DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E EUTANÁSIA!
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E EUTANÁSIA!
“Por que fazer de tudo um problema? Convença-se ser mais forte que as circunstâncias porque tem um reservatório de inteligência e poder, siga sem medo”. Estamos colocando em pauta um tema atual e muito controverso, a Eutanásia. O que seria eutanásia na concepção restrita da palavra? Já temos assimilado muitas informações sobre o assunto e queremos compartilhar essa polemicidade com os leitores. Seria a prática, sem amparo legal, pela qual se busca abreviar, sem dor ou sofrimento, a vida de um doente reconhecidamente incurável e sofredor. A desculpa para essa prática geralmente é proporcionar uma morte serena e sem sofrimento, muitas pessoas e religiões a condenam, pois mesmo estando o corpo a sofrer , o Espírito aprende, reconsidera; reformula medita resgata velhas dívidas com a Lei.
Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A ciência não se terá enganado nunca em suas previsões? Sabemos bem existirem casos que se pode, com razão, considerarmos desesperadores; mas, se não há nenhuma esperança fundada de um regresso definitivo à vida e a saúde, existe a possibilidade, atestada por inúmeros exemplos, de o doente, no momento mesmo que exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes as faculdades!
Essa hora de graça, que lhe é concedida, pode ser-lhe de grande importância. Muitos desconhecem as reflexões que seu espírito poderá fazer nas convulsões de agonia e quantos tormentos lhe pode poupar um relâmpago de arrependimento. O materialista, que apenas vê o corpo e em nenhuma conta tem a alma, é inapto a compreender essas coisas; o espiritista, porém, que já sabe o que se passa no além-túmulo, conhece o valor de um último pensamento. Minorai os derradeiros sofrimentos, quando o puderdes; mas, guardai-vos de abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro.
Uma sinonímia bem abalizada com respaldos espirituais, derrotando idéias materialistas, retrógradas, de que somos apenas matéria que a alma não existe e que o Espírito seja apenas uma figuração. Enganam-se os que pensam assim. Cientistas renomados já derrubaram essa tese materialista. Yan Stevenson, William Crooks, Alexander Aksakof, Frederico Zollner, William Crawford, Ernesto Bozzano, Robert Hare, Cesare Lombroso, Oliver Lodge, Sir Arthur Conan Doyle, Frederic Myers, Hermínio Miranda, Charles Richet, Robert Dale Owen, William Fletcher Barret, Sir , Frank Podmore, Dr. Mapes, João W. Edmonds, Dr. Gabriel Delanne, Camille Flammarion, Theodoro Fournoy, Dr. August Ludwig e inúmeros outros. “Entre os cépticos mais tenazes da Inglaterra, achava-se o Dr. Georges Sexton, célebre conferencista que fizera grande campanha contra a nova doutrina”.
O estudo dos fatos conduziu-se depois de quinze anos de investigações, à convicção. "Obtive, diz ele, em minha própria casa, na ausência de todos os médiuns públicos, mas no seio dos membros de minha família e dos meus amigos particulares e íntimos, nos quais o poder mediúnico tinha sido desenvolvido, a prova irrefutável, de natureza a impressionar a fria razão, de que as comunicações recebidas vinham de parentes e amigos falecidos." Outro sábio, o Dr. Chambers, durante muito tempo adversário declarado do Espiritismo, foi obrigado a render-se à evidência, e, lealmente, confessou o seu passado erro, no "Spiritual Magazine". “(1832-1903) Alexandre Aksakof nasceu na Rússia, no seio de lie família, cujos membros ocuparam sempre lugar de destaque na literatura e nas ciências”.
Começou seus estudos no Liceu Imperial de São Petersburgo - instituição da antiga lieza da Rússia - e uma vez concluídos dedicou-se ao estudo da Filosofia e da Religião, tendo para isso que aprender o hebraico e o latim, visando um melhor entendimento da obra grandiosa de Emanuel Swedenborg. Após estudar com afinco cursos e ramos da Filosofia, escreveu a primeira obra em francês no ano de 1852 sobre Swedenborg: "Uma exposição metódica do sentido espiritual do Apocalipse, segundo o Apocalipse revelado".
