BOLSA-FAMÍLIA: ATO PIEDOSO, HUMANITÁRIO? II
Caminhando com a nossa análise, o Programa Bolsa-Família no linguajar dos áulicos do Governo de plantão é um dos mecanismos capaz de reduzir a desigualdade social. Huuum será que é mesmo? Bem, precisamos compreender algumas coisas. No artigo anterior dizíamos que o assalariado, o que ganha salário mínimo, é um carente de inclusão social, é um desigual socialmente. Então, em que parâmetros define-se a redução da desigualdade social de que sofre o indigente do nosso país, integrante do Programa Bolsa-Família? Entre ele e os que estão na linha de pobreza? Entre ele e os que estão na faixa do salário mínimo? Entre ele e os que estão, por exemplo, ganhando um milhão de Reais por mês? Deduzo sem medo de errar: é uma falácia querer reduzir a desigualdade social através do Bolsa-Família. Continuemos. Avalio ser possível reduzir a desigualdade social num país que tem como alicerce da ideologia dominante a desigualdade social, por dois caminhos: o crescimento econômico e a distribuição de renda. O crescimento econômico por criar condições de emprego, não o pleno emprego, pois isto jamais será possível num país capitalista. Ele (o sistema capitalista) precisa, por ser um dos fundamentos do capital, manter um exército de reserva de desempregados, para evitar que haja um aumento do valor nominal do salário e, consequentemente, a redução do lucro. Segundo, a distribuição de renda, ou seja, o PIB-Produto Interno Bruto (toda riqueza produzida no país) distribuída “per capita” por pessoa, equitativamente. Não preciso dizer mais nada. Desculpe, preciso sim. Confirmando a desigualdade social em nosso país, exponho alguns dados estatísticos realizados pelo IPEADATA sobre o ano 2004. Um por cento dos mais ricos abocanharam 12,98% da renda nacional; 10% dos mais ricos, 45,31% (quase quatro vezes mais que os 50% mais pobres); e 50% dos mais pobres, 14,07%. Uma desigualdade abissal. O Programa Bolsa-Família transfere renda em valores pecuniários por família entre R$ 20,00 e R$ 220,00. Convenhamos, é uma fantasia pensarmos em redução da desigualdade social nestes termos. Mas, enfim, qual a finalidade do Bolsa-Família, Programa defendido a ferro e a fogo pelo Estado? No próximo artigo, no próximo...
Caminhando com a nossa análise, o Programa Bolsa-Família no linguajar dos áulicos do Governo de plantão é um dos mecanismos capaz de reduzir a desigualdade social. Huuum será que é mesmo? Bem, precisamos compreender algumas coisas. No artigo anterior dizíamos que o assalariado, o que ganha salário mínimo, é um carente de inclusão social, é um desigual socialmente. Então, em que parâmetros define-se a redução da desigualdade social de que sofre o indigente do nosso país, integrante do Programa Bolsa-Família? Entre ele e os que estão na linha de pobreza? Entre ele e os que estão na faixa do salário mínimo? Entre ele e os que estão, por exemplo, ganhando um milhão de Reais por mês? Deduzo sem medo de errar: é uma falácia querer reduzir a desigualdade social através do Bolsa-Família. Continuemos. Avalio ser possível reduzir a desigualdade social num país que tem como alicerce da ideologia dominante a desigualdade social, por dois caminhos: o crescimento econômico e a distribuição de renda. O crescimento econômico por criar condições de emprego, não o pleno emprego, pois isto jamais será possível num país capitalista. Ele (o sistema capitalista) precisa, por ser um dos fundamentos do capital, manter um exército de reserva de desempregados, para evitar que haja um aumento do valor nominal do salário e, consequentemente, a redução do lucro. Segundo, a distribuição de renda, ou seja, o PIB-Produto Interno Bruto (toda riqueza produzida no país) distribuída “per capita” por pessoa, equitativamente. Não preciso dizer mais nada. Desculpe, preciso sim. Confirmando a desigualdade social em nosso país, exponho alguns dados estatísticos realizados pelo IPEADATA sobre o ano 2004. Um por cento dos mais ricos abocanharam 12,98% da renda nacional; 10% dos mais ricos, 45,31% (quase quatro vezes mais que os 50% mais pobres); e 50% dos mais pobres, 14,07%. Uma desigualdade abissal. O Programa Bolsa-Família transfere renda em valores pecuniários por família entre R$ 20,00 e R$ 220,00. Convenhamos, é uma fantasia pensarmos em redução da desigualdade social nestes termos. Mas, enfim, qual a finalidade do Bolsa-Família, Programa defendido a ferro e a fogo pelo Estado? No próximo artigo, no próximo...