QUANDO O TIRO SAI PELA CULATRA

QUANDO O TIRO SAI PELA CULATRA

Em política tudo é permitido. O povo brasileiro já se acostumou com todos os tipos de escaramuças possíveis nesse campo e, não seria por causa de mais uma, desta vez acontecendo nos bastidores municipais, que os munícipes iriam achar isso estranho. Vale a afirmativa de que todos os políticos são iguais, porém, vale, também, observar a qualidade moral desses mesmos “insignes” representantes do povo enquanto gestores da res pública. Quanto no alto do pódio, uns são homens honestos, procurando fazer o melhor para todo o povo que lhes conferiu o cargo, outros já procuram vantagens políticas e financeiras por conta desse cargo, entrosando-se, para isso, com a parte mais forte da sociedade, ajudando os que têm mais dinheiro.

Todo o gato que se preza afia as unhas de quando em quando para que lhe sejam úteis nas suas refregas com a presa. Procuram um toco propício e o falquejam nesse sentido. Guardando as proporções e os estilos, o atual chefe da municipalidade pretendeu fazer o mesmo para atacar com precisão felina seu desafeto. Parece que não acertou o falquejamento pretendido, pois o toco escolhido para o ato de afiar foi a antiga chefia, e o Uksai, parece, tirou a perna no momento exato para não ser arranhado.

Sobre o mérito da questão nada há a opinar, pois isso pertence à Justiça resolver, que é a Instituição habilitada para tanto. Mas, como parte dessa comunidade, sabemos que, quando a cobrança é lícita, a municipalidade tem por obrigação de arrecadar para os cofres públicos as receitas que lhe cabem por direito, sejam elas oriundas do bolso dos pobres ou dos ricos. É com o dinheiro arrecadado que o município constrói o progresso de todos, pobres e ricos. Todos somos contribuintes e, portanto, temos o direito de usufruir desse progresso em igualdade. O gestor de qualquer cargo eletivo que sobrecarrega os menos favorecidos para, em contraposição, beneficiar os de maior expressão, mesmo que seja por mera amizade, não está agindo de acordo com os ditames universais da gestão pública.

Por fim, no zero mata zero, ao invés de o povo ouvir e ler coisas boas e construtivas comparando os políticos do presente com os que já cumpriram seu mandato, somos obrigados a ouvir constantemente os latidos furiosos da matilha. Seja para promoção pessoal ou para denegrir a elegibilidade do partido contrário (quem sabe por medo da derrota), essas coisas estão acontecendo a nível nacional nesta época de aventuras eleitoreiras que transforma os ânimos dos políticos em animosidades, em vez de olhar o lado bom e democrático da coisa. Haja saco por parte de nós outros!!!

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 18/03/2010
Código do texto: T2145146
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