Em 1854, caindo em suas mãos à obra de Andre Davi: "Revelações da Natureza Divina", Aksakof abriu novos horizontes às suas aspirações e tendências intelectuais, reconhecendo um mundo espiritual de cuja realidade não mais duvidava. Para fazer um completo estudo fisiológico e psicológico do homem, matriculou-se em 1855 como estudante da Faculdade de Medicina de Moscou, onde ampliaria os seus conhecimentos de Física, Química e Matemática, ao mesmo tempo em que acompanhava, passo a passo, o desenvolvimento espírita na Europa e na América.
Para isso ele revolvia livrarias e pedia de qualquer lugar as obras que não se encontravam nas livrarias de sua terra. A partir de 1855 ele inicia a tradução para o russo de todas as obras de: Allan Kardec, Hare, Edmonds, Dale Owem, William Crookes, "Relatório da Sociedade Dialética de Londres", e a fundação de periódicos como o "Psychische Studien", de Lípsia, uma das melhores revistas sobre Espiritismo. A obra de Aksakof não se restringiu apenas à escrita.
Criaram-se adeptos entre pessoas de talento reconhecido, muitos deles cientistas, que, através de experiências feitas com médiuns famosos como Dunglas Home, levou a Rússia a formar a primeira comissão de caráter puramente científico para o estudo dos fenômenos espíritas. Para essa comissão, Aksakof mandou vir da França e da Inglaterra os médiuns que participariam das experiências. Como resultado, por haver fugido das condições pré-estabelecidas, tal comissão chegou a conclusões errôneas sobre o Espiritismo, saindo como relatório conclusivo o livro "Dados para estabelecer um juízo sobre o Espiritismo", onde afirmava a falsidade dos fenômenos observados. Aksakof contestou a comissão com outro livro intitulado: "Um momento de preocupação científica".
A seguir, o valente russo voltou as suas baterias verbais contra o célebre "filósofo do inconsciente" Von Hartmann, publicando uma obra volumosa, a mais completa que se conhece sobre o assunto versado "Animismo e Espiritismo", que mais o fortaleceria como eminente cientista e pesquisador nato. Homem de brilhante posição social, ele consagrou-se durante 25 anos ao serviço do Estado, alcançando vários títulos, tais como: conselheiro secreto do Czar, conselheiro da corte, conselheiro efetivo do Estado, e outros que não são mais que um prêmio aos bons serviços prestados por ele à sua pátria. Verdadeiro sábio raras vezes se acha reunidas tanta inteligência, tanta erudição a um critério imparcial.
Jamais se deixou arrastar pelos entusiasmos das suas convicções; nunca perdeu a serenidade em seus juízos, e, no meio da sua fé, tão ardente e sincera, não esqueceu o raciocínio frio que lhe fez compreender quais podem ser as causas dos fenômenos que observava, o que o colocou acima dessa infinidade de fanáticos que não estudando, não experimentando, e aceitam como bom tudo quanto se lhes querem fazer crer.
Polemista temível e escritor delicado, os trabalhos de Aksakof levam a convicção ao espírito; e tal sinceridade se vê em suas obras que, lendo-as, sente-se a necessidade de crer nelas. Alie-se a isto um caráter bondoso e uma vontade de ferro, que não se demove frente aos obstáculos, assim como a uma paixão imensa pelo ideal que o leva a percorrer a Europa para fazer experiências, e ter-se-á uma idéia superficial a respeito do investigador incansável, dotado de uma alma varonil e de um talento primoroso.
Nunca permaneceu ocioso; seus artigos abundavam nos periódicos espíritas, e não há pessoa medianamente ilustrada que não conheça alguma das suas célebres experiências com os médiuns Home, Slade, d'Esperance, ou algum de seus estudos acerca de fantasmas e formas materializadas. Assim foi Aksakof, o maior de todos os soldados da grande Rússia, um soldado que combatia idéias, ideal com ideal, desonra com honra, preconceitos com dignidade. Fonte: (http://www.feparana.com.br/biografias/aksakof.htm) /voltando à eutanásia, em suma, é sempre uma forma de homicídio, pelo qual seus autores responderão no porvir, em grau compatível com as suas causas determinantes.
