As Ongs surgem pela ausência do Estado 

     Estava assistindo um debate na TV Câmara, algumas pessoas civis faziam perguntas para deputada Vanessa Grazziotin PC do B do estado de Amazonas. Ela fez uma colocação sobre repasse de verbas do orçamento às Ongs que não me contive e escrevi este artigo. 

     Segundo ela, é contra o governo repassar dinheiro às Ongs. Talvez a afirmação dela mostre o desconhecimento da realidade brasileira e do porque, o existir as organizações civis, ou talvez acreditar que Ongs somente serve para fazer política e participar também da corrupção que existe no Estado. 

     É verdade que se precisa regulamentar algumas normas para que determinadas ongs não seja fonte de corrupção ou mesmo servir de braço para determinados grupos políticos. Porém, preciso dizer que quase na totalidade as ongs somente existem porque falta a presença do Estado. 

     As entidades não governamentais estão aí, atuando em favor dos marginalizados, excluídos de um modo geral devido a falta de políticas publicas sociais, a má  distribuição de renda e porque não o abandono do Estado. 

     As ongs estão atuando junto à grupos de pessoas que vivem sobre constantes preconceitos devido suas etnias, credos, raças ou opção sexual. As ongs estão atuando como guardiãs e vozes daqueles que são defensores do Meio Ambiente – imagine se não houvesse pessoas obstinadas em defender o planeta. 

     As ongs são responsáveis pela democratização da sociedade, sendo uma estimuladora da sociedade formando cidadãos para que saibam exigir seus direitos. 

     É importante dizer que sem recursos nada se pode fazer, e mais, se os recursos arrecadados pelo Estado são da sociedade, nada mais justo que parte deles também seja destinada à sociedade organizada para que ela possa cumprir funções onde o Estado é ineficiente, omisso ou é de importância atuação da sociedade civil. 

     É importante dizer que não é justo a sociedade como um todo pagar impostos e ainda serem obrigadas a sustentar e manter entidade com participação de festinhas beneficentes, carnês de doação, ou mesmo, as ongs saírem esmolando contribuições. Muitas entidades apenas querem ser parceiras do governo, isto é, ajudá-lo e não carregar sobre os ombros a omissão do estado.. 

     Será que o governo pretende arrecadar ou cobrar imposto dos recursos gerado pelas ongs? Pois, segundo a tal deputada as ongs que deveriam gerar os recursos para se manterem. Quem sabe o governo pode arrecadar mais imposto das ongs além do que já pagam! Talvez a entidade pagar um imposto por cada cliente assistido! 

     Segundo ela, o governo está até liberando recursos para construções. Como um diretor de uma entidade que atua no tratamento de dependentes químicos, diria que nada mais justo, pois se ele ( estado) não dá tratamento para esta parcela da sociedade que está envolvido com drogas de maneira efetiva, e coloca regras procurando dificultar ainda mais as entidades para realizarem seus trabalhos, nada mais que justo colaborar para que as entidades possam adequar às novas regulamentações da ANVISA ou então interdite as entidades e coloque estes que estão internados nas ruas ou assuma-os. 

     Estamos de fato vivendo algo que parece ser um pesadelo e que não conseguimos acordar. O pior de tudo é que, este pensamento vem de uma a deputada é do PC do B. 

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 11/08/2006
Reeditado em 11/08/2006
Código do texto: T214198