MARTHA...SAUDADES
Martha,
(Texto de Marcos Sávio)
Se Deus soubesse como perder irmãs dói no coração da gente, Ele inventaria outra maneira de desinventar nossas existências. Dói doído, dor doida!
É certo que nossos corpos são meros empréstimos Dele pra nós, para que usemos durante um período incerto que só Ele sabe o prazo de validade. Daí, inexoravelmente, voltamos à Sua companhia. Mesmo sabendo disso, ainda não estamos prontos para entender essa lógica divina, muitas vezes trágica e injusta a nossos olhos e conceitos terrenos.
A vida foi muito curta pra você que a honrou do modo mais lindo possível. Essa dádiva de Deus foi muito bem cuidada e administrada pela sua maneira meiga e doce de lidar com as pessoas e o seu discernimento e profissionalismo para tratar de negócios e enfrentar os desafios sem número que atravessaram seus caminhos.
Sua capacidade mágica de transformar sonhos em realidade tal quais fadas-madrinhas era digna de elogio e admiração. Quantas festas bonitas você preparou e quantos corações se encheram de alegria com seu trabalho e criatividade. Hoje não tem festa nem alegria aqui... sua partida deixou nosso salão vazio, nosso som desligado, nossos olhos em preto e branco e nossos corações moídos de dor.
Mãe zelosa e incansável, esposa amorosa e carinhosa, irmã sempre pronta e presente, filha doce, nora prestativa e discreta, amiga das boas horas e das horas difíceis, mulher ativa e destemida, você (parafraseando “Uma Linda Mulher”) sempre primou por ser “irritantemente perfeita”, sem se dar conta disso. Papai e mamãe exageraram na dose ao concebê-la.
Hoje o destino nos prega essa peça que só não é maior que o amor que você dedicou à vida e nem se compara à saudade que ficou em nós. Que Deus nos dê força para suportar com dignidade e resignação a sua ausência. Fica o seu exemplo pra nos alimentar e confortar e que parte dos seus belos olhos continue olhando para este mundo na esperança de dias melhores. Estamos aqui, orando por sua alma e morrendo de saudades de você...
(Marcos Sávio de Oliveira - texto publicado em O COLATINISTA- em 26/03/2010