Na questão 953 de o livro dos espíritos de Allan Kardec está escrito: “Quando uma pessoa vê diante de si um fim inevitável e horrível, será culpado se abreviar de alguns instantes os seus sofrimentos, apressando voluntariamente sua morte”? “É sempre culpado aquele que não aguarda o termo que Deus lhe marcou para a existência”. E quem poderá estar certo deque, malgrado às aparências, esse termo tenho chegado; de quem um socorro inesperado não venha no último momento. O homem não tem o direito de praticar a eutanásia, em caso algum, ainda que seja a demonstração aparente de medida benfazeja. Após a morte física, os laços energéticos que uniam o espírito ao corpo material vão se desfazendo gradualmente. Porém, ainda que seja gradativo, uma vez iniciado o processo do desencarne é impossível o espírito voltar a “reencarnar” no mesmo corpo.
Isso ocorre também com a morte cerebral. Mas por que evitar esse ato de caridade? Jesus disse que o amor cobre a multidão de pecados. O respeito e a gratidão que o doador irá receber pelo ato servirão como um bálsamo de energias amorosas. Sem contar que existem espíritos que ficam na retaguarda, dando apoio durante o processo. É importante deixar claro que a doutrina espírita não dita regras de comportamento, mas oferece diretrizes para a vida. Cabe a cada um decidir o que fazer. É bom que se averigue as questões 156, 257e 723 do Livro dos Espíritos. “Questão 156: “Há casos em que há sangue nas veias, mas não há vida”; essa informação, promanada em 1857, diz de situação que talvez possamos configurar tanto como a morte encefálica quanto a morte cerebral, diagnósticos estes cuja precisão só seria alcançada no crepúsculo do século XX.
Em tal estado, muito mais delicado do que um coma, é de se supor que o perispírito ou já está desligado ou em avançado processo de desate do corpo físico; numa ou noutra situação, a dor física estará ausente de qualquer injúria somática – extirpação de um órgão, por exemplo –, eis que o cérebro, então inapelável e definitivamente “desativado”, já não capta mais nenhuma mensagem “de dor” emitida pelo sistema nervoso central. – Questão 257: “Ensaio Teórico Sobre Sensação nos Espíritos: o perispírito só ouve e sente o que quer”; (aqui, quer nos parecer que o ensinamento deixa a descoberto que, uma vez desligado do corpo físico, o perispírito, que é a sede das sensações, tem plenas condições de selecioná-las; sendo a doação de órgãos um ato de amor, subentendendo-se que o doador já trilha pelo desapego da matéria, e nesse caso, não sofrerá qualquer impressão negativa com a retirada de algum órgão do seu – para ele já inútil – traje carnal).
Obs: Há que se considerar, ainda, o jamais negado Amor do Pai a todos os seus filhos; nesse caso, da morte recente, o doador está com merecimento adicional, fruto do seu desprendimento das coisas da matéria (no caso, o corpo que o abrigou e que agora se decomporá, inexoravelmente). – Questão 723: “No estágio da humanidade, a carne alimenta a carne”. Aqui, refletimos que, se a carne alimenta a carne, nada objeta apropriarmos a mesma idéia para dela extrair uma ilação, mas com outro enfoque: da mesma forma como a carne alimenta a carne, para o sustento da vida, um órgão (em boas condições) substitui outro (similar, mas danificado), para um período de sobrevida.
Deve-se considerar, ainda, que qualquer que seja o tempo dessa sobrevida (ou melhoria de vida), Decorrente de um transplante, quem o recebeu, um dia morrerá, e aí a Lei Natural de Destruição – decomposição dos despojos físicos – se cumprirá: a parte transplantada terá o mesmo destino da matriz, isto é, retorno à natureza. Encontramos em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap I, item 3: “O corpo não passa de um acessório seu (do Espírito), de um invólucro, uma veste (do Espírito), que ele deixa, quando usada. (...) Por ocasião da morte, despoja-se dele (do corpo físico)”. Anexando outra assertiva espiritual, temos Joanna de Angelis filosofando sobre o corpo humano: “(...) Alto empréstimo divino, é o instrumento da evolução espiritual na Terra. (...) Por enquanto, serve também de laboratório de experiências pelas quais os Construtores da Vida, há milênios, vêm desenvolvendo possibilidades superiores para culminarem em conjunto ainda mais aprimorados e sadios.
