ASSASSINATO DE ALEMÃ NO CARNAVAL DO RECIFE

ASSASSINATO DE ALEMÃ NO CARNAVAL DO RECIFE

CENÁRIOS: ITÁLIA E RECIFE-PE, BRASIL.

ATORES PRINCIPAIS:

1 - JENIFFER KLOKER, esposa de Pablo no papel de vítima fatal;

2 - PABLO RICHARDSON, no papel de assassino da esposa JANIFFER,

3 - DELMA FREIRE, no papel de mãe de Pablo, cafetina, traficante e mentora do crime.

4 - FERDINANDO TONELLI, italiano de 44 anos, esposo de Delma, suposto beneficiário de seguro milionário em nome de Jeniffer e um dos autores do assassinato;

ATORES COADJUVANTES:

1 - ROBERTA FREIRE, filha de Delma no papel de principal testemunha do caso;

2 - CRIANÇA (FILHO DE JENIFFER E PABLO), no papel de vítima de pais desajustados e forte candidata a dependente de Psicólogo pro resto da vida;

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:

1 - EX-PRESIDIÁRIO, no papel de amigo de Delma, contratado para assumir a co-autoria do crime, provocando reviravolta;

2 - CÉLIO AVELINO, no papel de conceituado Advogado da família Freitas que abandona o caso alegando quebra de confiança.

CONVIDADO ESPECIAL:

1 - ALEXSANDRO NEVES DOS SANTOS, vigilante desempregado e contratado por Delma por cinco mil reais para dar os disparos que vitimaram Jeniffer.

SINOPSE:

Jeniffer, uma jovem de 22 anos, Alemã naturalizada italiana, é ASSASSINADA covardemente no Recife, numa noite de terça-feira (16/02/10) de carnaval. Tudo começou quando o carro da família foi supostamente tomado de assalto ao retornar do terminal rodoviário de Pernambuco, no bairro do Curado, em Recife. Ela era casada com Pablo, filho de DELMA, naturalizados italianos em função de armações estratégicas. Delma, profissional da noite, mais precisamente cafetina, ou puta, como costumamos chamar, ganhava a vida na Itália agenciando garotas e garotos de programa, conforme se noticiou. No intuito de adquirir visto permanente e cidadania italiana, DELMA se diz casada com Ferdinando Tonelli, Senhor italiano de aproximadamente 50 anos, o que garantiria sua nacionalidade. Contudo, há informações de que ela houvera, de fato, casado com outro italiano já falecido donde sua nacionalidade teria vindo. Correu uma noticia nos jornais de que Ferdinando (Padrasto de Pablo) seria amante do PABLO – arrumação idealizada pela Delma, haja vista ele ser garoto de programa. Diante de tantos rumores investigativos, entra em cena Roberta, filha de Delma: não se submetendo aos caprichos da própria mãe que a queria se prostituindo na Itália, saiu de casa, namorou e casou com um italiano, rompendo, definitivamente, relações com a mãe. Neste ínterim, detalhes a parte, Pablo casa-se com e Jeniffer têm um filho que chamamos aqui de CRIANÇA - italiano, mais ou menos três anos de idade e que teve o infortúnio de presenciar, noutro país, o assassinato da própria mãe, conforme se noticia Após o assassinato de Jeniffer, com todo o "bafafá" da imprensa nacional e internacional, eis que a competente polícia pernambucana logo matou a charada: DELMA seria a mentora de tudo! O Juiz decreta prisão cautelar do filho Pablo e do marido Ferdinando. Com o decorrer dos acontecimentos, Delma vai se enrolando até ser presa cautelarmente, após forjar um ex-detento a assumir a autoria do crime, mas sem sucesso, pois o ex-detento chamou a rede Globo e revelou a farsa. Com a prisão de Delma, um quinto elemento vem à tona. Trata-se de Alexsandro Santos – vigilante desempregado que participou dos disparos por cinco mil reais. Com a prisão de Delma, Alexsandro se sentiu desprotegido e tentou fugir, mas a polícia, mais uma vez primorosa efetuou sua prisão. Por outro lado, o renomado advogado da quadrilha, Célio Avelino, acusado pelo ex-presidiário de estar por trás da armação, abandonou o caso alegando quebra de confiança. A OAB/PE irá investigar a participação ou não do advogado. Resultado final: TODOS PRESOS, JENIFFER morta e apresuntada nas geladeiras do IML/PE, o MENINO retornando para Itália com a tia Fátima. Na bagagem, traumas e frustrações para dar trabalho aos psicólogos italianos.

