar seria você não olhar no espelho retrovisor o que você já pôde fazer no passado em benefício social do próximo. Seria um completo desapego dessas construções e ações itinerantes que você participou referente aos tijolos que por ventura já tenha contribuído no erguimento social dos edifícios para os moradores atuais e alavancagem de obras futurísticas.

Urge salientar que muitas vezes um só jogador ficou por dez anos executando jogadas mais certeiras pesquisando e viajando vários anos para locais onde seria fácil marcar algum gol até espezinhando por persistir na jogada. Outros jogadores são chamados no limiar das sondagens até doando o terreno para o campo de futebol. Sempre na perseverança, na persistência e no sonho de projetos que beneficiam milhões de pessoas que, realizados com os pés no chão, acabam vingando. Encontram o amadurecimento social e acabam os gols.

Quando se faz referência a “eliminar o ego”, está se referindo a trabalhar para Deus. Quando se trabalha para Ele não há necessidade de divulgação. Seria como na frase bíblica: “a mão direita não precisa saber o que a mão esquerda fez ou está fazendo”. Frase essa de acordo com os termos do “desbastamento da pedra bruta” apregoado pela Maçonaria.

Só que existem maus jogadores no time que fazem jogadas mais timidas quase desacreditando outros com jogadas mais fortes pondo fé no sonho. Aquele jogador que jogava sozinho ainda arrisca muitos chutes. Finalmente dá um chute certeiro ou uma jogada cheia de estratégia e o gol é marcado. Bem lembrado que foi uma jogada individual, tipo Pelé, que saía como um corisco driblando meio mundo e fazia o gol. Lógico que havia mais jogadores que faziam apoio nas jogadas, especialmente nesta onde se conseguiu marcar o gol.

Chega o momento em que aquele jogador que já jogava com o projeto há mais de dez anos, praticamente com o gol já marcado resolve ficar na reserva. Entram outros em campo e há também jogadores políticos, pois o jogo é muito bom. O sonho está realizado, com placa comemorativa, festas e um monte de coisas, mas o nome daquele jogador que atuou por dez anos nem aparece na placa. Nem relevâncias materiais existem e se coadunam em um perpétuo esquecimento, entretanto somente os efeitos de corpúsculos espirituais oriundos das jogadas de outrora. Há uma ganância política dentro do “eu fiz, eu faço” em desprezo do “nós fizemos, nós estamos fazendo”.

Como não olhar no retrovisor da estrada da vida. O bom motorista manobra sua carreta em exíguo espaço para carga e descarga usando as benesses e a prática da visão pelo retrovisor. Eliminar totalmente o ego sim, mas não ficar sem olhar pelo retrovisor das grandes jogadas da vida, mesmo porque um pouquinho de ego às vezes é até salutar na não desqualificação do estímulo a novos desafios nos campeonatos da vida.

José Pedroso

Josepedroso
Enviado por Josepedroso em 31/03/2010
Reeditado em 31/03/2010
Código do texto: T2169683
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