PEIXE NA POLÍTICA, UM PRATO INDIGESTO.

Não é incomum presenciarmos alguns “políticos profissionais” que se valem do poder de forma leviana ao usurparem da boa fé daqueles que no afã do dinheiro fácil (diga-se: empreguismo e outras mazelas), se tornam instrumentos de manipulação e reféns consentidos das barbáries cometidas pelos detentores de cargos eletivos.

A inconseqüência dos atos, a tirania e as perseguições implacáveis aos “desafetos” é um fato costumeiro, principalmente nos pequenos e médios Municípios do país, onde o espírito democrático é notadamente destituído e o direito à liberdade de expressão não passa de um simples preceito constitucional.

O que se tem naturalmente é um grupo de beneficiários, seguidores e/ou simpatizantes que pré-julgam, condenam e massacram, na tentativa da desconstrução da dignidade e da integridade moral, assim como a honra de cidadãos e cidadãs, famílias tradicionais e profissionais efetivos em seus inúmeros segmentos.

Usufruem da força e dos veículos de comunicação, a maioria [pasmem] de propriedade dos próprios políticos, para destilar sem a mínima piedade e a necessária imparcialidade o seu "veneno", numa afronta à máxima da "plena e necessária defesa".

Ora, se de um lado figura os que se julgam acima das leis e da ordem, de outro se tem a garantia da obediência irrestrita, do cumprimento “cego” com o propósito nefasto de achacar todos que se postam em desfavor dos atos impensados de ególatras que detém apenas um poder superficial e transitório.

Inúmeras são as intervenções diárias daqueles que usam do espaço em rádios, TVs, jornais, revistas e outros meios, na deturpação da ordem e descredenciamento da credibilidade de muitos, não se importando com o resultado dos infalíveis processos judiciais.

Na verdade, uns “laranjas” que não passam de meros “bananas”, porquanto sem vontade própria e, que são doravante guiados pelo conformismo e inoperância profissional ou coisas do gênero.

Algo que me chama a atenção e muito me constrange é saber que no Brasil em todos os níveis administrativos existe indivíduos que rebatem uma infinidade de acusações e se valem do argumento e da premissa jurídica do “transitado e julgado”, mesmo diante da farta evidência de matérias e provas inquestionáveis, se vangloriando ainda de não serem punidos exemplarmente pelos Tribunais e Instâncias superiores.

Não consigo entender como alguém em sã consciência se deixa levar por esta real situação e pelo falso reconhecimento a políticos nas diversas esferas governamentais, cujos mandatos estão sob investigação e efetiva vigilância do Ministério Público, tanto Estadual, quanto Federal.

A submissão e/ou subserviência desmedida é um profundo ato de covardia, naturalmente quando se usa do expediente retrógrado ao comprometer-se diante dos fatos, não sendo, portanto, nem um pouco salutar quem pratica a iniqüidade. Todavia, um homem de boa índole jamais aceitaria tal condição ao expor a sua vida e o seu nome.

Não vivemos uma monarquia no Brasil há centenas de anos, e neste caso o uso do bom senso é fundamental. Jamais é ou será interessante se furtar do sentimento de patriota sem se colocar no lugar do outro, partindo da premissa popular, a qual enfatiza de “quem tem telhado de vidro não atira pedras no telhado vizinho”, até porque errar é humano e condigno, mas permanecer no erro é sinal da visível e mais absoluta ignorância.

Não obstante o explicitado acima, tudo é uma questão de tempo e o mesmo se encarrega de tudo e de todos. Isto não é uma simples dedução, mas, sobretudo a lógica vivencial e deveras oportuna para os que assinam certos “contratos de risco”.

Quando políticos usam da crueldade com fins de atendimento aos propósitos eventuais e particulares, ensejam por caminhos inóspitos e, se servem de "colaboradores" para cultuarem a insanidade e o abuso de autoridade, com a ilógica segurança de que ficarão impunes diante da justiça ao se imaginarem erroneamente como “deuses e intocáveis”.

Fica aqui registrada a minha indignação com a forma usual e maligna que alguns políticos administram o patrimônio que é de todos e, malversam, espoliam e se enriquecem ilicitamente com o dinheiro público através de um recurso de há muito praticado, os conhecidos “laranjas”, transferindo para os próprios os valores desviados.

Estes "instrumentadores" iludidos pelas fartas comissões financeiras certamente terão uma grande “dor de cabeça” num futuro bem próximo ao se depararem com inúmeras ações judiciais, alvo de investigações e vigilância dos órgãos competentes.

Ser “peixe” grande ou pequeno é estar constantemente com um anzol entalado na garganta. É sofrer calado as agruras e humilhações e aceitar pressões de todos os lados. É ter a vida ameaçada, a felicidade desfigurada, a honra menosprezada, a moral deturpada com a tortura diária de quem não pode em nenhum momento cometer deslizes. Neste caso é bom que se tenha em mente o seguinte: “É humanamente impossível acender uma vela para Deus e a outra para o diabo!”.

Pirapora/MG, 28 de março de 2010.

PS.: "Qualquer semelhança neste caso terá sido uma mera e infeliz coincidência".