CONTEXTO DA MENTE DOENTIA DE DELMA:

A novela "JANIFFER, COM UMA ESTRELA NO FIOFÓ" foi notícia em toda imprensa nacional e internacional. Tudo poderia de fato, ter sido um assalto ao bom estilo da violência brasileira que todo dia mostra casos parecidos. Como a notícia enfatizou o assassinato de uma turista ALEMÃ, em pleno carnaval pernambucano, logo deixou a todos perplexos, principalmente pela associação com o carnaval e com os índices de violência elevados em Pernambuco. "Meno male", podemos dizer, pois a polícia não demorou a entender a farsa montada pela mente doentia de DELMA. É nela que focaremos todos os aspectos da ardilosidade, frieza, desfaçatez, e cinismo humanos. Dizemos HUMANOS, porque interessa-nos mais o contexto do HUMANO no geral, do que no particular do crime. A “novela” Jeniffer serve muito bem para fazermos uma retrospectiva acerca dos valores e das possibilidades que as pessoas carregam consigo independente de classe social, cultura, sexo, cor, raça. Comprova-se que não podemos garantir acerca de que alguém não seja capaz de atrocidades. Há pessoas com níveis diferentes de possibilidades, o que já se torna suficiente para que ninguém subestime outrem, nem imagine que isto só acontece com os outros.

DELMA foi “atriz” enquanto pôde. Quis passar para a imprensa uma imagem de mãe e avó amantíssima, talvez ignorando que, com a globalização, ninguém tem mais a privacidade como gostaria. Logo a polícia fez intercâmbio com a Itália e... A farsa começou a ruir! Veio logo à tona o fato de ela agenciar garotos de programa já aqui no Recife. Provavelmente, sua ida para o estrangeiro se tenha dado em função de algum "cliente" bem servido por ela e sua turma.

Aparentando ar de sofrida com a morte na nora, ela, com os olhos cheios de lágrimas de crocodilo até estampou o rosto de Jeniffer numa camiseta exibindo-a para os jornalistas.

Concomitante, o reinado dela começa a ruir mais que se esperava, inclusive com o aparecimento da quinta pessoa envolvida no caso: um vigilante desempregado a quem Delma prometera CR$5.000,00, dando a metade por adiantamento e a outra no final, o que não chegou a ocorrer.

Quanto ao ex-detento, tudo indica ter mesmo dito a verdade. Como se não bastasse, já se suspeita de um irmão de Delma que teria também participado indiretamente das negociações.

E JENIFFER? Parece que sua parte desta novela foi mesmo ser morta. Comentou-se, diariamente, pela mídia, toda a montagem do crime, mas Jeniffer foi excluída do contexto, bem na lógica de um “cão sem dono”. História de vida dura de uma menina órfã que tudo indica ser vocacionada para viver infortúnios: fora criada em orfanato e não se tem notícia de parentes que a chorem e que se preocupem em fazer um enterro digno. Noticiou-se que alguns conhecidos dela, na Itália, pela internet, fariam um protesto, mas ficou só nisto.

Há um adágio popular que diz: ”tem gente que nasce pra ser padre e outras para padre ser (padecer)”. Jeniffer parece que só padeceu em vida. Como que achando pouco, misturou-se com um garoto de programa brasileiro, dando-lhe cidadania italiana e levando de lambujem, uma sogra louca, cafetina, rameira de quinta, assassina fria, dissimulada e covarde. Talvez até se mereçam, pois já se sabe que o motivo do crime pode ter sido um amante que ele apresentou ao marido, não obstante um suposto seguro milionário em favor do sogro. Independentes de qualquer julgamento há perplexidade: uma criatura nasce na Alemanha, naturaliza-se italiana, após ser criada num orfanato. Casa-se com um garoto de programa brasileiro e “lascado da vida” e com ele tem um filho. Vêm ao Brasil supostamente em férias com o marido Pablo, sua sogra Delma e seu sogro. Na terça-feira de carnaval, pela manhã, tiram fotos apaixonadas na praia de Boa Viagem. Depois se dirigem ao Shopping Recife e seguem para o TIP – Terminal Integrado de Passageiros de Pernambuco, onde Jeniffer foi assassinada no trajeto de volta.

Hoje, pouco mais de um mês da tragédia, Delma, o filho Pablo, o vigilante Alexsandro, o “marido” Ferdinando, estão presos. Jeniffer está na gaveta da geladeira do IML, feito um traste que sequer serviu para morrer ALEGORICAMENTE no meio do melhor carnaval do mundo, o de Recife. Não soube ser ORFEU DO CARNAVAL, mas cinzas de uma quarta-feira ingrata que chegou tão depressa sem se contrariar. Morreu pior do que MACABÉIA, do livro “A HORA DA ESTRELA” de Clarice Lispector.

Sem medo de errar, avalio que MACABÉIA nasceu com uma estrela na testa, a despeito de tudo, pois era forte e digna e lutou por amores verdadeiros. JENIFFER, não! Esta nasceu com a estrela no FIOFÓ, para não ir direto ao termo usual e escatológico das duas letras.

Soube que querem cremá-la aqui no Recife, no cemitério Morada da Paz. Talvez seja mais provável que seu corpo seja encaminhado para estudo nas faculdades de medicina, pois cremar custa dinheiro e dinheiro vem de família e família ela não tem mais. Descanse em paz!