” A palavra empréstimo deixa patente que o homem, na verdade, não é dono do corpo que utiliza na romagem terrena, senão sim, é dele usufrutuário, ou se quiserem inquilino temporário; já o servir de experiência laboratorial parece sinalizar que o altruísmo das doações de órgãos para transplantes intervivos, aí tem assento. (Fonte: http://www.espirito.org.br/portal/). Em entrevista à TV Tupi em agosto de 1964, Francisco Cândido Xavier comenta que o transplante de órgãos, na opinião dos Espíritos sábios é um problema da ciência muito legítimo, muito natural e deve ser levado adiante. Os Espíritos, segundo Chico Xavier - não acreditam que o transplante de órgãos seja contrário às leis naturais.
Pois é muito natural que, ao nos desvencilharmos do corpo físico, venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles, que possam utilizá-los com proveito. A doação de órgãos para transplantes é perfeitamente legítima. Divaldo Franco certifica: se a misericórdia divina nos confere uma organização física sadia, é justo e válido, depois de nos havermos utilizado desse patrimônio, oferecê-lo, graças às conquistas valiosas da ciência e da tecnologia, aos que vieram em carência a fim de continuarem a jornada. A doação de órgãos na visão espírita pode ser respondida da seguinte forma: “sabendo-se que o desligamento total do espírito pode às vezes ocorrer em até 24 horas e que, para a medicina, o tempo é muito importante para a eficácia dos transplantes”? O Espiritismo é contra ou a favor dos transplantes?Emmanuel - O benefício daqueles que necessitam consiste numa das maiores recompensas para o espírito. Desse modo, a Doutrina Espírita vê com bons olhos a doação de órgãos.
Mesmo que a separação entre o espírito e o corpo não se tenha completado, a Espiritualidade dispõe de recursos para impedir impressões penosas e sofrimentos aos doadores. A doação de órgãos não é contrária às Leis da Natureza, porque beneficia, além disso, é uma oportunidade para que se desenvolvam os conhecimentos científicos, colocando-os a serviço de vários necessitados. “Sobre o estado de coma profundo o Espírito de Emmanuel responde;” Seu estado será de acordo com sua situação mental. Há casos em que o espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores espirituais. São Pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a situação. Em outros casos, os espíritos, apesar de manterem uma ligação com o corpo físico, por intermédio do perispírito, dispõem de uma relativa liberdade.
Em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem as paisagens e os contatos com seres que os precederam na passagem para a Vida Espiritual. É comum que após essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos, reavaliando seus valores íntimos. Em qualquer das circunstâncias, o Plano Espiritual sempre estende seus esforços na tentativa de auxílio. Daí a importância da prece, do equilíbrio, da palavra amiga e fraterna, da transmissão de paz, das conversações edificantes para que haja maiores condições ao trabalho do Bem que se direciona, nessas horas, tanto ao enfermo como aos encarnados (familiares e médicos).
O que nos preocupa na realidade são os erros médicos, uma informação errada, mesmo os médicos afirmem que a morte encefálica foi comprovada temos que ver casos em que médicos ao atestaram a morte do paciente poderão se deparar com casos de letargia ou mesmo catalepsia. Em vários casos de exumação foram constatados corpos virados ou em posições que demonstram desesperos de pessoas enterradas viças. Em virtude desses casos já existem cemitérios modernos onde alarmes foram colocados e jazigos verticais foram construídos.
O que nos preocupa não é a doação de órgãos em si, mas a pressa na doação, pois como estamos sujeitos ao erro a morte encefálica pode ser uma “faca de dois gumes”. O homem atualmente pelo seu livre-arbítrio pode ser aliado ao bem ou ao mal. Não estamos condenando ninguém, mas somente alertando para que conclusões apressadas não venham causar dilemas num futuro bem próximo. Existe o mito de que quando da formação do embrião o primeiro órgão a dar sinais de vida seja a válvula propulsora, o coração e nos exames de pré-natais ele bate forte e acelerado. Por que no caso de acidentes graves, a morte encefálica não seja suficiente para fazer essa válvula parar também? São perguntas que estão no ar e que não foram formulados por nossa pessoa e sim por curiosos. Deixo no ar para que alguém ligado à medicina avançada possa responder. Pense nisso!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES- MEMBRO DA ACI- ALOMERCE- UBT- AOUVIRCE